14 ; marido do ano

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— Ah... — suspirei. Estava cansado e a noite mal tinha começado.

Recebi uma mensagem de Chittaphon dizendo que ele estava pronto. Cacete, queria ver ele de terno de novo. Eu me vesti o melhor que podia, passei meu perfume mais caro e peguei todo o equipamento que precisava. Avisei alguns minutos depois que estava esperando ele na porta, dentro do carro.

Porra, você tá muito gostoso. — comentei assim que vi ele.
— Você também. — Chittaphon me beijou com gosto. Eu quase fui devorado vivo.

Disse pra ele segurar minha câmera como se fosse um filhote de cachorro indefeso, como a vida dele. Ele riu. Disse que seguraria como nosso futuro filhote adotado. Eu perguntei se ele pensava no nosso suposto futuro e ele só sorriu. Porra, ele é tão boiola quanto eu. Eu adoro ele. Enquanto dirigia, Ten colocava suas músicas favoritas no rádio do carro. A animação dele me deixava tão feliz, o sorriso dele enquanto ele cantava as músicas, tudo o que ele fazia era bom. Eu fazia questão de apresentá-lo como meu namorado pra todos.
Nós chegamos em pouco tempo. Desci do carro e logo abri a porta pra Chittaphon, pegando meu equipamento e em seguida na mão dele. Eu precisava falar com Jaehyun logo que chegasse.

— John! — ele é um dos motivos do porquê eu odeio ser chamado assim.
— Jaehyun. — cumprimentei de volta. — Esse é meu namorado, Chittaphon.

Senti Ten apertar a minha mão de leve. Eu também estava nervoso, faziam anos que eu não via as pessoas da minha antiga faculdade.

— Olá, Chittafon. — ele pronunciou errado. Às vezes, ele fazia de propósito.
— É Chittaphon. — mas Ten tinha a cara de pau de corrigir.
— Uhm. — Jaehyun sorriu. Filho da puta. — Você lembra do Jungwoo, né? — ele puxou a mão do próprio noivo e sorriu.
— Hyung! Você sumiu! — Jungwoo era bom. O que Jungwoo tinha de bondade, Ten tinha de beleza.
— É... — sorri. Eles escolheram se afastar, na verdade.

Que momento desconfortável. Jaehyun já tinha me dito o que queria que eu fizesse, mas fez questão de me ver antes de tudo começar. Não tinha dúvidas que era pra ver se eu estava acompanhado. O jeito que nós terminamos foi horrível. Nunca escolhemos de fato ser amigos, nunca voltamos a nos falar. Eu nem sabia por que ele tinha me escolhido pra ser fotógrafo do casamento dele. Ele pediu pra eu me encontrar com ele logo depois da cerimônia.
Não vou descrever a cerimônia, sabemos o que acontece em um casamento. Os dois estavam bonitos, Jungwoo estava uma graça de terno. Eu adorava aquele garoto, apesar de ter feito uma escolha horrível de ter aceitado se casar com Jaehyun. Talvez Jaehyun tenha melhorado com ele, Jungwoo era capaz de fazer isso. Bom, tirei todas as fotos que podia, até de Ten eu tirei, mas essa era pra mim. Enquanto eu ia tirando, vários colegas da faculdade iam me reconhecendo e foi horrível conversar com eles. Eu não tinha muitas memórias boas do curso de música. Kun era meu único amigo e quando mudei de faculdade e de curso, tudo ficou melhor. Conheci pessoas incríveis e tive ótimas oportunidades.

— Jaehyun. — ele quis me encontrar em uma sala.
— Hyung. — uh. Minha mente esvaziou por completo. Eu implorei pra que Ten não me chamasse de "hyung", então fazia tempo que eu não escutava isso. Não que eu não goste, eu acho sexy, na verdade. Se Chittaphon fizesse isso, eu me apaixonaria muito mais rápido por ele.
— Queria conversar comigo? — queria ir direto ao ponto. Odiava ficar no mesmo lugar que ele, sozinho.
— Uhm. — ele afrouxou a gravata e se aproximou. - Qual é a do seu namorado? Ele parece ser muito mais novo.
— Me chamou aqui pra falar do meu namorado? — suspirei, cruzando os braços.
— ele deu aquele sorriso. O sorriso de filho da puta que ele tinha. — Não sabia que viria com alguém. — ele se aproximava de mim a cada palavra que dizia.
— Você disse que eu poderia trazer.
— Eu queria te ver sozinho.
— estalei a língua. Jaehyun não mudou nada. — O que você quer, Jaehyun?
— ele pegou na minha gravata e puxou a mesma. — Ah, hyung. — ele sorriu outra vez. — Eu tinha cansado da sua pessoa, não do seu corpo.
— Quer mesmo trair Jungwoo no dia do seu casamento? — sinceramente, eu queria ver até onde ele chegava.
— Nosso relacionamento é aberto.
— Mas o meu não. — retirei gentilmente a minha gravata da mão dele e ajeitei a mesma. — Se me permite, vou voltar ao trabalho.

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