Capítulo 22

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Ana havia preenchido metade da papelada necessária para abrir uma vaga de estágio em seu departamento — que contava apenas com ela — quando seu celular vibrou. Ela pegou o aparelho na gaveta e sorriu ao ver a mensagem de Christian.

O que minha Ana está fazendo?

Respondeu a mensagem na hora.

Trabalho burocrático.

Quer almoçar comigo?

Ela agarrou o telefone junto ao peito e deu uma voltinha com a cadeira antes de mandar a resposta.

Quero.

Ana havia pedido comida, mas ela continuava intocada sobre a mesa.Podia muito bem guardar na geladeira e consumir no dia seguinte.

A resposta dele fez seu sorriso se abrir ainda mais.

Passa na loja da minha mãe quando puder.

Ana juntou os formulários do estágio em uma pilha e se preparou para sair. Era sexta, e todos tinham saído para comer num dos muitos restaurantes do centro da cidade. Ela atravessou os corredores e entrou no elevador, esperando sair despercebida.

Sawyer apareceu pouco antes que a porta fechasse.

__Vai almoçar fora hoje? Posso ir junto? - ele perguntou.

__Vou encontrar alguém.

__O mesmo cara?

Ela assentiu com a cabeça.

__Ele tem sorte.

Ana olhou para o painel, desejando que os dois andares passassem bem mais depressa.

__Ouvi dizer que vão abrir uma vaga de estágio para trabalhar com você.

__É verdade.

__Meu primo seria um bom candidato.

Os olhos dela saltaram dos números no painel para o rosto de Sawyer.

__Já tenho uma pessoa em mente.

Ele pôs as mãos no bolso e deu de ombros.

__Tudo bem.

__Quer dizer... - Ela soltou um suspiro. __Pode me mandar o currículo do seu primo.

Por mais que quisesse contratar Janie, precisava ser justa no processo de seleção. Sua integridade profissional estava em jogo. A vaga devia ser ocupada por quem fosse mais qualificado.

Christian entenderia. Sua irmã era mais nova, menor e mais fraca, mas ele não facilitava na luta. Ana precisava fazer um processo seletivo adequado, mas achava que Janie acabaria sendo contratada mesmo assim. Quem amava o que fazia — como a irmã de Christian e ela própria — em geral se saía bem. Mesmo que começasse mal, acabava virando o jogo.

Sawyer pareceu gostar daquilo.

__Ótimo.

O elevador chegou ao térreo, e ela saiu para o saguão. Sawyer a seguiu até o carro.

__Você vai ao evento beneficente amanhã, né? - ele perguntou.

__Como é que você sabe disso?

__Minha mãe também está no comitê organizador. Mundinho pequeno,
né? Enfim, queria saber se você já tem companhia. Se eu disser que vou sozinho, minha mãe vai querer escolher alguém para me acompanhar. - Ele sorriu e curvou os ombros de um jeito que o fez parecer uma pessoa muito menos arrogante.

A situação dos dois era bem parecida. Era impossível para Ana não se identificar.

__A minha faria a mesma coisa.

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