Capítulo 16

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Enquanto abraçava uma Ana entregue aos seus braços, toda derretida e satisfeita, Christian sentiu seu coração palpitar como se estivesse inebriado.

Aquilo não tinha sido uma simulação de foda num relacionamento simulado, ou sexo pro bono para provar que ele era uma pessoa melhor que seu pai.

Ele já tinha transado com centenas de mulheres, mas nunca sentira uma sintonia como aquela. Nunca se sentira tão desesperado para agradar, ou tão extasiado quando ela gritara seu nome e gozara para ele de novo e de novo.

Não sabia o que tinha sido aquilo, mas com certeza não era só sexo.
Ela o abraçou com mais força, deu alguns beijos desajeitados no seu ombro e no seu pescoço e sorriu para ele, fazendo movimentos circulares em seu peito. Aparentemente não era sempre um mau sinal quando os dedos dela se agitavam, mas aquilo fazia cócegas.

Christian pôs a mão espalmada dela sobre seu coração para impedir que começasse a batucar e tentou assumir um estado de espírito mais profissional.

__Olha só você. Vou querer uma avaliação cinco estrelas.

__Seis estrelas. - O sorriso dela se abriu ainda mais. Aqueles olhos cor de oceano brilharam e se esqueceram de fugir logo em seguida, permitindo que ele a encarasse de verdade pela primeira vez naquela manhã. Aquilo o fez sentir que ele próprio tinha um valor inestimável, deixando-o sem fôlego.

__Assim você faz mal pro meu ego, que já é grande o bastante, - ele se obrigou a dizer em tom de brincadeira.

__Você não é nada egocêntrico. É confiante, mas bem modesto. É uma das muitas coisas que amo em você.

Ama?

Ele sentiu uma pontada no peito.

Ela jamais poderia amá-lo. Sentia aquilo com cada fibra de seu ser. O amor exigia confiança, e só uma idiota confiaria nele. Christian era como seu pai.

Mas poderia provar que nem tanto, caso fizesse aquilo direito. Era só o que queria. Ele olhou para o relógio e ficou surpreso ao constatar que não eram nem dez horas. Os acontecimentos daquela manhã pareciam capazes de mudar uma vida, mas os dois estavam acordados fazia só duas horas.

__Estou morrendo de fome e precisando de um café, - ele falou. __E preciso pegar meu carro. Tenho roupas limpas lá.

Acima de tudo, Christian precisava de espaço. Os dois estavam se aproximando demais, e ele tinha que estabelecer algum distanciamento. Levantou da cama e vestiu a calça, sabendo muito bem que Ana o estava admirando. Apesar de se sentir meio ridículo, desacelerou os movimentos de propósito, e flexionou o abdome ao fechar o zíper e abotoar a calça jeans. Na verdade, se vestir exigia muito menos da musculatura do corpo do que ele gostaria.

__Pode ir se arrumando.

Ela franziu a testa.

__Por quê?

__A gente vai sair para fazer compras. É o que os casais fazem de domingo.

****

Ana contorceu a boca ao observar seu reflexo no espelho. Christian estava apresentando uma nova categoria de vestuário para ela.

Roupas de ginástica.

Principalmente, calças de ginástica.

Ela se sentia no paraíso. Não pinicavam nem um pouco e eram sempre justas. Ana adorava se sentir envolvida pela roupa. E ainda faziam o contorno de suas pernas e sua bunda ficar incrível. Ela parecia uma dançarina. Ou uma iogue. Ou um híbrido de ambas.

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