Prólogo

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                           Prólogo
Lícia sentia o conforto da cama macia e dos lençóis de seda. O calor delicioso que o corpo junto ao seu liberava trazia memórias da noite anterior.

Ela sorriu extasiada e satisfeita.
O rapaz, ou melhor, o amor da sua vida ressonava ao seu lado. Seu aroma característico viajou até suas narinas, potencializando a sensação de realização. Brevemente o amor deles não seria proibido. Em dois anos ela teria dezoito, eles se casariam, teriam uma garotinha, e seus cabelos seriam como os dele: ruivo cetrina.

Seu sorriso ampliou-se.

O rapaz caucasiano de olhos verdes intensos, mexeu-se aconchegando melhor seu corpo desnudo ao dela. Lícia se achava de frente para ele e não se envergonhou, ela beijou seu peitoral de pele lisa e viçosa que subia e descia ritmado.

— Eu te amo, desde o dia em que te conheci, e te amarei até a morte — a menina, agora uma mulher, confessou seu amor.

A confissão feita num cicio não mensurava o quanto o sentimento lhe sufocava a ponto de quase explodir o seu coração de felicidade.

— Eu sou sua flor, e você é a água que me rega — a menina romântica e sonhadora completou o mais baixo que pôde, todavia o rapaz ouviu sua declaração e a olhou. Seus olhos tinham marcas de sono. Ele estava lindo, e mais lindo ficou ao sorrir.

— Ficaremos bem. Logo que você completar dezoito, contaremos para todos que estamos juntos. E quando terminar o ensino médio, eu já estarei trabalhando, poderei sustentá-la, então nos casaremos. — prometeu acariciando seu rosto.

— Eu compreendo que para nos casarmos temos que terminar nossos estudos, ter um emprego, casa, essas coisas, mas, porque não podemos contar que estamos juntos agora? — interrogou a jovem contrariada.

— Querida, lembra que a lei Romeu e Julieta protege jovens que se relacionam sexualmente antes dos dezoito? Você estar nessa cama comigo, é errado, pela lei do estado, só podemos fazer sexo se você tiver dezessete anos. Se descobrirem nosso relacionamento, terei que me registrar como um transgressor, provavelmente perderei o direito de trabalhar na minha profissão, e principalmente, eu perderei você. — A jovem fez dos lábios uma linha fina como que concordando com o que ouviu. — Não quero nosso futuro prejudicado. Até o dia do seu aniversário tomaremos cuidado. Eu te amo, e não quero ficar sem você.

A alegria da jovem ao ouvir ser amada foi transcendental, seu sorriso abriu-se numa proporção inimaginável, ela o abraçou e o beijou por todo rosto. Igualmente feliz, o rapaz rolou seu corpo sob o da jovem e correspondeu aos seus beijos.

Não se ouviu som além da demonstração de felicidade dos futuros cônjuges, até o ranger de uma porta. O barulho baqueou os tímpanos da jovem, e ao som da voz que soou ameaçadora e raivosa, ela acordou do seu sonho feliz.

— Tire suas mãos nojentas de cima do meu filho sua vagabunda!

A jovem saltou da cama, e logo que o fez, lembrou-se da sua nudez. Ela buscou se desculpar e pegar o lençol para se cobrir, porém, as desculpas entalaram na sua garganta.

O jovem que se achava na cama não era o amor da sua vida, era seu melhor amigo James. Seu pescoço moveu-se na direção em que a mulher gritava impropérios, e logo atrás ela viu seu futuro marido, havia decepção, acusação e raiva em seu olhar.

— Há uma explicação para isso... suplicou ela.

— A única explicação é que você é como sua mãe, uma vagabunda ordinária destruidora de lares. Sua mãe não conseguiu o que almejou e te pôs no lugar dela para acabar com minha família. E o que você pensou? Que conquistaria meu filho e subiria na vida? — bostejou a mais velha.

 No Próximo Verão (Duologia Romance de Verão)Onde histórias criam vida. Descubra agora