Capítulo 9

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O resto do dia passou a correr, Luke veio a Madrid e Danno foi ter com ele no hotel onde ele estava, eu passei o dia todo a investigar sobre o assassinato misterioso de Anna que foi arquivado faz cinco anos, lembro-me que o meu pai insistia em investigar o caso por conta própria porque ele achava que Javier estava metido nisto até o pescoço, mas acho que ele acabou por desistir do caso embora agora eu é que estou muito interessada nele.
Já são seis da noite quando saio e vou pegar Danno no hotel para irmos até a casa dos meus pais, durante todo caminho ficamos em silêncio enquanto Danno baixava alguns arquivos importantes. Logo que chegamos desço do carro e paro em frente do portão, Danno faz o mesmo, o portão abre-se automaticamente e quando entramos somos recebidos pelos guardas da casa que mostram-se surpresos ao me ver, olho para Danno e vejo o brilho nos olhos dele ao ver a casa dos meus pais, sei que aparento ter condições e com os meus trabalhos ganho fortunas, mas mesmo assim tenho certeza que Danno não esperava ver uma casa tão grande assim, a casa aparenta ter um único piso mas a verdade é que também tem a área subterrânea. Caminhamos em direção à porta, abro e faço sinal com a mão para que Danno entre primeiro, quando entro vejo que está tudo escuro então bato palmas três vezes e as luzes do corredor acendem.

- Tecnologia de ponta hein?! - comenta Danno com um sorriso de ponta a ponta.

- Isto foi só um cheirinho. - dou uma piscadela

Caminho em direção ao meu quarto e Danno segue-me, porém decide ficar parado na porta, vou até a prateleira ao lado da cama e puxo um livro vermelho, a prateleira afasta-se, Danno fica boquiaberto ao reparar que por trás da prateleira existe um elevador. Abro a porta do elevador e entro, Danno permanece intacto na porta e eu o chamo, ele caminha ao meu encontro e entra no elevador que nos leva para a área subterrânea, tava tudo silencioso até que Danno quebra o silêncio entre nós:

- Uau, área subterrânea hein. - passa a mão na cabeça enquanto olha ao redor - só tu tens acesso a esta área?

- Não, os meus pais também têm um elevador deles.

- Que belo investimento... quer dizer, isto é coisa dos filmes.

Abro a porta do elevador e caminho em direção à uma vasta parede com gavetas cheias de arquivos sobre todos os casos que meus pais pegaram, os meus passos ecoam sobre a sala, abro logo a gaveta vinte e me deparo com uma enorme pasta com arquivos sobre Javier Lopez, entrego ao Danno e vou até o cofre onde coloco um bocado de saliva sobre uma pequena tela digital e o cofre se abre, entro e vou direto para a minha prateleira de armas, pego em todas armas fantasmas que consigo e coloco em sacolas pretas, Danno vem e ajuda a carregar as sacolas até o elevador.
Alguns minutos depois já estávamos no caminho de volta para o meu apartamento e foi então que Danno colocou-me a par de toda informação que Luke passou e aproveitou para me informar que a nossa missão começava oficialmente amanhã no famoso evento semanal dos Lopez para uma suposta angariação de fundos para os refugiados, o que na verdade não passa de uma tremenda mentira já que os seus centros de apoio na verdade servem para contrabandear armas por toda a Europa.

- Capricha no vestido de amanhã porque o Aslan tem que cair na tua lábia. - diz Danno com um sorriso maquiavélico.

- Todos caem na minha lábia Danno, até tu. - dou uma piscadela.


Quando chegamos no nosso prédio paro o carro para Danno descer e continuo o meu trajeto rumo ao bar da Bella, preciso conversar com ela, confesso que sinto um pouco de saudades das gargalhadas  dela mas é necessário manter uma certa distância para que ela não vire alvo de alguém que queira se vingar de mim, embora ela não queira entender a importância do nosso afastamento.
Quando chego reparo que o movimento do bar não está tão alto como da primeira vez que cá estive, talvez por ter vindo uns dias após inauguração, entro e sou possuída pela atmosfera húmida do bar, tinha um bom número de pessoas, algumas bem suadas dançavam coladinhas na pista, outras entornavam exageradamente shots pela goela baixo, caminho por entre as pessoas na pista de dança e um garçom veio na minha direção, pergunto sobre Bella e ele leva-me até a escritório dela. Quando entro no escritório deparo-me com a figura da Bella em cima de uma cadeira a procura de algo para prateleira, estava com um vestido curto vermelho que realçava bem a pele dela, quando fecho a porta ela assusta-se, desce da cadeira com o livro e caminha em direção à mesa.

- Pensava que não volta a ver-te tão já. - comenta Bella com um sorriso meio maquiavélico.

- Bom... - travei - na verdade precisava conversar contigo.

- Sobre o que Nazlin? - senta-se e faz sinal para que eu faça o mesmo.

- Amanhã começo oficialmente a minha missão.

- Uau, tenho a certeza que não estás a dizer isso para receber a minha opinião. - o sorriso dela começa a desaparecer.

- Estou a dizer-te porque será uma missão muito longa e não poderemos manter nenhum contacto...

- Ahh deixa-me adivinhar... para não pôr a minha vida em risco né?! - pergunta ironicamente.

- Bella....

- Nazlin, eu já percebi, aliás já tinha percebido quando vieste da outra vez aqui - olha-me fixamente - não precisavas vir perder o teu maravilhoso tempo comigo.

- Bella, Porra!! - faço uma pausa - eu vim aqui falar contigo porque tu és importante para mim, se não fosse isso ia te mandar pastar.

- As pessoas importantes nós mantemos por perto Nazlin.

- Não quando a vida delas está em causa!

Não queria ter que discutir com ela justamente hoje, queria que ela entendesse tudo e que a nossa vida pudesse voltar ao normal quando terminasse a missão. Levanto-me e vou ter com  ela,viro a cadeira dela para que ela olhe para mim, pego na sua mão e peço para ela se levantar, abraçámo-nos por longos minutos e quando suavemente afasto-me ela tenta dar-me um beijo mas eu esquivo e pisco o olho, caminho em direção à porta e vou embora.

O PESO DA CRUZ QUE CARREGO Onde histórias criam vida. Descubra agora