Capítulo 9

283 23 0
                                    


                                                          THÉO

Correndo desesperado olho ao redor e não a vejo em lugar algum.

Para onde será que ela foi? Estava tão assustada, a beira de uma crise.

Meu Deus, o que será que pode ter acontecido com ela para ficar daquele jeito?

Corro em direção à praia, a preocupação me sufoca. O que foi que seja que lhe deu, se aquele cara já lhe fez alguma coisa, foi algo muito grave, eu nunca vi ninguém daquele jeito. Ela parecia estar surtando.

Meu Deus eu preciso encontra-la, me ajuda, por favor!

É só o tempo de terminar de fazer o meu pedido que Deus me ouve e a vejo sentada na areia abraçada as pernas com a cabeça enfiada nos joelhos como fez ontem na empresa. Corro até ela e ao me aproximar a ouço repetir como se fosse um mantra:

– Respira, respira, respira – ela faz isso na tentativa de não deixar o pânico lhe vencer. Toco seu ombro por trás e ela se assusta – Não me toca. Me larga. Não me machuca – ela parece que vai se levantar e correr novamente.

Seguro-a e a sinto tremendo por inteiro, as lágrimas descendo como cascatas de seus olhos assustados.

– Calma, sou eu, o Théo – sento-me ao seu lado.

Ela volta a abraçar as pernas e repetir seu mantra, está respirando com dificuldade.

– Luna, me escute, por favor, olhe para mim – pego levemente seu rosto e o levanto e ela me olha com seus olhos ainda muito assustados. – Controle sua respiração, eu estou aqui com você, vai ficar tudo bem. Respira comigo, puxe o ar devagar até encher seus pulmões, depois solte lentamente, assim – faço e ela observa.

Ela tenta, mas não consegue e se apavora novamente.

Sem outra saída e com medo que ela piore completamente, a puxo para meus braços e sinto seu coração acelerado.

– Eu vou cuidar de você, está tudo bem agora, por favor, se acalme – faço-lhe carinhos em seus cabelos e digo diversas vezes que está tudo bem, que ela está protegida e que nada e nem ninguém irá lhe fazer mal, pois eu não deixarei.

Após alguns minutos que mais se parecem horas, sua respiração aos poucos vai voltando ao normal junto com seus batimentos.

– Está melhor? – pergunto ainda abraçado ao seu corpo frágil.

– Acho que sim, obrigada – sua voz sai fraca.

– Vamos voltar para o hotel, você precisa descansar.

Ela afirma apenas com um leve balançar da cabeça. Levantamo-nos e vê-la tão derrotada, tão diferente daquela mulher brincalhona e sorridente que corria pela praia mais cedo me dá uma vontade imensa de pega-la nos braços e protegê-la. Puxo-lhe para um abraço e fico feliz que aceita e até me abraça de volta. Depois de um tempo assim, caminhamos devagar, passo por uma barraca e lhe compro uma água, mesmo que diga que não precisa e que está bem, ainda sinto-a meio abalada. Vamos todo o percurso, eu abraçado a sua cintura e atento a sua respiração que graças a Deus continua normal, caminhamos em silêncio até o hotel onde vamos direto para o seu quarto, preciso me certificar que ficará bem. Quando me despeço, sua voz embarga e eu a abraço forte.

– Você quer que eu fique aqui com você?

– Quero sim, por favor!

Fecho a porta no mesmo instante e a peço para tomar um banho quente para relaxar.

Uma nova chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora