Capítulo 23

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Christian passou a mão pelos cabelos enquanto observava os ternos pendurados no closet de Ana, tentando escolher o que usaria no evento beneficente daquela noite. Ia conhecer os pais dela. Todos os nervos de seu corpo pareciam querer dizer que seria um desastre, mas ele precisava ir.

Ela o tinha convidado.

Ana o espiava da porta, sorrindo.

__Não consegue decidir
qual usar?

__Escolhe você.

Com um jeito tímido, ela entrou no closet. Segurava o vestido feito por ele na altura do peito.

__Fecha o zíper primeiro?

Sem conseguir resistir, ele beijou o pescoço dela, sugando a pele doce enquanto tateava sob o vestido aberto e apertava seus peitos. Quando beliscou os mamilos, Ana inspirou fundo, de um jeito absurdamente sensual.

__Vamos chegar atrasados se você continuar com isso.

__Todo mundo se atrasa nesse tipo de coisa. - Ele mordeu a nuca dela, desceu uma mão para sua barriga e se preparou para enfiá-la sob a calcinha. Adorava tocá-la, e a maneira como reagia.

__Meus pais nunca se atrasam. E querem conhecer você.

Ele interrompeu o movimento. Como não conseguia dizer que queria conhecê-los também — porque sabia que não iam aprová-lo —, Christian falou:

__Isso vai ser interessante.

__Obrigada por ir comigo. Sei que preferia estar fazendo outra coisa.

Ele preferia estar ajustando vestidos de formatura, mas não disse nada.

__Você sabe que gosto de usar terno. - Aquilo pelo menos era verdade. Ele tirou a mão de dentro do vestido e fechou o zíper.

__Que tal um de três peças? Adoro te ver em um.

__O preto, então. Vai combinar mais com seu vestido.

Ela sorria quando virou para ele.

__Meu vestido combina com muita
coisa. As pessoas vão querer saber onde eu comprei. Posso dizer que é uma criação original de Christian Grey?

Ele hesitou ao ouvir aquilo sair da boca dela.

__Você sabe meu sobrenome.

Ana baixou os olhos.

__Estava na conta de luz no seu apartamento e no seu uniforme no álbum. Ficou bravo?

__Você ficou? - Ela teria feito uma busca no Google sobre ele e sua família? Havia matérias bem detalhadas nos jornais locais explicando as merdas que seu pai fizera. Ana poderia ter lido? Não era possível. Ela não o encarava com uma desconfiança velada. Mas era só questão de tempo.

Seu coração disparou, sua pele queimava. Tique-taque, tique-taque.

A contagem regressiva não era mais para saber quando ele explodiria e acabaria magoando todo mundo. Marcava o tempo até que Ana descobrisse tudo e terminasse o que havia entre eles.

Ela levantou um ombro, mas não olhou para ele nem disse nada.

__Você ficou brava, - ele falou quando se deu conta.

__Brava não é a palavra certa.

__Então qual é?

__Não sei. Sinto que você não confia em mim. - Ela abraçou o próprio corpo. __Como se não quisesse que eu fosse capaz de te encontrar quando isso terminar.

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