Capítulo 3

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Já na rua sinto o ar frio queimar-me as maçãs do rosto, tinha me esquecido que estava frio, caminho em direção ao ponto de encontro e reparo no quão calma a rua esta por isso olho para o relógio e vejo que já são onze da noite, não tarda nada vejo um carro preto no fim da rua e acelero o passo, quando me aproximo do carro vou até o lado do condutor e dou umas leves batidas no vidro.

- Podias ter sido mais rápida. - diz Alexis ao baixar o vidro.

- Não sabia que o teu brevemente seria hoje. - digo ao dar a volta e abro a porta.

Já dentro do carro Alexis passa-me um saco de pano com roupas lá dentro e diz-me para trocar de roupa, sinto-me meio desconfortável por ter que trocar de roupa ali, não por ser no carro mas por ser em frente a Alexis, mas não tenho outra escolha por isso tiro a minha camisola e coloco o cropped de manga comprida azul escuro, tiro as minhas botas e as calças, coloco meias calças pretas finas e uma saia de cabedal preta, quando faço menção em usar as botas Alexis passa-me uns saltos pretos bem altos e eu os calço.
Abro o porta malas e tiro um batom cor de vinho e passo nos lábios, solto os meus cabelos ruivos e Alexis me elogia, o que é extremamente raro, é nesse exato momento que olho para ela e reparo que está muitíssimo arranjada com os cabelos castanhos longos bem penteados e presos num rabo de cavalo, também está a usar um cropped mas o dela é vermelho e a saia de cabedal é idêntica à minha, confesso que está muitíssimo bonita.
Ficamos em silêncio todo o caminho até chegarmos a um bar meio isolado da cidade, pergunto a Alexis e ela diz-me que o nosso alvo é o dono do bar e o motivo da encomenda é que ele pirateia as armas que são enviadas para Rússia e como já foi avisado e voltou a fazer agora é hora de colocar um fim. Combinamos todo o disfarce e entramos no bar, o ar em si já era pesado obviamente pelo uso de maconha que fazia-se sentir e pelo cheiro a suor bem forte, sem dúvidas gostaria de estar em qualquer sítio menos ali, avisto logo o nosso alvo numa mesa com diversos homens, todos apresentam um porte trabalhado nos músculos e diversas tatuagens, faço sinal a Alexis e nos dirigimos para uma mesa bem próxima, não foi preciso muito esforço para despertarmos atenção de todos aqueles homens moribundos que quase escorregavam de tanto babar ao nos verem. Quando nos sentamos Alexis faz uma troca de olhares meio sensual com o alvo e parece-me ter despertado um grande interesse por parte dele, pedimos cervejas e o garçom traz logo em seguida, olho para Alexis e pego no meu copo, levanto-me e vou até ao bar puxar conversa com um indivíduo que lá se encontrava, deixando Alexis sozinha para que o alvo fosse puxar conversa, o que não demorou acontecer.
Chego no indivíduo que está a beber sozinho no bar e puxo conversa sobre as luzes do bar só para ver se ele era amigável ou arrogante, para minha sorte ele entrou na conversa e tudo estava andar perfeitamente quando sinto um movimento na mesa da Alexis, ela e o alvo se levantaram e iam em direção à porta das traseiras, Alexis olha de relance para mim e eu me despeço do indivíduo com quem conversava, sigo Alexis e o alvo, eles saem e eu espero alguns segundos até sair sem fazer muito barulho com a porta, lá estava Alexis a beijar o alvo e para a minha sorte ele estava de cotas para a porta então pego no meu canivete e avanço por trás fazendo pressão sobre a garganta do indivíduo para que o corte seja profundo, e corto rapidamente a garganta dele, ele pega com as mãos mas é impossível estancar o sangue e cai no chão, Alexis olha para mim e sorri.
Saímos a correr em direção ao carro e Alexis pôs-se imediatamente ao volante e eu no banco ao lado, arrancamos a alta velocidade e cerca de quarenta minutos já estava na minha casa, olho para o relógio e já são quatro da manhã, estou morta de cansaço, abro a porta de casa e fecho sem fazer barulho para não acordar o Danno mas quando estou para entrar no quarto reparo que ele está sentado no sofá com o olhar bem fixo em mim e sinto como se estivesse a fazer algo de errado, o que realmente estava mas não era suposto me sentir assim, decido não prolongar o momento constrangedor e entro no quarto, tiro a roupa e atiro para o chão, vou até a casa de banho e me coloco logo no chuveiro com a água fria a percorrer todo meu corpo e a minha cara, fecho os olhos e mergulho numa sensação de descanso e paz, é estranho pensar no quão adoro estar em paz mas com o estilo de vida que levo paz não faz muito parte do vocabulário. Saio do banho e coloco uma calças largas e uma camisola de algodão preta, sem forças para mais nada me atiro na cama e logo sou consumida pelo sono e adormeço.
Sinto uma mão abanar-me o braço e quando abro os olhos mesmo com a vista meio desfocada consigo ver que é Danno mas não consigo perceber o porquê dele estar acordar-me.

O PESO DA CRUZ QUE CARREGO Onde histórias criam vida. Descubra agora