THE TRUTH

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S/n saiu do Aurora após a mensagem de John avisando que estava do lado de fora. Ela encontrou o carro do homem estacionado do outro lado da rua e caminhou até o veículo, dando a volta no mesmo e abrindo a porta, deslizando no banco e fechou a porta. Eles não se dirigiram uma palavra sequer, estava silêncio total no carro quando John deu partida para o endereço enviado por S/n. O clima estava tenso, pesado e desconfortável para ambos, o tempo que passaram sem conversar afetou a amizade e os possíveis sentimentos de John contribuíram para isso.

- Então, você vai me dizer para onde estamos indo e por que precisa da minha ajuda? - John a deu uma breve olhada, antes de se concentrar novamente na estrada.

- Digamos que vamos testar suas habilidades em uma invasão. - S/n olhou para John, que a lançou um olhar confuso.

- Está me dizendo que vamos invadir um lugar?! - John indagou surpreso.

- Na verdade, o apartamento de um amigo meu. Pode se dizer assim. - S/n explicou, levando seus olhos até a janela.

- E por que você quer invadir o apartamento do seu amigo? - ele questionou, alternando seu olhar entre ela e a estrada.

- Ele tem algo que eu quero. - não era totalmente mentira. - Não foi assim com a sua ex namorada? Ela tinha coisas suas e você invadiu o apartamento dela.

- São situações diferentes. Ela se negou a me devolver as coisas. - John respondeu. - O seu amigo se negou a te entregar o que você quer?

- Hum, ele nem sabe que eu estou atrás do que ele tem. - S/n olhou para John. - Quero dizer, eu só estou indo para ver se ele tem algo.

- Ok, estou muito confuso agora. - John balançou a cabeça. - Ele tem ou não tem?

- Vamos saber assim que entrarmos no apartamento. - S/n suspirou e desviou o olhar. - Não sei se quero que ele tenha ou não tenha.

John olhou para ela de relance, procurando entender o que ela estava querendo dizer, mas desistiu. Se ele tivesse que saber, ela iria contar no apartamento. Pelo menos ele espera que sim. O restante do caminho foi feito em absoluto silêncio, mas um silêncio diferente dessa vez. As poucas trocas de palavras ao menos os deram certeza que ainda podiam interagir sem incomodar o outro, e considerando a situação em que se encontram, isso é definitivamente muito bom. John dirigiu conforme o endereço lhe conduzia, o fazendo parar em frente a um prédio de tom azul fraco, com no máximo doze ou treze andares, com uma enorme porta de entrada. Ele estacionou um pouco a frente do prédio e desceu do carro, acompanhado de S/n, que segurava a bolsa com ferramentas e outras coisas em seu ombro direito. Eles caminharam até a entrada e John a deu espaço para entrar primeiro, e assim ela fez, entrou no edifício e seguiu com John até a recepcionista.

- Hum, olá. - S/n sorriu gentilmente para a moça do outro lado do balcão.

- Boa tarde. O que posso fazer por vocês? - a recepcionista perguntou, dividindo sua atenção entre S/n e John.

- Queríamos saber o andar e o apartamento do Daniel Anderson. - S/n disse da forma mais gentil possível. Não queria que a recepcionista desconfiasse de alguma coisa.

A recepcionista desviou seu olhar para o computador e S/n olhou para John sobre seu ombro, que apertou seus olhos para a mulher, incerto se aquilo daria certo.

- Hmm, ele não está em casa no momento. - a moça disse e S/n a olhou.

- Sim, sabemos. É que somos amigos dele desde o colegial mas nós separamos depois na faculdade. Estamos aqui para fazer uma surpresa para ele. - S/n mentiu com um sorriso convincente no rosto.

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