Desço a escadaria do hotel e logo Luke vem com o meu carro, sem fazermos muito contacto visual entrega-me as chaves e volta a posicionar-se, entro no carro e dirijo, quando afasto-me o suficiente do hotel ligo para o Hank e ele atende no segundo toque, diz-me para abrir o porta-luvas e que encontrarei as coordenadas do meu novo apartamento que já está todo equipado com escutas e câmeras, assim o faço. Dirijo rumo a uma zona mais requintada de Madrid, com apartamentos bem luxuosos, tenho que confessar que não espera que o FBI fosse alugar um apartamento deste tipo para mim, conseguiram surpreender-me, estaciono em frente ao prédio do endereço que o Hank deixou, logo vem um jovem receber-me na porta do edifício, leva-me até ao elevador e eu entro, não percebo a necessidade de um elevador para um prédio de quatro andares mas ricos tem dessas mesmo, subo até o quarto andar e logo que a porta do elevador se abre deparo-me com uma segunda porta que pedia uma senha, olho para o papel e vejo que o Hank anotou uma palavra esquisita e decido tentar essa, coloco e a porta se abre, logo que eu dou uns três passos pelo pequeno corredor ambas portas fecham-se, pego no chaveiro que estava no carro e abro a porta, quando lá entro fico de boca aberta, o FBI não mediu esforços mesmo, a casa estava pintada de preto e cinzento escuro, móveis pretos com detalhes dourados, tinha dourado em tudo que era canto como detalhe, chique. Caminho em direção ao quarto para ver se relaxo um bocado, tiro o vestido e deixo no chão mesmo, lanço-me para a cama e alguns minutos depois já tinha adormecido.
Desperto com o som do meu celular ecoando por toda a casa até fico assustada, quando olho pra o teto vejo que é um apartamento tecnológico, decido gritar atender para ver se realmente é e por incrível que pareça fiquei surpresa ao ver que atendeu mesmo a chamada, e foi então que ouvi a voz do Aslan para o meu espanto:- Bom dia Nazlin, desculpa ligar sem avisar.
- Aslan?! - perguntei meio confusa.
-vSim sou eu, levei o teu número na lista de convidados do evento de ontem. - ficou um silêncio constrangedor.
- Ahm... - não consigo dizer mais nada.
- Podes autorizar a minha entrada aqui na portaria?
Todo o pingo de sono que ainda me restava desapareceu naquele preciso momento, afinal de contas que merda é essa de vir para casa de alguém as dez horas sendo que nem conheces verdadeiramente a pessoa, digo a portaria para o deixar subir e corro para o closet, para o meu espanto todas minhas roupas estavam penduradas e bem arrumadas, pego numa camisola de malha preta e umas calças largas pretas, corro até a porta e antes de ir abrir mando uma mensagem para Luke ativar às câmeras e as escutas, ele respondeu-me logo em seguida e então vou abrir a porta para o Aslan sair do elevador.
Já dentro do apartamento digo-lhe para que fique à vontade enquanto vou escovar rapidamente os dentes, chego na casa de banho e demoro uma eternidade para encontrar a escova de dentes, escovo os dentes e nesse momento reparo que estou despenteada, abro a gaveta e tiro uma escova para dar um jeito no cabelo, acabo de me organizar minimamente e vou para sala ter com ele e reparo que ele está com um ar preocupado.- O que se passa Aslan? - pergunto.
- Nazlin eu serei muito direto contigo. - respira e continua - preciso que venhas comigo para o laboratório do meu pai.
- Fazer o que no laboratório do teu pai? - finjo estar surpresa - olha Aslan, acho que não temos assim tanta aproximação ao ponto de me levares para um laboratório.
- É que eu não sei como vou te explicar o que está acontecer Nazlin. - coloca as mãos na cara.
- Então eu não vou! - levanto-me - não posso ir para um laboratório sem saber o que estou a ir fazer e como se não bastasse com um estranho.
- Eu não sou um estranho Nazlin. - parece estar decepcionado com as minhas palavras.
- O que quis dizer é que nós não nos conhecemos assim tão bem para confiarmos um no outro.
- Se eu te contar prometes que vamos juntos?
- Digamos que sim.
- Alguém implantou um chip em algo que comi ou bebi, preciso ver se por acaso também não fizeram o mesmo contigo. - faz uma pausa - podes ser também um alvo por teres estado tão próxima de mim.
- Um chip?! - finjo estar surpresa - mas isto é um filme ou o que Aslan?
- Eu sei que parece estranho mas...
- Quem és tu afinal de contas? - olho fixamente para ele - deves estar metido em algo bem grave ao ponto de te fazerem isso.
Aslan desvia o olhar, levanta-se e sem olhar para mim pede para que eu me prepare para irmos, diz que tudo irá se resolver mas enquanto ele não descobre é melhor eu ficar sobre a proteção dele, faço um drama básico e nego mas ele insiste que é o melhor, proponho que se fosse para ficarmos juntos teria que ser na minha casa e ele diz que irá ponderar sobre o assunto.
Já dentro do carro o motorista dirige para fora da cidade, durante todo o caminho ficamos em silêncio e do canto do olho reparei que Aslan virava uma vez a outra para olhar para mim, talvez deve ser um bom sinal de que estou a caminhar bem. Fizemos cerca de uma hora de estrada até ao dito laboratório, quando lá cheguei me desinfectaram todinha, da cabeça aos pés, coloquei uma camisa branca larga enorme que chegava-me quase nos joelhos, a enfermeira levou-me até uma máquina onde eu deveria ficar deitada e vinha um detector de metais por cima de mim, quando o detector passou pelo meu estômago começou a fazer um som irritante e foi então que o doutor entrou na sala e mandou a enfermeira tirar-me da máquina. Quando sai da máquina levaram-me para um quarto e deram-me um líquido para beber, a enfermeira disse que era para descolar o chip da parede do meu estômago e que depois eu sentirei muitas dor de barriga, passaram uns trinta minutos e comecei a contorcer-me, a dor era tanta que nem conseguia manter-me em pé, fui a gatinhar até a sanita, confesso que nunca tinha feito tanta diarreia como naquele dia, tenho certeza que não sobrou nem um líquido sequer no meu corpo porque eu estava muito fraca quando finalmente já não saia nada.
Após limpar-me e voltar a vestir, a enfermeira traz uma cadeira de rodas e eu sento-me nela, leva-me até o carro e o Aslan ajuda a colocar-me dentro do carro, eu ainda estava tão fraca que acabei desmaiando.
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O PESO DA CRUZ QUE CARREGO
Teen FictionEPÍLOGO Nazlin Robert é uma jovem treinada para ser fria e impiedosa, não sabe lidar com as emoções e nem com quem ela ama, carrega no seu coração muita dor e rancor pelo seu pai biológico, o maior e mais temido traficante da Rússia. É através de um...