39 -Intimidade

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                              Melissa

                           Intimidade

Do Latim intimus.

Significado:

Caráter do que é íntimo, secreto.
Amizade íntima; em que há muita proximidade.

Tratamento de alguém que se sente íntimo e age atrevidamente; atrevimento.

Modo hábil e desenvolto de fazer algo.
As partes íntimas de alguém; genitália.
Local em que há tranquilidade; aconchego.

Expressão: na intimidade. Entre íntimos, no conforto do seu lar.

A Feira de Culinária fora um sucesso!
Eu e o nigeriano dissertáramos sobre as refeições que fizéramos com louvor, e recebemos a nota máxima. Também nos entrosáramos, estreitando o laço da amizade, e dias após a feira, recebi Ayo na intimidade do meu lar.

Ao vê-lo no limiar da porta, me surpreendi, me acanhei, e mesmo assim, o convidei a entrar. Andamos lado a lado pelo corredor, ao chegarmos ao nosso destino, abri a porta do cômodo e o convidei a entrar no meu refúgio. O nigeriano se estacionou no batente da porta e apreciou a vista.

— Flores? — comentou por conta do papel de parede, repleto de ramos verdes com cachos de Flores de Melissa em seu tom róseo, beirando ao lilás, e com flores menores amarelas.

— Em minha defesa, tenho um local onde faço meus rabiscos mais sombrios. — Caminhei até meu guarda-roupa e mostrei uma das portas.

A parte interna do objeto era negra, e ao olhar para o desenho feito nela, recolhi minhas mãos para dentro do jeans e encolhi os ombros.

— Qual o significado obscuro desses dois bonequinhos? Dessa bela obra arte? — perguntou jocoso, e finalmente entrando no quarto, finalizou: — Seriam você e Chase?

Sorri, também jocoso.

A verdade era que, eu não desenhava nada, muito menos obscuridades.
As cabeças dos bonequinhos eram dois círculos e seus corpos eram formados por linhas retas. A discrepância entre eles era roupa, a da menina um vestido triangular, a do menino short e camisa. Os cabelos também divergiam, um era cumprido e revolto, o outro mais curto e espetado. Para completar, um coração em giz rosa circulava o desenho.

Naturalmente o questionamento de Ayo foi por conta do M e do C fixados abaixo do coração.

— Que sutileza em me perguntar sobre meu relacionamento com seu pai — ironizei. — Nossa, isso soa tão estranho, ele é seu pai! — Tirei os tênis e pedi à Alexa para tocar algo aleatório, não por querer ouvir música, mais para me ocupar, eu não admitiria nem para mim mesma que os bonecos eram eu e Chase.

— Então há um relacionamento entre vocês? — O nigeriano uniu as mãos na frente do corpo, pronto para comemorar a novidade.

Apertei, torci, e apertei a boca novamente, buscando palavras para respondê-lo. Ayo não aguentou minha arrepsia e se estourou:

— Pelo amor de Deus! Semana passada vocês quase entraram um no outro na cozinha da nossa casa! Qual a dificuldade em falar sobre o que rola entre os dois, além dos beijos, claro? Temos intimidade para isso. — Jogou-se na cama. — Ai! Que merda é essa?! — Pôs-se em pé assim que suas costas bateram no colchão.

— É ortopédico. Detesto esse colchão. Que tal se subirmos nele, quem sabe se pularmos ele estragará, aí tia Margot me ajudará a escolher um melhor. Desta vez sem a interferência do tio Ben. Foi ele quem comprou colchões iguais para nós. Margot já deu um jeito no dela, e me prometeu que faria o mesmo por mim, mas até agora nada. E se o colchão estragar, ponho a culpa em você!

 No Próximo Verão (Duologia Romance de Verão)Onde histórias criam vida. Descubra agora