Capítulo 8

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                                                                   THÉO

Sai do apartamento da Luna logo que amanheceu, estava com a cabeça a mil e não consegui pregar os olhos naquele sofá. Até agora estou me cobrando; eu não deveria ter me extrapolado daquela maneira. Deixei o vinho e a minha louca vontade de ter aquela bela mulher me dominarem, não resisti em beijar aqueles lábios e no fim acabei me excedendo. Ela deve estar me achando um grande imbecil neste momento, mas pudera eu agi totalmente como um grande imbecil, não sabia se ela queria e mesmo assim quis leva-la para a cama aproveitando que ambos bebemos muito. Essa mulher está me tirando a paz, eu passo o dia imaginando tê-la em meus braços, mas quando chego em casa e vejo a minha filha, meu corpo e alma são da Mia. Aquele dia nunca vai deixar de assombrar minhas noites. Perder meu grande amor e ganhar uma mini cópia dela, um fruto do nosso amor. Jamais irei esquecê-la.

Cheguei bem mais cedo na empresa e estou em minha sala esperando a chegada de minha secretária. Eu lhe devo um pedido de desculpas e também uma explicação, mesmo que não tenha cara para olha-la depois da grande burrada que fiz. Mas, ou eu a beijava, ou acabaria enlouquecendo. Ainda sinto a textura macia e o gosto doce de seus lábios, mas preciso esquecer, se é que isso é possível. Duas batidas na porta me tira de meus pensamentos e eu retiro da boca os dedos que deslizavam nos lábios enquanto me lembrava do quanto é bom seu beijo. A dona dos beijos mais gostosos que já provei entra cabisbaixa e me deseja bom dia e se aproximando de minha mesa, pergunta:

– Posso lhe passar sua agenda para hoje?

– Preciso que se sente e escute, por favor.

– Se for sobre ontem...

– Luna, me ouve, por favor. – Ela se senta e me olha, em seus olhos vejo preocupação e não sei se posso dizer que há também medo ou pesar. – Eu preciso muito lhe pedir desculpas, sei que fui um imbecil te agarrando daquela forma, seria ainda mais imbecil se dissesse que foi culpa da bebida. Bom, em partes não deixou de ser, pois foram aquelas taças que me deram coragem. Eu não vou negar que me sinto muito atraído por você, mas o que aconteceu foi um erro.

Agora o que vejo em seus olhos é decepção.

– Tudo bem, Théo, não se preocupe, isso acontece com muitas pessoas quando a bebida sobe – ela se levanta. – Como você acabou de dizer, foi um erro, mas este erro não foi culpa apenas sua, eu também fui responsável, afinal, eu correspondi aos beijos. Foi um grande erro que devemos passar uma borracha e nunca mais voltará acontecer, ok?

Não vejo verdade em seus olhos, mas mesmo assim concordo, mesmo que da minha parte também não tenha verdade. Ela pergunta mais uma vez se pode me passar a agenda e me informa todos os compromissos de hoje, logo depois se vai deixando para trás seu delicioso perfume no ar só para me enlouquecer. Sobre a mesa pego uma foto de meu grande amor, beijo sua imagem e meu coração sangra.

– Eu te amo, Mia, você me faz tanta falta!

Lágrimas rolam em minha face e estou limpando-as quando ouço batidas na porta que antes mesmo de ver sei quem é. Essas batidinhas leves são inconfundíveis, é a morena mais linda que já vi.

– Desculpa atrapalhar, mas o Gustavo me pediu para te entregar estes papéis – Luna me estende uma pasta.

– Ele sempre faz questão de vir me entregar pessoalmente, só para me infernizar, o que houve que não veio desta vez?

Ela tem um sorriso triste.

– Ele disse que precisava resolver algo muito importante e daqui a pouco voltava para pegar estes papéis assinados.

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