14- Incógnito

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                               Melissa

                             Incógnito

Do latim incognitu. Com o prefixo in que indica negação e cognitus que significa algo que se conhece.

Significado:

Desconhecido que não se sabe nem se tem conhecimento sobre.

Que não se quer dar a conhecer.

Nunca explorado; que nunca foi descoberto, ou conhecido.

Na minha vida havia muita coisa não explorada, comprovei isso ao fazer amizade com Ayo, brincar intimamente com ele, o que me levou a despertar no seu quarto e conhecer seu ignoto pai.

Pai?

Como assim pai?

Chase não aparentava ter mais de trinta anos. Será que a lei permitia alguém tão jovem adotar uma criança? Perguntei-me seguindo o homem pelo corredor.

Logicamente que sim, e se a lei não permitisse, ele adotaria mesmo assim, gente rica está em outro patamar, foi o que pensei ao entrar no quarto do Lulu, isso mesmo, no quarto do Lulu.

Chase me mostrou os produtos de higiene do cão, e eram muitos, de todas as marcas e aromas diferentes.

Procurei, e rapidamente encontrei um shampoo antirresíduos, levei o cão ao seu banheiro particular e o coloquei na banheira.

Chase abriu a torneira, sentou-se no chão, e enquanto a banheira enchia, ele brincou com a água. Já eu, comecei a banhar o cachorro e simultaneamente o contive para não avançar no sujeito esparramado no piso do banheiro.

— Cara, quantos anos você tem, hein? Deus, isso só pode ser implicância! O cachorro é pequeno, mas faz bagunça, e estou me molhando toda! — Pensei lançando-lhe um olhar reprovador.

— Tenho trinta e três anos. E não se preocupe com sua roupa, depois te empresto algo da minha mãe. — Soltei o cachorro na banheira ao perceber que comentara em voz alta.

— Segura o cachorro, seu babaca! — praticamente rosnei, assim como o cão fazia para um Chase que parecia se borrar de medo de um Lulu da Pomerânia.

— Estou segurando, você não vê que ele é possuído — justificou-se, e fez o que eu jamais pensei que faria.

Rosnou para o cachorro também, em seguida gargalhou.

— Preciso ir embora — avisei. — Meu dia não foi bom, estou na casa de um desconhecido tentando ajudá-lo, mas ele não deixa, sem contar que desmaiei... Estou esgotada. Então, por favor me dê o cachorro, preciso lavá-lo — supliquei me achegando para pegar o animal.

— Após você dar banho no Lulu, te levarei para casa. O ataque de pânico causou seu esgotamento, mas você está bem, eu te examinei. Ataques de pânico não levam a morte, você sabe disso, não é? — Assenti com a cabeça, mas não cedi a sua explicação.

— Você é médico? Qual sua especialização? — questionei com uma dosagem de desdém.

Movi-me para pegar o cachorro, e ele se agitou. Chase tentou contê-lo, e eu fiz o mesmo, no entanto, a agitação foi tanta que o cãozinho caiu na banheira. Meus joelhos escorregaram no piso liso e molhado, Chase tentou me segurar, mas também escorregou, e eu caí por cima dele.

— Você está bem, Maconheira?

Corei de vergonha, e fiquei mais tempo que o necessário de cara no seu peitoral, não pelo constrangimento, e sim porque o homem tinha cheiro de grama, suor, perfume amadeirado, canela e pasta de amendoim.

 No Próximo Verão (Duologia Romance de Verão)Onde histórias criam vida. Descubra agora