𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐊

GOVERNMENT

- Você não precisava ter vindo trabalhar hoje. - Phil disse do outro lado do balcão.

Após algumas horas de trabalho, o local esvaziou por completo. As horas haviam passado lentamente, o que era considerado bom para S/b, a ajudava espairecer seus pensamentos. O problema com Alan não afetou seu desempenho durante o horário de expediente, foi ligeiramente esquecido por ela e Phil, sabiam o que oficial só estava a tentar desmoralizar os dois, não o daria o que ele quer. No momento só tinha Phil e S/n no bar, uma música calma tocava baixo ao fundo do local, eles limpavam o bar, para deixar tudo em ordem.

- Tudo bem, foi até melhor assim. - S/n disse guardando alguns copos.

S/n se virou para Phil, que a olhou compreensivo e preocupado ao mesmo tempo. Se preocupava que ela se forcasse a trabalhar para esquecer o que havia acontecido, porque sabia exatamente como era agir dessa forma. Tentar fugir dos problemas se afundando no trabalho, ocupando a cabeça com coisas o tempo todo, para não ter tempo de pensar em mais nada. Passou muito tempo fazendo isso, e de certa forma funcionava, mas o fazia acumular raiva e arrogância dentro de si, a última coisa que ele queria era que ela fizesse a mesma coisa ela mesma. Não queria que ela perdesse sua essência única, aquele ar de esperança e felicidade que contagiava a todos e tudo, não queria que ela parasse de sorrir tão calorosamente que aquecia o coração de quem estava em volta, não queria ela parasse de dizer coisas bonitas e signicativas para as pessoas quando precisavam ouvir, não queria mesmo que ela deixasse que os sentimentos ruins se acumulassem, porque é isso que a arrogância faz com as pessoas, o que a confusão faz com as pessoas, o que a raiva e dor fazem, transformam tudo o que há de bom em sua alma, no pior que possa existir. A possibilidade de sua melhor amiga se tornar algo desse tipo, lhe angustiava por dentro, lhe preocupa.

- Eu sei o que você está pensando. - S/n disse se encostando no balcão.

- Como? - Phil ergueu uma sobrancelha curioso para a mulher.

- Eu conheço Philip Hawkins como ninguém conhece. - S/n puxou uma banqueta, soando convencida.

- Então se sabe mesmo, sabe que não é nada legal o que está fazendo. - Phil respondeu autoritário.

- Mas eu não estou fazendo o que você pensa que estou. - S/n moveu suas sobrancelhas. - Não estou fingindo que o problema não existe, Phil. Pelo contrário, estou buscando uma forma de lidar com ele, sem deixar que ele me engula por completo.

Phil passou a língua entre os dentes, apoiando seu antebraço no balcão, olhando de forma sincera para a mulher à sua frente. Ele esticou sua mão, pegando a dela em um toque carinhoso, a trazendo para perto dele e a envolveu na sua, a fazendo sorrir pelo ato. Phil deslizou seu dedo pela mão de S/n, suspirando pesado.

- Tenho medo de você acumular suas emoções, S/n. - Phil confessou em tom baixo, tão baixo que custou para que S/n entendesse o que ele queria dizer.

- Não se preocupe comigo, Phil. Eu vou ficar bem, sei que vou. - S/n lhe assegurou, bagunçando o cabelo do barman. - Prometo à você que ficarei bem rápido, tão rápido que você não vai ter tempo para pensar em piadinhas estúpidas.

Phil soltou uma risada nasal, olhando para ela e segurou sua mão fortemente, dando a volta no balcão e parando de frente para a mesma.

- Eu sempre penso em piadas estúpidas muito rápido. - Phil deu de ombros e S/n sorriu assentindo. - Só quero que você fique bem logo. Quero tirar sarro de você sem ficar com medo de não te fazer rir.

A risada baixa de S/n preencheu o local, e Phil se aproximou. Envolvendo a mulher em um abraço caloroso e receptivo, que a faz sorrir e o abraçar de volta, retribuindo ao seu aperto. Phil passou sua mão pelo cabelo de S/n, acariciando suas madeixas, sentindo ela o apertar mais forte contra ela, relaxando seus músculos tensionados e suspirando brevemente, soltando seus ombros.