Capítulo 11

260 24 0
                                    


                                                                THÉO

Luna continua estranha comigo e estou quebrando a cabeça para entender o que fiz de errado. Será que é por que contei sobre a crise de pânico dela para a Bella? Só resolvi contar, porque conhecendo minha irmã como conheço, ela vai fazer de tudo para ajudar a amiga. Não, não pode ser isso, antes já estava estranha. Passamos momentos tão incríveis no meu banheiro, ficamos ainda mais íntimos, depois dormimos, ela em meu peito e eu acariciando seus cabelos que são tão cheirosos. Estávamos tão bem e do nada, ela se afastou. Luna é uma mulher incrível, que mesmo com um tormento em sua cabeça, demonstra ser muito forte, mas eu sei que no fundo é muito frágil. Ela enfrenta um grande transtorno e precisa de ajuda, precisa de alguém ao seu lado para lhe dar todo o amor e carinho do mundo. Infelizmente esse alguém não pode ser eu que por mais que sinto uma grande necessidade de estar sempre perto para lhe proteger, meu coração já tem dona e não me sinto capaz de amar novamente, eu amo e sempre amarei a minha esposa. Eu lhe fiz esta promessa.

Na mesa do jantar, Luna ainda continua me evitando, ela foge do meu olhar, conversa apenas com a Bella e Sophie. Pelo menos, graças a Deus, a Natália nos deu o ar de sua ausência. O problema é que eu tinha esperança da Luna voltar ao normal depois que ela fosse embora, que fosse apenas ciúmes. Mas como eu sou bobo, é claro que não tem nada a ver, por que sentiria ciúmes de mim? Ela mesmo disse com todas as letras que sou a última pessoa do mundo que sentiria ciúmes. Enquanto elas não param de falar, fico em silêncio com meus pensamentos, depois vamos para a sala e Bella escolhe uma comédia. Sophie que nunca abriu mão de ficar em meu colo, hoje quer o colo de Luna, Bella senta entre elas e eu e o filme começa. Quando Sophie pega no sono, Luna se levanta para leva-la para a cama. Eu tomo a frente e pego minha filha de seus braços e a levo para o quarto, coloco-a em sua cama com cuidado para não acorda-la, lhe cubro, beijo seu rostinho, apago as luzes e volto para a sala onde as meninas estão rindo como duas hienas.

– Qual o motivo de tanta risada? – pergunto descontraído.

Bella responde:

– Este filme é muito bom, você está perdendo! Vem, senta aqui, – ela abre espaço entre Luna e ela – você perdeu a melhor parte, maninho!

– Acho que vou dormir – Luna fala se levantando assim que eu me sento ao seu lado.

Seguro sua mão quando está passando por mim e ela me olha.

– Se a minha presença te incomoda, eu saio, pode ficar.

– A casa é sua, Théo, você não tem que sair de lugar algum por minha causa.

– O que foi que eu te fiz?

– Nada – seu olhar diz exatamente o contrário. – Não se preocupe, não é por você, é que estou mesmo muito cansada. – Ela olha para a minha irmã – Bella, te espero na sua cama, mas pode terminar o filme tranquila, depois você sobe.

– Você deveria ir para a cama do Théo – diz Bella.

– Se não me quer na sua cama fala logo que irei agora mesmo para a minha.

– Você não vai para casa – afirmo.

– Vocês estão me tratando feito criança.

– Porque você está agindo feito uma, Lua – fala Bella. – Você teve uma crise de pânico e não entende que isso é sério.

Uma nova chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora