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Eu não soube como eu tinha ido parar ali. Em um dia, eu digo que gosto dele, no outro, eu tô deitado na cama dele, olhando pro teto.

— Como você sabe? — ele se virou pra mim, se apoiando no próprio braço. — Que gosta de mim.
— Não acredito que tá perguntando mesmo isso. — suspirei, sorrindo fraco e olhando pro teto. Não tive coragem de responder isso olhando pra ele. — Hm... quando você sorri, meu coração começa a bater mais rápido.
— Ma-
— Quando você cantou sua música aquele dia... eu só conseguia pensar em você cantando ela só pra mim. — porra, eu interrompi ele. — Quando você segurou a minha mão no outro dia... quando me chamou de amor. — por que eu contei isso pra ele? Eu me sinto tão bem perto dele que acho que só acabou saindo.
— Johnny? — olhei pra ele, só pra perceber o sorriso imenso que ele tinha no rosto. — Você é bem boiola. — ri. Eu pareço meio bravo, de fato, mas a verdade é que eu sou bobo pra caralho. Eu sempre quis chamar alguém de "meu bem".
— Talvez eu seja mesmo. — me virei pra ele. — Era só isso que queria saber?

Chittaphon tinha me ligado horas antes. Kun estava no meu estúdio e me obrigou a atender ele, sendo que eu praticamente ignorei ele por dias.

— Por que você não atendeu minhas ligações? Você não pode falar que tá apaixonado por alguém e só ignorar ele!

Meu plano era que ele esquecesse de mim, já que a memória dele é uma merda. Daria certo na minha cabeça.

— Eu só não queria ouvir a resposta, Chittaphon. E ainda não quero.
— E se for boa? — ele sorriu do jeito dele. Do jeito que só ele sabe.
— É?
— Você não quer saber! Não posso te responder isso. — porra, ele foi esperto.

Eu não tava pronto pra ouvir um "não" dele. Eu não queria ser só amigo dele. Não queria ser só um cara a mais na plateia. Eu queria que ele cantasse olhando pra mim, pensando em mim. Queria que ele escrevesse músicas sobre mim, enquanto eu tirava fotos distraídas dele. Eu queria que ele fosse o meu modelo, pra sempre.

— Olha, Chittaphon, me desculpa. Eu tenho 26 anos, faz muito tempo que eu não me sinto assim. Eu entrei em pânico. — sentei na cama, sentindo o olhar pesado dele sob as minhas costas. Senti ele pegar na minha camiseta e me puxar de volta, como se ele pedisse pra eu deitar de novo.
— Já tá tudo bem, Johnny. — ele puxou tanto que eu deitei de novo.
— Mais alguma coisa? Eu tenho trabalho hoje.

Era verdade, mas era só de noite. Eu só não aguentava mais olhar pra ele sem poder beijar ele.

— Na verdade, eu quero perguntar uma coisa. — mas eu olhei pro teto. — Quando Hendery viu a gente, por que você ficou bravo comigo depois?
— Eu comentei com ele sobre você, quando a gente se conheceu. — pelo que notei, ele olhou pro teto também. — Eu prometi pra ele que não tentaria nada contigo.
— E você queria? — ele queria? Ele pensou em tentar algo comigo?
— Você não quer saber, bobo.
Porra, Chittaphon. — me virei pra ele, e foi a pior decisão que eu tomei. Ten estava olhando pra mim. Ele tem um dos olhos mais bonitos do mundo. E ele sorriu, do jeito dele.
— Johnny... — meu coração nunca bateu tão rápido. Parecia que eu ia ter um infarto. — Eu quero quebrar essa promessa já faz um tempo.

"O quê?" eu só conseguia pensar nisso. Meu cérebro parou de funcionar, o tempo tinha parado.

— Ele colocou a mão na minha nuca e olhou pra minha boca. — Posso?

Cacete. Não era uma brincadeira. Conhecendo ele, não era. Eu sorri, disse sim, mas eu que beijei ele. Eu beijei ele. Eu beijei Chittaphon.

— Johnny, eu sei que você não quer saber, mas eu também gosto bastante de você. — ouvir essas palavras saindo da boca dele foi muito bom. Eu sorri, muito. — O que foi que você tá sorrindo aí?
— Chittaphon, eu acabei de te beijar. — depois, dei um selinho dele. — E de novo.
— Seu sorriso é lindo. — isso só me fez sorrir ainda mais.

Ten retrucou o selinho. Eu adoro ele.

wedding band › johnten (nct)Onde histórias criam vida. Descubra agora