THÉO
A felicidade de minha princesinha me comove. Estou lhe colocando para dormir e ela só sabe falar dos planos que tem com a Luna para amanhã. A febre alta que teve durante o dia não voltou e parece que não preciso me preocupar, pois não voltará mais. Quando enfim, ela consegue dormir, vou até o quarto de Bella. A porta está semiaberta e sua voz alterada no telefone me deixa atento.
– Mas que coisa, Nat, por que você tem que complicar tanto as coisas? A Sophie quer a Luna, e a Luna quer cuidar dela, então é assim que será.
Entro e ela me olha de sua cama com um semblante de cansada. Está escutando o que amiga diz, mas pelo jeito sua paciência está se esgotando.
– Não faz isso, Nat, não se compare a Luna, você não sabe quase nada a respeito dela e nem da nossa amizade. Quanto tempo te conheço? Uns dois anos ou menos? A minha amizade com a Luna já dura há quase dez anos e vai durar para sempre. Sabe por quê? Porque ela resiste a tudo, principalmente a isso que você acabou de falar, distância para nós nunca será um problema, porque amizade verdadeira nunca se acaba e nem diminui por conta de tão pouco. Na nossa amizade não existe interesse, não esperamos nada uma da outra além de lealdade e cumplicidade. Já com você, eu não posso dizer o mesmo, eu sei muito bem o que espera da minha amizade. Mas pela centésima vez vou lhe falar, eu não posso te ajudar com o meu irmão, ele é quem escolhe com quem vai para cama. Agora chega dessa conversa irritante, preciso dormir porque amanhã meu dia será bem cheio. Mais uma vez eu te agradeço por ter cuidado da minha sobrinha, valeu mesmo. Boa noite, Nat - ela desliga e pelo jeito deixou a amiga falando sozinha.
– O que houve? – pergunto me sentando.
– A Nat está puta da vida só porque liguei avisando que amanhã ela não precisa vir, pois a Luna cuidará da Sophie.
– Que história é essa de que você não pode ajuda-la e que sou eu que escolho quem vai para cama comigo?
– Ah, Théo, você não é bobo, todo mundo sabe que ela é louca para dormir com você. O problema é que não é só sexo que ela quer, ela quer muito mais.
– Deus me livre dessa mulher chata! Não sei por que você gosta tanto dela.
– Não é questão de gostar muito, é que a Nat é uma pessoa muito difícil de lidar e por isso todos acabam se afastando dela.
– E você sente pena, é isso?
– Exatamente. E tem a Karolzinha que está indo para o mesmo caminho e acho que a companhia da Sophie para ela é muito bom.
– Entendo. Vamos falar de outro assunto, então. Eu não consegui falar com a Luna sobre a ida dela a psicóloga e nem com você. Como foi, ela gostou? Vai continuar indo?
– A Jud é maravilhosa não só como profissional, mas como pessoa também, eu sei que a Luna gostou dela, é impossível não gostar. Mas acho que se depender da minha amiga voltar lá pelas próprias pernas, ela não volta não. O seu medo de tocar naquele assunto é muito grande.
– O que será que aconteceu com ela? Você faz alguma ideia? Eu só sei que tem haver com o canalha que ela namorou.
– É só o que sei também, ela nunca se abriu comigo. Mas uma coisa, eu lhe digo; se a Jud não conseguir fazer ela falar, eu vou atrás daquele desgraçado e será da boca dele que ficarei sabendo.
– Eu vou com você e aproveito para acabar o que comecei. Se eu soubesse que era aquele cara o culpado desse trauma dela, juro que eu tinha batido muito mais forte.
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Uma nova chance
RomanceThéo Bianchi aos vinte e sete anos é um renomado empresário e pai da pequena Sophie. Seu coração não bate mais por nenhuma mulher desde que seu grande amor se foi na hora do parto lhe deixando um pedacinho dela. Ele vive para sua filha e para o tra...