No Próximo Verão (Duologia Romance de Verão)

45 - Expectativa

                               Melissa

                           Expectativa

Do Francês exspectare.

Significado:

Condição de quem espera que algo aconteça.

Estado de quem espera algum acontecimento baseando-se em probabilidades ou na possível efetivação.

Desejo intenso por algo próspero.
Expectativa de vida.

Deixei-me levar pela latina.
Meu coração retumbava na espera por mais acontecimentos naquela noite, retumbava com a expectativa de probabilidades boas e ruins. E na caminhada até o toalete, me perdi em devaneios, no entanto, Viorica me trouxe a realidade ao disparar:

— Sinceramente nunca imaginei que suas escapadas se converteriam em namoro. O que você fez com a santa do pau oco da Melissa Fitzgerald que conheço desde sempre? — Segurou no meu braço fazendo uma careta. O rosto retorcido da latina aparentou seu deboche.

— Não exagera, Viorica. — Estalei a língua.

— Não é exagero. Você não é a mesma. E Chase... juro que saiu fumaça das narinas dele quando Kent segurou sua mão. — A latina riu.

Alcançamos o toalete, ela girou a maçaneta e empurrou a porta.

— E quanto a você e Kent? Os dois me pareceram bem íntimos também — joguei no ar, visando tirar o holofote de mim.

— Nossos pais são amigos, sendo assim, nos conhecemos desde sempre, e digamos que não tem como não ser próxima de Kent. Tanto que meus pais almejam um bom casamento para mim. Kent é o candidato ideal, mas ele é como um irmão mais velho, que esquece que irmãos mais velhos não falam com conotação sexual. — Deu de ombros.

— E Dale? Seus pais planejaram o futuro de vocês, não?

— O objetivo é me casar com um cara da alta sociedade. Eles querem assegurar o poder, coisa que só um ambicioso almeja. Até agora, minha relação com Dale aplacou esse propósito.

— Sinto muito — proclamei sinceramente.

— Não sinta. Eu farei como eles querem, me casarei, me casarei com um cara totalmente oposto ao desejo deles. — Sorriu perversamente. — Tenho uma lista de candidatos, todos sarados, gostosos e pé rapados. — Gargalhou ao fim da frase.

— Viorica!

— O que foi? A vida com meus pais, não é um mar de rosas, Melissa — chiou encostando na pia do banheiro, eu a imitei pondo-me no lado oposto. — Você reparou que esse termo é estranho? O certo a dizer é mar de pétalas, pois rosas sem os espinhos não são rosas, logo, um mar de rosas tem espinhos, e um de pétalas, é um mar de coisas boas.

— É, faz sentido... — O silêncio nos envolveu, e eu o quebrei. — Por favor, não conte a ninguém sobre eu estar namorando Chase.

— Se não contar da minha lista de pretendentes sarados, suados e apetitosos, não contarei que você e Chase se pegam — barganhou.

— Desde a última vez que brigou comigo você mudou.

— As circunstâncias mudaram desde então. Dale era minha melhor defesa contra os meus pais, e eu não perderia essa arma de jeito nenhum.

— Então você não é apaixonada por ele? — indaguei incrédula.

— Não. Nem ele por mim — assegurou, fez uma pausa e me olhou. — Fui uma escrota ao te tratar mal e brigar por ele, não é? Dei desculpas, fingi que me importava, que Dale era o amor da minha vida...