Ó noite fria
Noite sombria
Que sonda mentes
E permanece indiferenteFrente ao réu esquecido pelo dia
Noite,essa mesma
Que me acusou do crime de viverEsfaqueando enquanto cego
Como um martelo batendo incessante sem pregoComemorando a ausência de luz
Mesmo sem crime me pregam numa cruzConsciência valendo toneladas
Tentando e falhando
Esquecer como o tudo virou nadaCinzas de um passado
Suspiros de decepção
Entrando nas sombras e levando consigo o futuro certo da destruiçãoAfogo-me na memória
Do arrependimento
Me fiz aliado
Mesmo sabendo que jamais veria a glóriaO vento esbarrando levemente em meu rosto
Já apodrecido
Ainda pago meu imposto
Mas por horaVerei apenas a noite
E que bela noite
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Pérfida Felicidade
PoesíaA tragédia de nascer, a odisséia de viver, a visão do homem sobre si mesmo, o sentimento sufocante, corrosivo e incessante no peito que é respirar. Deus? Por que me deste este presente? Tão lindo, tão misterioso e efêmero, que é a vida... As vezes o...