Já estava bem escuro quando estacionamos na parte de trás do casino que ficava em uma grande mansão, varias pessoas que frequentam o lugar costumam deixar seus carros ao longo do caminho e andam a pé até a mansão para não dar nas vistas, mas nós optamos por deixar atrás porque é suposto levarmos o Antônio até ao nosso esconderijo e para que ninguém veja o carro que ele irá entrar. Saímos do carro e damos a volta a mansão para poder entrar por frente, eu entro primeiro e mostro a minha identificação falsa ao segurança e ele deixa-me passar, Danno faz o mesmo cinco minutos depois e também o deixam passar. Quando entro na grande sala fico impressionada com a quantidade de gente e até reconheço alguns artistas famosos da Espanha, alguns cantores e muitas pessoas anônimas mas que esbanjam riqueza só pela roupa que vestiram, e logo vejo o meu alvo no meio de algumas pessoas entre gargalhadas que depois aproxima-se de um outro grupo de pessoas, presumo que esteja a fazer papel de um bom anfitrião por isso vou até ao bar e escolho uma cadeira que esteja mesmo à vista dele, puxo o meu vestido um pouco para ficar mais curto e sento-me, peço um copo de whiskey e sou servida com a velocidade da luz, adoro pessoas rápidas, pego no meu copo e giro a cadeira para que o Antônio reparasse que sou uma cara nova no ambiente e é nesse momento que o vejo a cumprimentar Danno, bebo um gole da minha bebida, não tarda muito e Antônio vem até mim com um sorriso de ponta à ponta e eu opto por manter um certo ar de rica arrogante com um leve sorriso, o clássico, que não dá muita intimidade logo de primeira e ele parece gostar, ele pergunta como me chamo e nem dou-me o trabalho de mentir já que daqui a umas horas darei cabo dele, dou um longo gole para acabar a bebida e ele logo oferece-me outro por conta da casa e pede um para ele também, e assim se foi um copo atrás do outro e ele já estava mais que alegre, mal sabe ele que bebo tanto whiskey que preciso mais do que uma garrafa para me derrotar.
Um dos funcionários do casino veio e disse qualquer coisa no ouvido do Antônio que pediu mais um copo e bebeu tudo de uma vez, depois levantou-se e foi para o centro da sala para comunicar que o jogo iria começar, explicou as regras e depois voltou a sentar-se ao meu lado.- Não vais jogar querida Nazlin? - perguntou.
- Não, na verdade eu não sou muito boa nessas coisas de aposta. - sorrio.
- E porquê vieste a um casino se não foi para jogar? - solta uma gargalhada.
- Queria experimentar ambientes diferentes e talvez conhecer pessoas diferentes, sexys e interessantes. - digo e pisco o olho - e também porque o meu irmão queria experimentar.
- Irmão?
- Sim, olha ele ali. - apontei para o Danno - mas confesso que gostaria de estar a fazer algo mais excitante. - bebo um gole da minha bebida.
A sedução sempre foi o meu ponto mais forte e todos caem que nem uns patinhos o que não foi diferente com Antônio que sugeriu-me que fôssemos aos quartos de cima mas eu recusei e disse que preferia que fosse na minha casa e ele concordou, levantei-me e fui chamar Danno, voltei para chamar Antônio e os três saímos, caminhamos para dar volta a casa e aproveitei para mandar mensagem para Luke ir ter conosco no esconderijo com as armas e tudo que lhe pedi, enquanto caminhávamos Danno e Antônio estavam numa boa conversa sobre vôlei por isso acelero o passo e dou uma palmadinha no rabo do Antônio e ele volta atenção para mim, chegamos no carro e sentei-me no banco de trás com Antônio e Danno foi a conduzir, sugiro que passemos de algum sítio para comprar uma garrafa de whiskey e Antônio diz ter um amigo que pode nos dar, nesse momento Danno e eu nos olhamos pelo retrovisor e imediatamente pergunto a ele se não ficou nenhuma garrafa na nossa casa e Danno diz que deve ter, essa foi por pouco.
Danno conduz devagar para dar tempo a Luke de chegar no local e logo que recebemos a confirmação dele Danno aumenta a velocidade e ao chegarmos no esconderijo Antônio fica surpreso ao ver que tratava-se de um barracão abandonado no meio do nada e olha para mim, abro a porta do carro e desço, Danno faz o mesmo e vai abrir a porta do Antônio que desce com um ar ainda mais confuso, dou volta ao carro e vou ter com ele, digo-lhe para entrarmos mas ele começa a ficar receoso, Danno lhe dá um golpe na cabeça e ele desmaia, chamo Luke para nos ajudar a carregar o corpo, o levamos para dentro e colocamos em uma cadeira, amarramos os pés, as mãos e o peito dele sobre a cadeira.
Luke me entrega a minha maleta com as armas que lhe pedi e abro ela em cima de uma mesa velha que estava no barracão, tiro os meus canivetes de diversos tamanhos e muito bem afiados e coloco em ordem de tamanho na mesa, tiro uma arma nove milímetros, uma caneta com laser, umas cordas grossas, tiro a mistura de venenos que tava no sutiã e coloco na mesa, pergunto a Danno se tem uma garrafa de água e ele vai até ao carro buscar uma e um copo descartável, a noite vai ser longa.
Passados uns dez minutos o nosso alvo recupera lentamente a consciência e quando finalmente abre os olhos me aproximo dele com um ar bem sério e ele parece mais confuso e assustado do que antes, como se estivesse a ter um pesadelo e ele nem sonha com o que ainda está por vir.- Então Antônio, sendo muito honesta contigo hoje não estou com muita paciência para lenga-lenga e tu sabes muito bem o que eu quero saber então desembucha. - digo enquanto aperto o seu queixo.
- Eu..eu...eu... não sei do que falas.
- Ah tu sabes muito bem e como sabes. - lhe dou um soco no nariz e continuo - eu já te disse que não tenho paciência, Danno passa-me o canivete médio.
- Eu juro que não sei, por favor.
- Ok vou te dar um palpite. - agacho-me e corto levemente a sua bochecha esquerda - quero saber para quem tu trabalhas, o dono do casino clandestino.
Ele recusa-se a dizer então pego no seu ombro e dou uma facada bem no seu estômago e ele geme de dor, sinto um movimento por trás e quando viro-me vejo Danno andar de um lado para o outro com um ar atordoado, volto-me para ele e pergunto o que se passa, ele continua nervoso e diz-me que não estava pronto para esse tipo de coisa, nunca torturou alguém antes diferente de mim que já o fiz inúmeras vezes e todas essas vezes sei que na verdade estou a tentar libertar-me dos demônios do passado que ainda me perseguem. Peço ao Luke para que tire Danno da sala para que ele não visse o resto da tortura e Danno recusa-se a sair então prossigo assim mesmo, dou mais um soco no nariz do Antônio e começa a sangrar ainda mais, pergunto mais uma vez sobre o nome do chefe dele e ele nega então pego na minha nove milímetros e dou um tiro no pé dele fazendo ele gemer de tanta dor, agacho-me e pergunto novamente e acaba por confessar que o chefe é o Javier Lopez e que o mesmo é o dono do casino, conta-me que Javier vive em Madrid, o que nós já suspeitávamos, que ele quer vingar-se do governo americano por terem sido responsáveis pela queda de varias empresas dele.
Já satisfeita com a informação peço Danno a garrafa de água e coloco todo pó da minha mistura de venenos, fecho a garrafa e agito bem, abro a garrafa e vou até o Antônio, pego na sua cabeça que estava descaída e levanto para que ele me olhe, ordeno para que beba tudo e assim o faz, ao fim de alguns minutos ele começa a passar mal então dei a volta a sua cadeira fazendo ele ficar de costas para mim, passei a minha mão para poder pegar o seu queixo e puxo a sua cabeça para trás, nesse momento Danno aproxima-se de mim nervoso e olho para ele confusa:- Danno que merda é essa agora? - pergunto sem largar o queixo do alvo.
- Estás sem luvas Nazlin! - o seu tom de voz aumenta - eu é que devo perguntar que MERDA é essa.
Limito-me a olhar-lhe e sem desviar o olhar corto a garganta do alvo, Danno fica puto da vida e sai deixando-me com Luke, muito rapidamente limpo as minhas mãos e volto a meter tudo que estava na mala enquanto Luke desamarra o alvo para podermos colocar no plástico, logo que organizo tudo vou ter com ele, carregamos o corpo e enrolamos num plástico enorme, pego na minha maleta e vou até o carro para guardar e vejo Danno com a cabeça encostada no volante, meto a mala na bagageira e volto a entrar para carregar o corpo para o carro de Luke.
Passados alguns minutos já estávamos na estrada para ir ter com o Hank e durante todo o caminho Danno não disse nem sequer uma palavra e eu não tive coragem suficiente para quebrar o silêncio entre nós, quando chegamos no ponto combinado o carro do Hank já estava lá, Danno desceu rapidamente e bateu à porta com tanta força que tive um pequeno susto, respiro fundo e desço, olho para Hank e ele está com uma expressão neutra e Danno ainda mais nervoso, embora ainda não disse nada, cumprimento Hank e o ponho a par de tudo que aconteceu, Danno continua calado, quando acabo de falar Hank olha para Danno e procura saber o que tinha acontecido.- A Nazlin enlouqueceu não tenho dúvidas disso Hank. - respira fundo para se acalmar e continua - ela não pensa na porra do risco que podemos correr pelo simples fato dela não querer pôr a merda das LUVAS!!
- Resolvam-se os dois o quanto antes, não temos tempo para isso na missão. - diz Hank e olha-me fixamente nos olhos.
- Nazlin tu nem sequer recuaste quando eu te avisei, simplesmente cortaste a merda da GARGANTA!!
- Olha desculpa eu não tinha outra escolha, as minhas mãos já estavam lá. - minto.
Nesse momento Hank vem ao meu encontro e pega no meu ombro direito e diz:
- Acho melhor lhe contares a verdade Nazlin. - diz e vai-se embora.
- Que verdade Nazlin? - Danno olha-me nos olhos e não consigo decifrar o seu olhar, é uma mistura de raiva com decepção.
- Danno...
- Eu pensava que já não existia segredos entre nós Nazlin, o que eu ainda não sei sobre ti?
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Interação
•O que vocês acham que a Nazlin tanto esconde?
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O PESO DA CRUZ QUE CARREGO
Novela JuvenilEPÍLOGO Nazlin Robert é uma jovem treinada para ser fria e impiedosa, não sabe lidar com as emoções e nem com quem ela ama, carrega no seu coração muita dor e rancor pelo seu pai biológico, o maior e mais temido traficante da Rússia. É através de um...