Capítulo 7

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Quando a sexta-feira chegou, Ana estava em polvorosa. Não conseguia parar de batucar os dedos na mesa do restaurante enquanto esperava Christian. Havia providenciado o encontro pelo aplicativo da agência, com a mesma praticidade com que compraria uma passagem de avião, mas sem o programa de fidelidade. Ela recebera o e-mail de confirmação, sua única garantia de que o encontro ainda estava de pé. Era impossível não temer que Christian tivesse mudado de ideia.

Ana gostaria de ter o número do celular dele, mas Christian não devia passá-lo às clientes. Era pessoal demais. Principalmente considerando que uma delas tinha ficado obcecada por ele.

Aquela era uma das maiores fraquezas de Ana, e uma das características definidoras de sua condição. Não sabia se interessar um pouco pelo que quer que fosse. Ou era indiferente ou... obcecada. E suas manias não eram passageiras. Elas a consumiam, se tornavam parte dela. Ana as nutria, as incorporava à sua vida. Como fazia com o trabalho.

Ela precisava tomar cuidado na aproximação com Christian. Tudo nele a agradava. Não só o visual, mas a paciência e a gentileza também. Ele era bonzinho.

Era uma mania esperando para começar.

Sua esperança era conseguir manter a cabeça fria pelas semanas que viriam. Talvez fosse melhor mesmo que tivessem apenas três sessões. Quando terminassem, Ana poderia se concentrar em alguém que pudesse ser seu de fato. Como Sawyer Luke.

Ela notou Christian assim que entrou no restaurante do hotel. Estava usando um terno preto de caimento impecável sobre uma camisa social branca sem gravata. O colarinho aberto chamava a atenção para o pomo de adão e a base do pescoço. Ele esquadrinhou o salão com o olhar e o pousou sobre ela.

Ana olhava o cardápio sem ver nada. Ele não parecia ter pressa de ir em sua direção. Mantenha a cabeça fria.

__Oi. - Christian se sentou diante dela e apoiou as mãos entrelaçadas sobre a mesa.

Ana respirou bem fundo, e sentiu seu cheiro. Suas entranhas se reviraram. Com uma sensação de derrota, ela levantou os olhos na direção dele, contou até três e virou a cabeça para o outro lado.

__Oi.

__Já está nervosa?

Ela deu uma risadinha.

__Estou nervosa desde sábado.

__Por falar nisso... Quem era no telefone quando eu estava indo embora? - Ela comprimiu os lábios para esconder um sorriso.

__Minha mãe. O nome dela é Carla. E pensa que estamos juntos, aliás.

Ele levou a mão à boca sorridente.

__Entendi. E isso é um problema?

__Na verdade, acho que é até bom. Agora que ela pensa que tenho namorado, deve parar de tentar me arrumar encontros às cegas.

__Ah, mãe e encontros às cegas... Sei bem como isso funciona.

__Isso quer dizer que você não tem namorada? - Assim que a pergunta saiu de sua boca, ela fez uma careta. __Desculpa. Esquece que eu falei isso.

Ela não tinha o direito de interrogá-lo sobre questões pessoais, mas uma curiosidade terrível fervilhava dentro de si. Queria saber tudo sobre ele. Se Christian tivesse namorada, fosse quem fosse, ela ia odiá-la.

__Não, eu não tenho namorada, - ele disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Graças a Deus.

__Com que tipo de garota sua mãe tenta juntar você?

Ele revirou os olhos.

__Médicas, o que mais? E enfermeiras. Acho que minha mãe já tentou me juntar com metade do segundo andar da Fundação Médica de Palo Alto.

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