Especial fim de ano - Vincent Collins

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No dia 24 de dezembro, às 05:00 da manhã, um despertador toca.

— Vinnie!

Eu conheço essa voz, amo essa voz! Mas gosto especialmente do que vem depois dela.

— Bom dia, Cupcake. Hoje é dia 24! Pronto para a nossa “rave” de preparativos natalinos???

Viro o rosto abrindo os olhos sem levantar a minha cabeça do travesseiro, e encontro uma figura loira de traços finos, a qual eu ainda não tinha aberto os olhos o suficiente para identificar, mas aquela voz...

— Mãe ainda está escuro, que horas são?— Tento procurar o relógio mais próximo.

— Exatas 5:09 da manhã!

Viro meu rosto e tento dormir novamente mesmo sabendo que não seria possível.
Sinto um peso, não tão pesado, em cima de mim.

— Você vai mesmo me deixar conversando sozinha, no escuro dessa manhã fria? — Sinto minha mãe se mexer enquanto estava em cima de mim de costas com as minhas costas. Provavelmente fazendo alguma pose dramática.

— Srt. Lizzie Collins, você poderia se retirar para que eu possa escovar meus dentes e te acompanhar em uma manhã incrível de preparativos natalinos?

— É claro, Vincent Collins! Estou preparando panquecas doces! — Minha versão mais velha e feminina se levanta e corre até a porta do quarto.

Me levanto e fico sentado de frente para ela.

— É o meu Cupcake. — Lizzie sorri com orgulho, então se vira e sai do quarto.

Olho para o meu despertador, 05:12. Olho então para o meu quarto e me deparo com as minhas pequenas bagunças. Vou até a frente da porta e a fecho para que possa me arrumar e arrumar o meu quarto.

Bem vindo a um dia com Vincent Collins… bem, eu.

Hoje é a manhã do dia anterior ao dia do natal, vulgo o dia preferido da minha mãe. Elizabeth Collins, uma mulher de 32 anos, mãe solteira e tentando se formar em biologia marinha. Ela é incrível, acho que quem tinha que se orgulhar de alguém aqui seria eu.

Vou pegando alguns papéis de partituras que estavam espalhadas no carpet azul escuro e colocando o violão e o teclado no lugar. Arrumo minha cama e escolho a minha roupa de hoje, acho que algo vermelho… minha mãe adora referências, acho que me vestir de vermelho em época de natal é uma boa né?
Pego uma blusa branca com uma estampa de boneco de neve e uma calça bege, então pego um moletom vermelho escuro, acho que tá mais pra um vinho.
Vou ao banheiro e escovo meus dentes e lavo o rosto. Penteio o meu cabelo e passo um perfume.

— Vi! As panquecas estão prontas!— escuto minha mãe gritar.

— Estou terminando, Liz! — Ela adora quando a chamo de Liz, diz que se sente jovem.

Corro até a minha janela e olho como estava o dia. As ondas quebrando e um sol que não brilhava muito, acho que vai chover.
Me viro e pego meu gorro de Papai Noel que estava na escrivaninha, e vou até a cozinha.

Nós moramos em uma casa pequena, somos só eu e a minha mãe desde… bem, sempre. Mas era uma casa aconchegante e interessante, a alguns passos do meu quarto, o corredor me levava a cozinha, que estava inteira enfeitada com luzes e mini bolinhas de natal.

Minha mãe engravidou com 17 anos e meu pai… eu nunca o vi. Ela acabou se mudando da casa dos meus avós porque estava com vergonha da gravidez. E como eu disse, meu “pai” nem se quer a ajudou a contar para os meus avós, ele simplesmente sumiu. Minha mãe apesar de tudo não o odeia, ela disse que “ele teve suas escolhas, e o único que perdeu foi ele pois não te conheceu.” Sempre com um sorriso no rosto.

ZAHIR - Inesquecível (SENDO REESCRITA)Onde histórias criam vida. Descubra agora