No Próximo Verão (Duologia Romance de Verão)

05- Novidade

                        
                               Melissa

                              Novidade

Do Latim novatas (novitãs, novitãtis).

Significado:

A qualidade do que é novo; condição do que existe recentemente.

Algo novo, recente, extraordinário.
O estado do que ocorre, aparece, se desenvolve pela primeira vez.
O resultado da criatividade, da invenção e da originalidade.
Uma circunstância recente, boa ou má.

Uma situação inesperada, imprevista, geralmente ruim.

A conversa cheia de maldade; fofoca, mexerico.

Ou quaisquer consequências de uma produção, ou composição artística.

Na ocasião em que entrei na sala para a aula de culinária, arremessei minha mochila em cima da mesa e me joguei na cadeira ao lado de Théos. Em busca de novidades eu perguntei:

— Qual o problema com a Sra. Sue? Eu a cumprimentei, mas ela não correspondeu, está absorta.

— Bom dia, Melissa — cumprimentou-me Théos com um timbre reprovador. Dei de ombros, e vendo meu mau-humor, ele explicou: — Não tenho certeza, mas creio que o problema sejamos nós, a turma, pois cada aluno que entra; ela observa atentamente.

Nós tínhamos aula de culinária às quartas-feiras, e Théos me pareceu indisposto, logo ele, que no dia anterior zombara por eu reclamar de cansaço. Mas a verdade era que nosso esgotamento se dera antes das aulas começarem, ele apenas não percebera, ou fingia não perceber, pois, emendou sua opinião com uma gracinha:

— O que você acredita que seja? Será que a Sra. Sue está analisando os alunos para dar um trato antes do final do ano? — Os vestígios do Théos centrado sumiram num passe de mágica. — Talvez uma menina. Dizem que ela gosta da fruta, e na nossa turma há muitas garotas bonitas... — confidenciou sabendo que apenas eu o ouvia.

O nadador relaxou os ombros e displicentemente percorreu a sala com olhos famintos que se detiveram em Viorica. Ele presenteou a latina com um belo sorriso.

Qual é o problema dele? A pergunta retumbou na minha mente, e eu sabia que não teria a resposta para ela, sendo assim, peguei a lista de receitas e escolhi a que eu faria naquele dia.

— Qual modelo de garota você acredita que a Sra. Sue gosta? Por que não larga esse papel e me ajuda a descobrir?

— Porque esse assunto me aborrece. A vida da Sra. Sue não me interessa. Conversemos sobre o episódio de ontem do Vestido Ideal. — Ele arregalou os olhos.

— Shii... eu não vejo isso! Essa programação é de mulherzinha, meu negócio é só testosterona. — Piscou socando o punho na mão aberta. — Fora que você está em falta comigo — cobrou minha ida à cabana.

— Machista — xinguei, e ele alargou o sorriso cafajeste que exibia, mas tratei de apagá-lo. — Desculpa te confundir com um amigo que costumava ir na minha casa para vermos as reprises do Vestido Ideal.

— Por acaso você não me confundiu com aquele garoto ali? — Apontou o aluno na porta da sala de aula.

O retardatário por pouco não ficou de fora, a Sra. Sue fechou a porta no momento em que ele chegou. E pelo visto o bom-humor da professora voltara, ela aceitou as desculpas pelo atraso e o beijo na bochecha que o rapaz lhe deu. Também não reclamou quando ele passou entre nossas carteiras e cumprimentou Théos com um toque de mão.

A Sra. Sue começou a aula.

Todo início de ano a introdução era a mesma: os cuidados ao manusear o fogo, os objetos cortantes; a importância de lavar bem as mãos e os alimentos, etc. Não dediquei minha atenção ao seu discurso, me ocupei em lançar um olhar afunilado a Théos.