29 - Recompensa

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                             Melissa

                        Recompensa

Do latim recompensare, "compensar".

Significado:

A ação ou efeito de recompensar; um prêmio, um presente dado como reconhecimento por uma boa ação.

Uma oferta em retribuição a algo, para compensar um prejuízo ou para reparar uma atitude; indenização, restituição.

Um pagamento oferecido em retribuição às informações ou pistas apresentadas, que ajudaram na captura de um bandido ou pela restituição de algo perdido ou roubado.

Retornei ao bar, me encostei no balcão novamente.

Não aconteceu nenhum escândalo, ninguém viu nada, as estroboscópicas te acobertaram, sem crise, fechei os olhos buscando normalizar as batidas do meu coração e a respiração entrecortada.

Reorganizei os pensamentos, abri as pestanas, aspirei o ar com força, e determinada a ir embora, conferi se tinha dinheiro suficiente para pagar um Uber. Foi quando me senti observada.

Sim, havia centenas de pessoas na casa noturna, qualquer uma delas podia me ver, mas a sensação de ser a presa na iminência do ataque da fera, acionou meu sexto sentido.

Procurei meu observador no mezanino e na pista de dança, e não o encontrei, as luzes piscantes não me permitiram ver nada além de flashes de corpos suados roçando um no outro.

— Você está com Chase? — Paralisei ao ouvir a pergunta.

A voz do homem que falara comigo, soou alta o suficiente para se fazer entender, sem invadir meu espaço pessoal e sem atrair atenção dos demais. Meu pescoço se moveu quase como o do Chucky, o Brinquedo Assassino, e ao invés de uma fisionomia cruel, meu rosto estampou incredulidade ao ver um homem num estilo que se assemelhava ao do Damiano David, o vocalista da banda de rock alternativo Måneskin.

As pontas dos cabelos do homem eram pintadas de amarelo limão, uma cor fantasia. Ele vestia um corset negro que moldava seu peitoral evidenciando seus músculos, e as calças azul-escuras, se agarrava a seus quadris estreitos.

A contragosto, acenei com a cabeça confirmando sua pergunta.

Naquela altura eu já não sabia para aonde ir, então optei por ficar no bar, e o mesmo barman que me atendera, se prontificou a me atender novamente, contudo, o homem de corset foi mais rápido e passou a minha frente.

— Por favor, Jack, uma tequila. E para senhorita...

— Nada — sentenciei clarificando que ele não pagaria minha bebida, nem eu revelaria meu nome.

— Dê-lhe uma joia, Jack — o barman parou indeciso, e o cara insistiu completando: — a com spike combina com ela.

— Sim, senhor! — O tal Jack prestou continência.

Idiotas!

Irritei-me.

E no instante em que Jack colocou uma garrafa de Bling H₂O cravejada de spikes, compreendi que ele usara o substantivo se referindo a algo caro, (uma joia).

Não entendi se ele quis mostrar ter condições de me comprar uma garrafa d’água de cinquenta dólares, se quis agradar, ou flertar. Tampouco quis sabê-lo, eu não lhe perguntaria nada, meu orgulho não permitiria, e a insurgência veio à tona.

— Isto é apenas água — desdenhei, aquela não era uma simples água da torneira, afinal aquele líquido passava por oito processos de purificação.

 No Próximo Verão (Duologia Romance de Verão)Onde histórias criam vida. Descubra agora