Madrugada de cemitério

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Ó noite fria
Noite sombria
Que sonda mentes
E permanece indiferente

Frente ao réu esquecido pelo dia
Noite,essa mesma
Que me acusou do crime de viver

Esfaqueando enquanto cego
Como um martelo batendo incessante sem prego

Comemorando a ausência de luz
Mesmo sem crime me pregam numa cruz

Consciência valendo toneladas
Tentando e falhando
Esquecer como o tudo virou nada

Cinzas de um passado
Suspiros de decepção
Entrando nas sombras e levando consigo o futuro certo da destruição

Afogo-me na memória
Do arrependimento
Me fiz aliado
Mesmo sabendo que jamais veria a glória

O vento esbarrando levemente em meu rosto
Já apodrecido
Ainda pago meu imposto
Mas por hora

Verei apenas a noite
E que bela noite

Pérfida FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora