47 - O Que Você Fez Chase?

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                             Chase

               O que você fez Chase?

A porta de entrada da mansão Larkin se achava aberta, o Lulu desapareceu de vista, então refleti que me perdi em pensamentos. Meu filho não perdera tempo e se livrara do cachorro, a preocupação para com a garota era visível, e eu devia fazer o mesmo.

— Pegarei meus instrumentos para examiná-la. Leve-a para seu quarto. — Corri casa adentro, peguei minha maleta e rumei para o quarto do nigeriano.

Não demorei mais que dois minutos, e ao chegar no cômodo, encontrei Melissa deitada e coberta na cama de Ayo, e Ayo ao telefone. Meu filho parecia nervoso, e ao notar minha presença, encerrou a ligação.

— Aquele-Cujo-Nome-Não-Deve-Ser-Pronunciado, ligou...

Eu e Ayo adotamos uma referência literária ao citar seu namorado, o mimadinho filho da puta.

Bem, a mãe dele não era puta, na verdade, era na medida do possível, uma pessoa bondosa. No entanto, o garoto não herdara a bondade dela, sendo assim, a vontade de desfigurar a carinha bonitinha do sujeito por fazer meu filho sofrer, era grande. Mas, eu guardava o desejo apenas para mim.

— Deixa eu adivinhar. Ele está sozinho em casa e te chamou para visitá-lo. — Apertei os lábios e me aproximei da garota.

— Chase... são poucas as oportunidades que ficamos sozinhos de fato — argumentou.

— Vá, eu cuido da garota, só não demore, você precisa estar aqui quando ela acordar.

— Não demorarei, pode confiar! — Beijou meu rosto e correu para fora.

— Lembre-se: sua vida, sua decisão, consequentemente, sua repercussão. Pense quais são suas prioridades. — Me senti mal em lhe imputar tal carga, mas foi preciso, se Melissa acordasse sozinha naquele quarto e me visse, teria outro ataque.

Ele parou no limiar da porta.

— Não demorarei, juro — garantiu e se foi.

Aferi a pressão arterial e a frequência cardíaca da garota. O ato foi por desencargo de consciência, eu sabia dos seus ataques de pânico e que após os ataques, exausta, ela dormia por um bom tempo.

Bobagem você ter medo de Ayo não estar aqui quando ela acordar, zombei de mim mesmo.

Deslizei o dedo na ponta do nariz arrebitado da garota e avisei:

— Não saia daqui, Bela Adormecida, eu conversarei seriamente com sua mãe. Volto já.

Deixei a porta do quarto entreaberta e desci para o primeiro andar da mansão Larkin.

Andei de um lado para o outro no hall, buscando ordenar os pensamentos antes de realizar a ligação que precisava.

Respirei pausadamente, decidi que comer algo me ajudaria, e fui até a cozinha pegar um pote de pasta de amendoim.

— Que ironia, a garota é alérgica, e você escolhe comer justo o que ela não pode degustar — resmunguei, ainda assim, não larguei o pote.

— Disse algo, menino?

— Não, eu não disse nada, Ger — respondi à mulher que eu mal olhara ao entrar na cozinha.

Ao contrário de mim, ela se conscientizara da minha presença no minuto em que adentrei o cômodo, e naquele instante, me olhava como se esperasse um ataque.

E eu ataquei:

— Eu já te disse que está particularmente gostosa e suculenta hoje, Ger?

A mulher corou, franziu o cenho, em seguida, ergueu a colher ao qual mexia uma panela e a lançou em mim. Ger não era boa de mira, porém, daquela vez quase me atingiu, e mesmo eu desviando, a colher passou rente a minha orelha.

 No Próximo Verão (Duologia Romance de Verão)Onde histórias criam vida. Descubra agora