61 - Eu Preciso de Você

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                               Chase

                    Eu preciso de você

Kimberly Grace era como todas as mães, com apenas um olhar, registrava tudo na mente, e ela registrou a desorganização na sala de televisão. Viu os baldes de pipoca, os salgadinhos e suas embalagens no chão, no sofá, e também grudados no cabelo de Callum.

— É tão lindo vê-los juntos novamente. — Ela cruzou os braços, inclinou a cabeça, se escorou no batente da porta, e as luzes da tv iluminaram seu rosto sereno e contente. Sabíamos que o amor expressado era genuíno, mas o semblante calmo, era fachada, portanto, iniciamos a arrumação da baderna que fizéramos. — Ah, é assim que eu gosto! Gosto de vê-los trabalhando juntos, não brigando — cantou num tom amoroso que a qualquer momento, se déssemos um pio, ele se transformaria.

— Mas, mãe, não brigávamos, estáva... — desacostumado, Callum argumentou. Eu encolhi os ombros e permaneci quieto.

— Shii! — Içou o dedo para calá-lo. — Sem desculpinhas, Callum Peter! Você chegou a uma semana, não se dignou a contar como foi estar longe da sua família por tantos anos, e ainda complicou a vida do seu irmão logo ao chegar — ralhou mamãe.

Dei uma risadinha, meu irmão merecia a reprimenda da nossa mãe, pois não se comportara bem no dia em que chegara — e eu nem queria pensar no que ele fizera. Também podia comemorar sua reprimenda, afinal, durante anos ele me deixara sofrer as admoestações da nossa progenitora.

— Desculpe-me, mãe. O que eu pensei ser uma brincadeira se transformou num transtorno para meu irmão. Sinto ter te prejudicado, Chase. — desculpou-se Callum como um menino pego fazendo arte, mas senti sinceridade em seu pedido.

Mamãe me olhou.

— Está desculpado, irmão, o erro maior foi meu, não seu — admiti meu desacerto como mamãe desejara ao me olhar.

— Muito bem, as coisas estão se encaixando... Vocês parecem crianças! Limpem essa bagunça, e quando acabarem, te quero no meu escritório — comandou apontando Callum. — Quanto a você, resolva seu problema com Melissa. As pessoas erram, Chase, mas têm o direito a defesa, mesmo as que omitem informações importantes. Conserte seus erros e esclareça o mais rápido possível esse mal-entendido, quero unicamente alegria no olhar daquela menina.

Callum e eu assentimos, ambos encolhendo os ombros. E após se certificar de que cumpriríamos suas ordens, mamãe nos deixou a sós.

Callum assobiou.

— Juro que esqueci como mamãe é carrasca e amorosa na mesma proporção. Ela pensa que ainda sou o menininho de cinco anos que corria para seu colo quando se machucava?

— Você se comportou exatamente como um menininho de cinco anos, irmão — zombei.

— Até parece que você não fez o mesmo — rebateu Callum.

— Pelo menos ela foi leniente comigo — me gabei, e ele jogou pipoca em mim.

— Não começa, Callum!

— Ainda não matei a saudade de você e de tudo que fazíamos quando éramos pequenos, irmão preferido — troçou.

— Infelizmente minhas condições nunca permitiram fazermos algo parecido com o que você fez no sábado passado, Callum. — lastimei.

— Realmente sinto muito. Eu te amo, Chase, e não faria nada para te prejudicar propositalmente.

Peguei uma goma de canela no bolso das minhas calças e joguei na boca procrastinando minha resposta.

 No Próximo Verão (Duologia Romance de Verão)Onde histórias criam vida. Descubra agora