MARRY ME?

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A manhã se iniciou fria em Duskwood, com indícios de chuva e o céu completamente fechado. O que torna o dia mais triste ainda, levando em conta que hoje o grupo de amigos irão se separar por alguns dias. O que fez S/n tentar manter Jake acordado por mais tempo na noite anterior, porque não queria dormir e acordar sabendo que ele irá embora. Foi o que fez, se entregou por completo na noite movimentada com Jake, se entregar totalmente para ele e lhe disse as coisas mais bonitas que estavam presas em sua garganta, o que a fez sorrir para ele quando foi pedida em casamento pelo mesmo, o que a fez pensar que eles estão noivos durante toda sua noite. Foi o que a fez abrir seus olhos no momento que percebeu a manhã chegando.

Com seus olhos abertos, S/n encarou o teto, com sua cabeça já com mil pensamentos por segundos. Jake está deitado ao seu lado, com a cabeça enterrada na curva de seu pescoço, um braço em volta de sua cintura e as pernas entrelaçadas. Um braço de S/n está embaixo do pescoço dele e a mão no cabelo do homem, massageando as madeixas com as pontas de seus dedos. A respiração calma de Jake beija o pescoço dela, arrepia sua pele e a aquece. O peito subindo e descendo calmamente ao lado dela a faz acalmar sua respiração também, a fez fechar os olhos e firmar seus dedos no cabelo de Jake, fazendo movimentos circulares nas madeixas enroladas em volta de seu dedo. Está deitada de barriga para cima, então pode visualizar perfeitamente o teto do quarto e pensar por longos segundos, mas ela não quer fazer isso agora. Ela quer olhar para Jake, tocar o rosto dele e beijá-lo. Ela quer aproveitar as poucas horas que lhes restam.

S/n se virou para Jake, ficando de frente para ele e afastou seu rosto, o suficiente para observar o sonolento rosto do homem e sua feição relaxada no sono profundo. Ela levou uma mão até a pele dele e a tocou suavemente com a ponta dos dedos, escovando a pele macia com seus dedos. S/n observou todos os detalhes do rosto dele, notando que não há nenhuma linha de expressão, seja de tensão ou felicidade. Ele está neutro, dormindo e relaxado. Seus corpos nus estão próximos agora, com a mão dele casualmente jogada sobre a lateral de seu corpo e as pernas entre as dela, com o rosto próximo ao de S/n, dividindo a respiração com ela. S/n tocou o rosto de Jake com cautela, em um carinho, passando seus dedos delicadamente sobre seu rosto e os caminhou para a orelha do mesmo, onde tocou a parte de trás e passeou seus dedos por lá.

Ela encostou sua testa na dele, fechou seus olhos e se permitiu respirar calmamente, deixando sua mente vagar por seus pensamentos. Mal podia acreditar que aquela é a última vez que vai acordar ao lado dele dentro dos próximos dias. A última vez que vai tocar a pele dele pela manhã, que vai observar ele dormir como costumava julgá-lo por fazer, que vai se alinhar ao corpo quente dele na manhã fria e solitária. A última vez que vai ouvir a respiração calma do homem, quando tudo o que está se preocupando no momento é com seu sono duradouro. Não queria acreditar que sua última noite com ele havia passado de forma tão rápido. Não aceitava a forma que tinha se permitido dormir sabendo que não o teria mais no dia seguinte. Estúpida. É como se sente naquele momento.

Suas testas se afastaram e S/n aproximou seus lábios do rosto de Jake, beijando toda sua pele em beijos dóceis da manhã. Ela beijou a testa dele, a têmpora, o espaço entre as sobrancelhas, o espaço dos olhos, as maçãs de seu rosto, as pálpebras fechadas, o topo do nariz, o arco dos lábios, o canto dos lábios, a mandíbula, o maxilar e o queixo, subindo para seus lábios relaxados e carnudos. S/n deixou com que seus olhos admirassem Jake por breves segundos, guardando em sua mente todos os detalhes dele, memorizando seus detalhes como quem estuda para uma prova importante. Seus dedos entraram no cabelo dele e ela os fechou nas madeixas, segurando firmemente os fios, sentindo a espessura grossa e sedosa contra seus dedos.

Ela reprimiu seus lábios e fechou os olhos, sentindo a respiração dele se chocar com seu rosto e a mão do mesmo pesar em seu corpo, aquecendo a área com o próprio calor. Sabia que a viagem foi proposta por ela, que o plano foi arquitetado por ela, mas isso foi antes de Jake a pedir em casamento, foi antes de seu peito se encher de esperanças para o futuro, antes de sua mente projetar eles com um filho mais pra frente. Antes de pensar em levar o sobrenome Donfort. Soaria egoísta, mas ela poderia implorar para que ele não parta, ela poderia facilmente pedir que ele fique e não saía de seu lado. Ela poderia facilmente ignorar Alan e ir para Schwalbach com ele, acordar mais dias com ele, tocar ele por mais dias, ter mais noites com ele. Ela poderia, mas não pode. Não por não querer, mas por não ser permitido. Haveria um preço a se pagar caso ela fosse com ele, caso ele fique e não está disposta a pagar por ele, não se for o que pior que poderia acontecer.

𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐊 Onde histórias criam vida. Descubra agora