Capítulo 38

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                                                                 LUNA

Saber que tem um ser crescendo dentro de mim é surreal, foram tantos acontecimentos desde que me entreguei ao Théo que nunca parei para pensar que eu corria o risco de engravidar. Estamos muito felizes, mas a preocupação excessiva do pai do meu filho me irrita um pouco. Entendo que ele deve estar morrendo de medo que me aconteça o que aconteceu com a Mia, mas odeio que me sufoque, eu sei me cuidar e vou provar isso a ele. Segunda-feira farei alguns exames e não vejo a hora de voltar ao médico para ele dizer que tenho uma excelente saúde para ver se meu amor larga um pouco do meu pé. Por ele faríamos estes exames amanhã, disse até que pagaria um enfermeiro para vir coletar meu sangue aqui em casa. Fui dura com ele, não quero que me trate como uma inválida, mas daí ele vem com aqueles beijos doces dizendo que me ama, e pronto, já fico toda derretida novamente. Minha linda filha faz de tudo para alegrar a amiguinha, mas dá para ver a tristeza nos olhinhos dessa pobre criança que mesmo não tendo tido uma mãe carinhosa está sofrendo por saber que nunca mais a verá. Théo brinca de tubarão com elas e quando consegue pegar as perninhas da Karol, ela dá risada e grita por socorro. Ele a abraça, depois a coloca sobre os ombros e muda a brincadeira dizendo que eles são o monstro da água e que irão pegar a Sophie. Minha pequena finge estar com medo e nada para o meu lado e comigo começa a jogar água neles. Passamos a tarde brincando com as meninas e logo o sol vai embora e entramos para tomar banho. Primeiro me preocupo com as meninas e quando elas estão de banho tomado deixo-as assistindo um desenho no quarto da Sophie e vou tomar o meu banho. Meu gato está deitado em nossa cama pelo que me parece está dormindo. Passo direto para o banheiro e é só terminar de lavar meus cabelos que ele aparece e quer me acompanhar. Daquele jeito que amo, me ensaboa e eu faço o mesmo com ele para depois nos beijarmos e num passe de mágica nos encaixarmos e todo aquele prazer vir com tudo. Meu amor não faz movimentos bruscos, sinto falta de toda a sua pressão, mas sei que ele deve estar preocupado em machucar o nosso filho. Estou até vendo que esta gravidez não vai ser nada fácil. Mesmo com todo o seu cuidado e preocupação, ele sabe me dar prazer e comigo chega ao clímax e dizemos juntos que nos amamos. Estamos nos vestindo quando reúno coragem para falar o que penso:

– Amor, a nossa vida não precisa mudar por causa do nosso filho.

Ele que está de short e terminando de vestir uma camisa me olha surpreso.

– Ela não vai mudar.

– Como não? Você está me tratando totalmente diferente. Acha que não percebi que o nosso sexo foi diferente? Depois de tanto tempo que ficamos sem fazer amor, era para você me possuir com muito mais pressão.

– Foi ruim para você?

– Claro que não, mas estou te sentindo muito preocupado. Gravidez não é motivo de preocupação, Théo, a nossa vida tanto sexual quanto todo o resto deve continuar como sempre foi.

– Desculpa, meu amor, mas eu tenho muito medo de... – ele parece ter medo de falar o que passa em sua cabeça, mas eu sei exatamente o que ele pensa.

Já vestida com um short jeans e uma camiseta, enrosco meus braços em seu pescoço e olhando em seus olhos, digo:

– Eu não tenho nenhum tipo de problema de saúde, não se preocupe atoa, não vai acontecer nada de mau, nem para mim e nem para o nosso bebê. Por favor, relaxa, ou não vai gostar de me ver estressada.

Novamente, ele me pede desculpa e me beija. Saímos do quarto de mãos dadas e vamos ao quarto da Sophie. Elas estão deitadinhas assistindo TV e Duque no meio delas com sua perninha engessada, mas muito paparicado. Graças a Deus não aconteceu coisa pior com ele, ou a minha anjinha iria sofrer muito, pois ela já o ama muito. Perguntamos se elas querem lanchar lá embaixo ou aqui e elas escolhem aqui. Descemos e vamos à cozinha, estou louca num sorvete e apenas isto me satisfará. Théo conta a Dona Lúcia que estou grávida e a senhora que faz a nossa comida e que manda e desmanda nesta cozinha e em todos os outros empregados me abraça emocionada, se diz muito feliz e abençoa o nosso filho e a mim. Théo pede a sua ajuda para me convencer que preciso de alimentos mais saudáveis, mas acabam vencidos quando me vê enfiando uma colherada de sorvete na boca e ignorando tudo o que eles falam. Dona Lúcia pede que eu me sente, pois irá me servir. Sento e espero por uma taça de sorvete, mas além do sorvete, na taça vem uma banana e ela fala:

Uma nova chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora