ChaseO que você fez Chase?
A porta de entrada da mansão Larkin se achava aberta, o Lulu desapareceu de vista, então refleti que me perdi em pensamentos. Meu filho não perdera tempo e se livrara do cachorro, a preocupação para com a garota era visível, e eu devia fazer o mesmo.
— Pegarei meus instrumentos para examiná-la. Leve-a para seu quarto. — Corri casa adentro, peguei minha maleta e rumei para o quarto do nigeriano.
Não demorei mais que dois minutos, e ao chegar no cômodo, encontrei Melissa deitada e coberta na cama de Ayo, e Ayo ao telefone. Meu filho parecia nervoso, e ao notar minha presença, encerrou a ligação.
— Aquele-Cujo-Nome-Não-Deve-Ser-Pronunciado, ligou...
Eu e Ayo adotamos uma referência literária ao citar seu namorado, o mimadinho filho da puta.
Bem, a mãe dele não era puta, na verdade, era na medida do possível, uma pessoa bondosa. No entanto, o garoto não herdara a bondade dela, sendo assim, a vontade de desfigurar a carinha bonitinha do sujeito por fazer meu filho sofrer, era grande. Mas, eu guardava o desejo apenas para mim.
— Deixa eu adivinhar. Ele está sozinho em casa e te chamou para visitá-lo. — Apertei os lábios e me aproximei da garota.
— Chase... são poucas as oportunidades que ficamos sozinhos de fato — argumentou.
— Vá, eu cuido da garota, só não demore, você precisa estar aqui quando ela acordar.
— Não demorarei, pode confiar! — Beijou meu rosto e correu para fora.
— Lembre-se: sua vida, sua decisão, consequentemente, sua repercussão. Pense quais são suas prioridades. — Me senti mal em lhe imputar tal carga, mas foi preciso, se Melissa acordasse sozinha naquele quarto e me visse, teria outro ataque.
Ele parou no limiar da porta.
— Não demorarei, juro — garantiu e se foi.
Aferi a pressão arterial e a frequência cardíaca da garota. O ato foi por desencargo de consciência, eu sabia dos seus ataques de pânico e que após os ataques, exausta, ela dormia por um bom tempo.
Bobagem você ter medo de Ayo não estar aqui quando ela acordar, zombei de mim mesmo.
Deslizei o dedo na ponta do nariz arrebitado da garota e avisei:
— Não saia daqui, Bela Adormecida, eu conversarei seriamente com sua mãe. Volto já.
Deixei a porta do quarto entreaberta e desci para o primeiro andar da mansão Larkin.
Andei de um lado para o outro no hall, buscando ordenar os pensamentos antes de realizar a ligação que precisava.
Respirei pausadamente, decidi que comer algo me ajudaria, e fui até a cozinha pegar um pote de pasta de amendoim.
— Que ironia, a garota é alérgica, e você escolhe comer justo o que ela não pode degustar — resmunguei, ainda assim, não larguei o pote.
— Disse algo, menino?
— Não, eu não disse nada, Ger — respondi à mulher que eu mal olhara ao entrar na cozinha.
Ao contrário de mim, ela se conscientizara da minha presença no minuto em que adentrei o cômodo, e naquele instante, me olhava como se esperasse um ataque.
E eu ataquei:
— Eu já te disse que está particularmente gostosa e suculenta hoje, Ger?
A mulher corou, franziu o cenho, em seguida, ergueu a colher ao qual mexia uma panela e a lançou em mim. Ger não era boa de mira, porém, daquela vez quase me atingiu, e mesmo eu desviando, a colher passou rente a minha orelha.
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No Próximo Verão (Duologia Romance de Verão)
RomanceCapa feita por : @MariaFermanda673 DISPONÍVEL ATÉ 15/11/2024 O amor para os Fitzgerald chega no verão. Esse era o slogan que a sua mãe, tio e tia, repetiam em todas as oportunidades. No entanto, Melissa não esperava que algo semelhante lhe acontece...