Capítulo 17

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Depois da Bella ir embora acabei adormecendo e na manhã seguinte acordei com um telefonema da portaria a informar que tinham deixado uma encomenda para mim, digo-lhes que podem subir com a encomenda e então vou até ao elevador para receber, quando a porta se abre e vejo um enorme buquê de rosas fico sem reação. O jovem dá-me as rosas e volta a descer, continuo sem palavras para descrever aquele momento, quando entro em casa vou sentar-me no sofá e é aí que reparo que tinha um bilhete no meio das rosas, abro o bilhete e não consigo conter o meu sorriso ao ler as palavras do Aslan a dizer que já não está habituado a ficar tanto tempo longe de mim e que hoje passaríamos o dia juntos.
Logo que acabo de ler o bilhete vou até a casa de banho para tomar um banho e ir me arrumando nas calmas, ligo o chuveiro e a água morna alivia os meus músculos tensos, aproveito para lavar o cabelo como deve ser. Saio do banho e vou secar-me, opto por usar um blusão simples só para ir secar o cabelo, seco o cabelo e faço uma maquiagem bem básica só para não estar simples demais, coloco um rímel e passo um lápis para deixar o meu olhar mais chamativo, coloco um batom vermelho escuro e quando olho-me no espelho fico feliz com o resultado, vou ao closet para ver o que vestir e nesse momento o meu telefone toca, quando olho para a tela vejo que é o Aslan e atendo.

- Alô?!

- Oi Nazlin, como estás? - pergunta num tom doce.

- Estou ótima e tu?

- Também estou. - faz uma pausa - posso passar para te buscar daqui meia hora?

- Sim podes. - digo com um sorriso.

- Então até logo. - diz e desliga.

Começo a ficar nervosa porque não fazia ideia do que vestir, volto para o closet e sinto-me ainda mais perdida, experimento várias combinações de roupa mas nada me agradou até que decidi usar umas calças pantalonas pretas com um tecido bem leve e um cropped preto com detalhes dourados, olho para o telefone e nesse exato momento entra uma mensagem do Aslan a pedir-me para descer, o meu nervosismo aumenta, reparo que ainda não sei o que calçar então opto por umas sapatilhas brancas, vou ao closet e levo uma carteira da prada preta.
Logo que chego lá em baixo deparo-me com Aslan fora do carro a minha espera, ele estava simplesmente maravilhoso e radiante, estava vestido também de preto, com umas calças de ganga bem apertadas e uma camisa formal de mangas cumpridas, o seu cabelo não estava tão arranjado como o normal e isso só deixou-o ainda mais bonito. Desço os poucos degraus que nos separam e ele me recebe com um abraço caloroso e aconchegante, abre a porta do carro para mim e entro, que cavalheiro, alguns minutos depois já estávamos na estrada.

- Estás muito linda Nazlin. - olha-me e volta a concentra-se na estrada.

- Obrigada. - coro - para onde vamos?

- Primeiro vamos para casa do meu pai porque ele quer conhecer-te, contei-lhe o que aconteceu para eu sumir do nada e tal.

- Ahm tá certo. - é a única coisa que consigo dizer.

- Sabe Nazlin, ontem dei-me conta de que mal nos conhecemos, na verdade acho que nos conhecemos bem mas não sabemos nada sobre o passado um do outro. - diz num tom receoso.

- Isso é verdade, mas eu tenho medo do que podemos descobrir um sobre o outro.

- Como assim? - pergunta aparentemente confuso.

- Tu podes ter um passado que pode deixar-me receosa e vice-versa, por isso prefiro assim como estamos. - faço uma pausa - porque acredito que ambos descobrimos coisas novas dentro de nós mesmos desde que passamos esse tempo juntos.

- Tens toda razão Naz, o que importa é o agora. - diz com um sorriso.

Chegamos em casa do tão temido senhor Javier, descemos do carro e os guardas foram estacionar o carro do Aslan, entramos na casa e logo nos deparamos com a figura do Javier vindo ao nosso encontro para nos receber, aparentemente muito simpático, levou-nos para a sala e mandou para que me servissem chá e uns biscoitinhos, não tive nem como recusar, Aslan pediu apenas um café forte, não passou muito tempo um dos guardas veio chamar o Javier e ele retirou-se da sala, a sua funcionária apareceu com os nossos pedidos alguns minutos depois, e enquanto saboreávamos o que ela trouxe Aslan mostrou-me algumas fotos de quando ele era criança e outras da mãe quando ainda estava grávida dele, sendo muito honesta ela era linda demais, esbanjava uma beleza natural e delicada, de cortar a respiração, ver essa foto fez com que a vontade que eu tinha de descobrir a morte dela aumentasse ainda mais, nesse preciso momento Javier volta a entrar na sala.

- Desculpa por ter vos deixado mas tive que resolver uns assuntos do trabalho. - olha para o que temos na mão - estão a ver fotos?

- Sim, estava a mostrar-lhe algumas fotos da mãe. - responde Aslan.

- Eu já te pedi para não se mexer nas fotos dela Aslan!

- Mas qual é o problema pai? - pergunta meio irritado.

- Já disse que me incomoda. - muda de assunto - desculpa querida mas como é que te chamas mesmo?

- Nazlin. - respondo com um sorriso.

- Que nome bonito Nazlin, creio que saibas o meu nome então não preciso me apresentar. - solta uma gargalhada - Tu e o meu filho namoram?

- Não. - respondemos ao mesmo tempo.

- Somos apenas bons amigo senhor Javier. - respondo.

- É só não lhe distraíres do trabalho. - diz com um leve e arrogante sorriso.

- Não tenciono fazer isso.

Acabamos o chá e nos despedimos do Javier, ao entrarmos no carro notei que a expressão do Aslan havia mudado, era como se ele tentasse manter uma postura por respeito ao pai mas isso estava a esgotar o seu interior, pergunto se esta tudo bem e ele limitou-se a responder que sim e não prolongou mais a conversa, continuamos todo o caminho calados e o pior é que eu não fazia a menor ideia de aonde iamos.
Repentinamente Aslan estaciona o carro e diz-me para sair, caminhamos até chegar a um restaurante bem interessante chamada Rosi La Loca, a entrada era bem convidativa, tinha flores coloridas para tudo que era canto, quando entramos fiquei ainda mais surpresa com a aparência diferente do local, tinha flores no teto e nas paredes também, o papel de parede do local era amarelo com flores, o tapete que cobria todo o chão era cor de rosa bem chamativo, Aslan vai ter com uma jovem simpática que nos indica uma das mesas do interior em um canto bem reservado, fiquei fascinada com o local, deve ter dado muito trabalho. Pedimos alguns cocktails e salgados, o ar do Aslan já tinha voltado ao normal, os seus olhos azuis voltaram a ter brilho e o seu sorriso radiante estava de volta.
Estávamos numa boa conversa onde o Aslan me contava sobre o seu trabalho e o que fez desde que deixou-me em casa, quando repentinamente o meu telefone toca, quando abro a carteira vejo que é o telefone que uso para as missões, não tive outra alternativa a não ser atender.

- Ora viva Nazlin, estava quase a pensar que estavas morta e que não fui convidada para o teu velório. - diz Alexis.

- Tive que fazer uma viagem urgente e não tinha como me comunicar. - digo.

- Prontos prontos, para estares a me responder de um jeito tão educado é porque não podes falar. - morde algo e continua - temos uma nova encomenda.

- Assim que possível voltarei a ligar.

- Palhaça, liga-me com urgência porque temos muito o que fazer já que as tuas férias acabaram.

O PESO DA CRUZ QUE CARREGO Onde histórias criam vida. Descubra agora