Éramos asteroides desde o início, só não esperávamos que nossa colisão fosse causar tantos estragos.
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Eu odeio esse emprego.
Sabia que sentiria falta da livraria, mas não imaginei que sentiria tanta assim. Limpar a poeira, o cheiro dos livros, a sensação da textura das capas, a meia dúzia frequente de clientes. Os tempos mudaram, não é muito comum pessoas saírem de suas casas e entrarem em uma pequena livraria. Mas nesse momento tudo que eu queria era estar lá.
Todo o dia desde que fui forçado a estar no trabalho do meu progenitor era a mesma rotina. Depois da faculdade eu chegava às 13h, pegava café e sentava aguardando algo acontecer. Vez ou outra tinha algum papel para grifar com meu marca texto rosa, os funcionários sabiam que a minha presença era apenas de um troféu. Por isso não se importavam com meu estado vegetativo no ambiente.
E como todos os dias quando o relógio vira às 18:01 eu me levanto pego minhas coisas e saio da mesma forma que entrei, calado e espera algum dos cadetes me levar para casa, porque segundo o meu pai: "Minha proteção era sua prioridade", mas ambos sabiam que ele só queria pagar de bom pai.
Parado no meio fio olhando para a direção do carro que me levaria até em casa. Muitos cadetes se dispuseram às ordens de meu pai, mas geralmente a viatura 072013 com o Park Seojoon um cadete no último ano de formação era o que mais vinha até mim.
Um cara legal talvez, mas seu jeito simpático demais e um tanto oferecido me deixava sempre sem jeito, pois geralmente eu apenas quero entrar no carro e esquecer do meu dia, porém ele gosta de conversar.
O carro estacionou e eu rapidamente entrei no banco de trás colocando minha bolsa ao lado fechando os olhos para que ele entendesse que hoje eu não estava muito afim de conversa, embora saiba que ele nunca está nem aí para o desejo de uma viagem silenciosa.
— Nós recebemos uma ocorrência de furto a algumas quadras da sua casa, espero que não se importe de irmos em alta velocidade. - disse Seojoon.
— Na verdade isso é ótimo, estou com dor de cabeça quando mais rápido melhor.- sorri simpático para ele, porque afinal ele sempre fora gentil e eu fui muito bem educado pela minha mãe.
Só assim me dei conta que Seojoon não estava no banco do motorista como sempre, e sim no carona e ao seu lado estava Hoseok.
A minha vontade de fechar os olhos desapareceu e meu coração começou a saltar, eu podia ouvir as duas batidas como eco tão alto. Sabia que minha boca estava aberta sem acreditar embora ela tivesse seca e por minutos não conseguia fechá-la para produzir o mínimo de saliva. E mesmo com essas sensações que eu sentia como se fosse explodir, ele parecia tão alheio.
Com umas das mãos no volante e com o braço escorado na janela apoiando um lado de sua face com a mão livre em expressão de total tédio. E meu corpo sendo bombardeado de sensações. Desde que ele se foi eu sinto um frio congelante como se houvesse gelo dentro de meus ossos, mas agora esse frio parece apenas um vento friorento de primavera.
Ouvi um pigarro. Seojoon me olhava estranhamente e então percebi que estava desnorteado por muito tempo. Me arrumei no banco e fechei a boca, mas mesmo assim meus olhos não desviaram de olhar para Hoseok.
— Vocês se conhecem?
— Sim.
— Não.
Ele mentiu? Esse filho da puta está mentindo na cara dura?
Eu soltei uma risada de escárnio. Eu podia ficar ferido, machucado e triste. Mas Nana tinha razão em algo, ele estava sendo um babaca e eu não podia ficar de cabeça baixa enquanto ele me fere. Então eu deixo minhas emoções fluírem da maneira mais pura. Se eu estou com raiva eu vou transparecer isso.
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IMPRINTING || jhs + kth
FanfictionO que Kim Taehyung mais queria era não sofrer por um amor não correspondido. Um amor que lhe oprimia, transgredia o humilhava. Porém sua rotina estava para ser abalada. Alguém que chegou do nada... prometendo ficar para sempre. "Quando perceber que...