O PESO DA CRUZ QUE CARREGO

Capítulo 5

Acordo e sinto-me leve como uma folha, levanto e vou directo a casa de banho para tomar um bom banho e pôr a mão na massa, a água morna cai sobre as curvas do meu corpo fazendo os meus músculos relaxarem ainda mais, decido não prolongar muito o banho e vou escovar os dentes, penteio o cabelo e vou até ao meu armário escolher algo pare vestir, opto por umas jeans azul escuro meio largas e rasgadas nos joelhos, colo um cropped preto de mangas compridas e aberto nas costas, saio do quarto e vou até a cozinha preparar um café e algumas torradas, pego nelas e vou até a sala para pôr a mão na massa, pego no telefone e ligo para o Luke, enquanto chama dou uns goles no meu café e ao passar de alguns segundos ele atende:

- Bom dia Nazlin, precisas de algo?- perguntou Luke antes que eu pudesse falar algo.

- Sim Luke preciso, eu quero que acesses alguns ficheiros do FBI e procures por Javier Lopez, sinto que ele pode estar ligado ao roubo da informação. - digo e dou uma trincadela na minha torrada.

- Tá certo Naz, vou procurar e depois ligo.

Despedimo-nos e desligo, pego no meu computador para dar mais uma vasculhada mas foi em vão, caso o Luke não encontre nada terei mesmo que ir procurar nos arquivos dos meus pais, a minha intuição nunca falha então tenho que ir a fundo.
Passados alguns minutos escuto a porta abrir e quando ergo os meus olhos vejo Danno a sair todo organizado, já deve ter tomado banho, usou umas calças de ganga pretas e uma camisa branca lisa, o cabelo todo puxado para trás ainda estava meio molhado, cumprimentamo-nos e ele foi a cozinha preparar algo para comer, enquanto isso decido vasculhar a vida pessoal de Javier e descubro que tem um filho, Danno vem até a sala com uma tigela de cereais e senta-se a minha frente, faço-lhe uma breve atualização e ele limita-se a abanar a cabeça em concordância enquanto come os cereais, devora tudo e deixa a tigela na mesinha de centro, encosta-se na poltrona e olha fixamente para mim:

- Temos uma conversa pendente Naz e acho que seria bom termos agora para podermos trabalhar bem. - diz com uma expressão suave.

- Tens toda razão mas seria melhor se me fizesses perguntas porque a estória é tão longa que nem sei por onde começar. - digo e encolho os ombros.

- Tá certo.- faz uma pausa para pensar e continua - quem é a Alexis e qual é a vossa relação?

- Bom, Alexis ela trabalha para o meu pai - vejo o seu ar confuso e esclareço logo - não estou a falar do meu pai que conheces, estou a falar do meu pai biológico.

- Pai biológico? - pergunta ainda mais confuso.

-Acho que já sei por onde devo começar a contar. - fecho o computador e continuo - eu sou filha de Sergei Aleksanderovich, que se fores a investigar bem vais descobrir que é o maior e mais temido traficante da Rússia.

- Uau, já começaste pela parte mais interessante. - damos uma gargalhada e ele pergunta - E a tua mãe?

- Bom... o nome dela eu não sei, tudo que sei é que ela foi assassinada pelos inimigos do meu pai que sequestraram nós duas e como forma de fazer ele sofrer me mandaram para um orfanato aqui na Espanha. - olho para o chão e continuo - eu era só um bebê quando isso tudo aconteceu e então fui adotada por um casal de agentes do FBI que estavam em missão aqui na Espanha e acabei virando espanhola.

-Uauuu Nazlin, desculpa mas não consigo dizer mais nada que não seja Uauuu.

- É normal, quando as peças foram se juntado eu também tive a mesma reação e para piorar tive que fazer um trato com o Sergei para poder voltar a Espanha.

- Agora já estou meio perdido, como assim voltar para a Espanha?

- Acho que o Hank deve ter comentado contigo que fui muito bem treinada em diversos países, bom.... também fui a Rússia estudar e foi lá que reencontrei o Sergei e foi uma tremenda confusão que não quero entrar em detalhes mas em suma agora trabalho para ele e é por isso que estou toda hora com a Alexis, ela trabalha para ele.