O sábio

8 1 0
                                    

  Há eras, um sábio chegou a terra, ele chegou num vilarejo pequeno, haviam no máximo 100 pessoas naquele lugar. Então, perguntaram ao sábio:

-O que nos faz sorrir?

-Sorrisos são comuns, qualquer pessoa pode sorrir.

-E então por que a felicidade não é comum? -Questionou um dos habitantes do vilarejo

-Porque ninguém se preocupa com ela quando é a hora de se preocupar, e quando se deparam com a falta dela, já é tarde demais para conseguir tê-la de volta, tarde demais para mudar o passado, e, ao invés focar no mundo fora de você, cuidar primeiramente do multiverso dentro de ti.

  Todos acertiram com a cabeça e pensaram: "Nossa! Ele é um sábio real!". Mas havia dentre os aldeões um homem cético e mau humorado, ele então perguntou ao sábio, numa tentativa de desmascarar um charlatão. Ele perguntou:

-Por que as pessoas morrem? O senhor deve saber não é mesmo? Ó grande sábio! -Entoou num tom sarcástico e de escárnio.

-Nós não morremos amigo, nós nos renovamos a cada dia. Apenas começamos a morrer quando ficamos individualistas, quando o egoísmo subiu às nossas mentes recém formadas. A causa da morte você me pergunta? Então lhe direi: A vida é como estar nadando numa piscina, onde você tem que completar todo o percurso sem respirar; A morte não é nada mais que o fôlego que pegamos quando acabamos o percurso, quando a vida acaba, e então precisamos voltar para o outro lado da piscina mais uma vez sem respirar. Algumas pessoas respiram durante o percurso, elas veem a morte, mas não a entendem, pois só respiramos fundo e sentimos o ar entrando em nosso peito de verdade, quando acabamos o percurso.

O homem cético então se admirou com o sábio e resolveu prestar mais atenção no que ele dizia.

-Por que alguns morrem mais cedo que os outros? -Perguntou uma anciã do vilarejo, que, deduziu o sábio, perdera todos os seu amigos e família com o passar do tempo.

O sábio olhou para ela, e sorriu para ela, ela devolveu o sorriso com quase nenhum dente na boca. Qualquer pessoa que visse aquela cena, diria que foi o sorriso mais verdadeiro que já houvera no mundo.

-Alguns são mais rápidos que outros no trajeto para cruzar a piscina. E isso não é culpa deles, nem de ninguém, imaginem que eles estejam de olhos fechados em toda a viagem, eles só podem abrir os olhos quando terminarem. E assim o fazem, ganham o fôlego da vida na morte e visão da realidade após sair dela. Não fique aflita que seus amados faleceram, ao invés de sentimentos negativos, pensem que finalmente eles puderam respirar e abrir o olhos, depois de vários e vários anos prendendo a respiração e apertando a pálpebras fortemente.

Então o sábio, que estava um pouco longe da anciã, se aproximou e deu-lhe um abraço de melhor amigo, e mesmo em tão pouco tempo, a amizade entre os dois já existia, várias lágrimas escorriam do rosto enrugado e triste da anciã, seus cabelos brancos presos com um pedaço pequeno de madeira polida, e entalhada com algumas gravuras tribais foi o presente de boas vindas do vilarejo para o sábio. A anciã soltou seus cabelos, que se revelaram lindos, brancos, formosos e longos, chegavam quase que na cintura. Os 165 cm da Anciã eram relativamente pequenos em alturas, mas em respeito ela tinha a altura de montanhas.

Ela deu o pedaço de madeira para o sábio, e ele disse:

-Muito obrigado pelo presente minha cara anciã, porém, receio que não poderei mais ficar aqui.

-Mas por que? Você chegou faz tão pouco tempo, não comeu nada, espere pelo menos o nosso jantar. -Disse a Anciã.

-Eu não posso minha amiga, vocês já tem as respostas de que precisam, agora, terei que ir.

O sábio mau tinha chegado no vilarejo, e já teve que ir embora, depois disso ele nunca mais foi visto pela população e nem por vilarejos vizinhos, ele simplesmente sumiu.

Anos se passaram, a população cresceu, e o sábio nunca retornou, por conta disso a populão criou uma data comemorativa.

O dia do Sábio, que foi marcado no dia em que o sábio chegou a vila, e todo ano era feita uma festa em homenagem ao sábio, onde os anciões, jovens na época do sábio, contavam suas histórias e sabedorias e ensinando as crianças e jovens sobre o mundo, e além o legado do sábio, espalhou-se pelo mundo, transformando-se em filosofia, pergaminhos, depois livros e entre outros.

*Uma pessoa se reinventa a cada dia durante sua breve passagem na vida, é só através do conhecimento é que podemos alcançar a eternidade*

Pérfida FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora