Capítulo 11

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Após despedir-me do Aslan e o guarda continuei subindo as escadas até que finalmente já me encontrava no interior do hotel, sou encaminhada por uma jovem rapariga bem simpática para o grande salão onde iria decorrer o evento, quando lá entro fico espantada com a quantidade de pessoas e muitas delas eram pessoas bem famosas e de prestígio, já era de se esperar mas mesmo assim fiquei espantada. Caminho lentamente e discretamente procuro Danno, sem sucesso, ao fim de alguns minutos um senhor veio ao meu encontro tentar puxar conversa mas não durou muito, eu já não estava a conseguir falar demais como era o suposto plano, a troca de olhares com o Aslan foi muito sinistro e confesso que mexeu com a minha estabilidade, pego numa taça de champanhe e quando viro-me vejo Danno sorrindo enquanto caminha na minha direção, suspiro de alívio.

- Boa noite minha donzela. - diz ao mesmo tempo que pega a minha mão e dá um leve beijo.

- Finalmente Danno, aonde estavas? - faço um sorriso para disfarçar devido às câmeras.

- Estava a ajustar algumas coisas com o Luke. - sorri e continua - a senhorita poderia conceder-me uma dança?

Danno pega a minha mão e me puxa, ele começa a mexer-se e repara que fiquei parada, olha para mim e começa a rir ao perceber que não sei dançar, as gargalhadas eram tão contagiantes que também comecei a rir, passados alguns minutos ele acalmou-se e tentou mostrar-me alguns passos básicos mas sem sucesso, foi nesse momento que senti Danno afastar-se e quando franzi a testa ele fez um sinal estranho um a mão, quando olho para trás vejo o Aslan com um ar sério parado e com os seus olhos fixos nos meus.
Tudo a nossa volta parece ter congelado, sinto-me confusa, tento desviar os meus olhos mas não consigo fico hipnotizada com o azul bem claro dos seus olhos, reparo que a respiração dele ficou ofegante quando repentinamente ele coloca as suas mãos na minha cintura e sem que eu desse conta do que estava a fazer as minhas mãos já estavam apoiadas sobre o seu pescoço, ele usa as mãos para me guiar lentamente na dança, quando finalmente desvio o olhar reparo que os convidados tinham se afastado para poder contemplar a dança, nesse momento fiquei constrangida, afastei-me do Aslan e sai rapidamente do salão onde estava a decorrer o evento, sinto uma mão a segurar o meu braço, quando viro-me é o Aslan e está com um ar preocupado.

- Tá tudo bem contigo? - pergunta-me.

- Sim... tá sim. - tento recompor-me e imediatamente lembro-me que tenho uma meta para concluir ainda hoje - só acho que não estava pronta para ter tantos olhos voltados para mim.

- Já agora, desculpa por ter te puxado para dançar sem ter pedido. - disse enquanto soltava o meu braço.

- Ah ta tudo certo, acho que até aprendi uns leves movimentos. - rimo-nos.

- Queres voltar? - faz uma pausa passa a mão pela barba e continua - assim posso ensinar-te mais.

- Sendo sincera preferia aprender em um lugar mais reservado sem um monte de pessoas paradas a olhar para mim.

- Então segue-me.

Caminhamos até o elevador e quando entramos vejo ele a pisar no botão do vigésimo andar, ficamos em silêncio até as portas do elevador abrirem e quando isso acontece Aslan faz um gesto com as mãos para que eu saía primeiro e assim o faço, caminhamos pelo longo corredor até a porta que vai dar as escadas e ele abre para que eu possa passar, subimos até o terraço e quando ele abre a porta fico espantada com o que vejo, era simplesmente maravilhoso e uma cena digna dos filme de maior romance, tinha plantas com flores para tudo que é canto, no chão tinha um vasto tapete de relva artificial, diversos candeeiros a vela espalhados pelas paredes, entre as plantas e até no chão.
Um dos seus funcionários vem até mim e ajuda-me a tirar os sapatos para que eu ande sobre a relva artificial, Aslan também se descalça e caminha até uma mesa de vidro no meio do terraço, puxa uma cadeira e chama-me para que eu sente nela, sinto-me no paraíso só de caminhar naquele espaço maravilhoso, sento-me e Aslan faz o mesmo.

- Agora podes ficar mais confortável, aqui estás longe de qualquer olhar que não seja o meu.

- Este sítio é incrível. - é tudo o que consigo dizer.

- Também acho, mandei modificar todo este espaço para que eu tivesse ao menos um lugar de paz e sossego.

- Ficou perfeito.

- Queres vinho? - põe-se direito na cadeira e continua - só agora apercebi-me que nem nós apresentamos, chamo-me Aslan.

- Oh, é verdade. - finjo um sorriso de surpresa - eu sou a Nazlin.

- Ótimo... então Nazlin, vais querer vinho?

- Sim vou, tinto por favor Aslan.

- Excelente escolha Nazlin. - rimo-nos.

Aslan chama o seu funcionário e pede duas taças e a melhor garrafa de vinho tinto que tiver na garrafeira, alguns minutos depois o jovem funcionário volta com as taças e o vinho, coloca na mesa e retira-se, Aslan pega no vinho e pergunta-me se sei ver quando um vindo é mesmo de qualidade e eu obviamente disse que não até porque realmente não fazia ideia, então ele pagou no meu dedo e colocou num buraco bem fundo na base da garrafa e explicou-me que quanto mais fundo for melhor é a qualidade do vinho. Serviu nas taças e passou-me uma, levantou-se e foi a procura do seu funcionário, nesse momento abri o meu anel e tirei o chip, coloquei na taça dele e continuei bebendo do meu vinho até que uns minutos depois Aslan voltou com alguns aperitivos e deixou na mesa, sentou-se e pegou na sua taça, enquanto apreciava à vista da cidade foi bebendo um pouco do vinho até que acabou a taça, confesso que nem tinha reparado no quão bonito ele era, para além dos olhos lindos a sua pele era meio bronzeada o que deixava o seu olhar ainda mais atraente, tinha o cabelo castanho escuro todo para trás, as sobrancelhas bem grossas e cheias, a sua barba bem cortada, simplesmente bonito demais para o que as fotos mostravam.
Afasto esses pensamentos da minha mente, dou uma olhadela discreta para a sua taça e vi que ele tinha engolido o chip, agora é só rezar para que tudo corra como o planeado, acabo a minha taça de vinho e levanto-me.

- Aslan tá tudo muito agradável mas tenho que ir.

- Posso deixar-te em casa se quiseres. - diz enquanto levanta-se.

- Não precisas dar-te trabalho, vim a conduzir.

- Tá certo então. - passa a mão na barba e parece escolher bem as palavras antes de falar - quando voltarei a ver-te?

- Brevemente talvez.

O PESO DA CRUZ QUE CARREGO Onde histórias criam vida. Descubra agora