Ao verme que convivo

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Que tortura!
Que terror!
Que amargura!
Que o amanhã desenterou

Que coisa triste
Perder o futuro
Que nem sequer descobriste

E chorar de agonia
Nessa noite fria
Enquanto meu peito dói
Pois minha mente me rói

És um demônio adormecido
Que me tortura
Me tira toda a ternura
E me deixa destruído

Tu és esse mal que espreita
Faz a colheita das minhas lágrimas
Gotas salgadas cheias de lástimas
Que alimentam a dor dessa sinfonia drástica!

Tú és o touro de bronze da consciência
Que desperta a covardia do meu espírito
Me aprisiona em mim, me deixa restrito
E me provoca, de viver, a abstinência.

Tu és um verme!
Que vive dentro de mim
Me consumindo até o fim
Esperando que minha vida aterme

Por que tu voltas?
Gostas de me ver sofrer?
Sentes prazer em me ver morrer?
Por que não me soltas?

É repugnante saber que convivo com você
É um alívio te esquecer
E quando apareces, só quero te matar
Mas sei que é impossível, você vai continuar a me torturar.

Tu és o mal que tanto desconheço
Tú és o inferno do homem
O horror da vida que as almas consomem
És o castigo que tanto mereço

Eu te odeio, e sei que isso me consumirá
Eu te odeio, mas isso não impedirá
De um dia eu te matar
E de você me libertar

Já cansei dessa escravidão
Que impuseste em mim
Já cansei da solidão
Que já não tem fim

Já cansei de você
Do seu querer
Do seu esquecer
Cansei de você!

Seu verme maldito
Você deveria ser execrado
Farei com que teu nome jamais seja bendito
E que você todos os dias seja ultrajado

Vai-te!

Tua existência já é defunta
Ninguém te quer presente
Mas antes de ires, uma pergunta
É verdade que te chamas mente?

Pérfida FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora