THÉO
– Mia, – falava o obstetra – quero que você coloque o máximo de força que conseguir, ok?
– Ok – minha mulher estava completamente fraca.
– Vamos, meu amor, só mais um pouquinho e nossa filha vem ao mundo – falei plantando um beijo em sua testa enquanto segurava sua mão.
– Respira, Mia, e no três dê o seu melhor – disse o médico. – Um... Dois... Três!
– Aaahhhhh!!
Vendo o sofrimento de minha esposa jurei não mais passar por isso. Doía na minha alma vê-la sofrendo tanto. Queria poder tirar toda aquela dor dela.
Mais um grande esforço onde ela trincava os dentes e depois gritava para chegar o momento que mais aguardávamos, o chorinho de nossa filha. Respirei aliviado dando graças a Deus que todo aquele sofrimento e agonia chegara ao fim.
– Doutor, os batimentos cardíacos da paciente – uma enfermeira falava olhando para o monitor.
Do céu ao inferno, desesperado olhei para Mia, o amor da minha vida estava com o rosto pálido, muito suado e fazia uma careta de dor. Trouxe sua mão aos meus lábios e depositei um beijo.
– Vai ficar tudo bem, meu amor, eu te amo!
– Amor... Cuida da nossa... – sua voz estava fraca, cansada e saindo com dificuldade. Estava agoniante ver sua dor e necessidade em falar – anjinha. – Com lágrimas nos olhos, não só de dor, mas muito pesar, ela continuava: – Théo, eu sempre vou... vou amar vocês – e foi tudo o que ela disse antes de fechar de vez os olhos.
– Não, Mia! Não durma, você precisa ser forte, meu amor. Por nossa filha, por mim, por nós! Por favor, meu amor, não faz isso comigo, por favor, Mia! – Segurava forte sua mão, mas ela não respondia e o desespero me tomava – Mia! Miaaa!
– Me passem o desfibrilador – exigia o segundo médico.
– Doutor o que está acontecendo? – perguntei desesperado ao obstetra vendo meu grande amor imóvel e toda a equipe agitada lutando pela vida dela.
– Sua esposa está sofrendo uma parada cardíaca.
– Mas, por quê? – Não, isso não podia estar acontecendo. – Por favor, pelo amor de Deus salve a minha mulher, Doutor, ela é tudo para mim!
– Não tem como lhe dá respostas agora, faremos o nosso melhor. Peço que mantenha a calma e se retire, por favor.
Vendo que eu não abandonaria o amor da minha vida naquele momento, ordenou que me tirassem dali.
– Amor, reage, por favor... – fui forçado à solta-la quando dois enfermeiros me arrastaram para fora bem no momento em que o médico usava o desfibrilador e colocando no peito da razão do meu viver, contava até três e puxava de volta para repetir a ação.
As lágrimas desciam livremente por minha face, já não as controlava mais.
Ela não pode nos abandonar. A nossa pequena precisa dela. Eu preciso dela para viver. Eu não consigo me ver vivendo sem o seu amor.
– Deus não me tira o amor da minha vida, eu te imploro! – Fazia um apelo.
– Levem a criança para o berçário – ouvi o médico dizer ao fundo.
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Uma nova chance
Roman d'amourThéo Bianchi aos vinte e sete anos é um renomado empresário e pai da pequena Sophie. Seu coração não bate mais por nenhuma mulher desde que seu grande amor se foi na hora do parto lhe deixando um pedacinho dela. Ele vive para sua filha e para o tra...