Capítulo 15

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                                                                   THÉO

Levanto-me mais uma vez indisposto depois de outro pesadelo durante a madrugada. Como se não bastasse ter que olhar para a minha filha todos os dias e ver a Mia nela ainda tenho que lidar com esses pesadelos sempre. O dia ainda está clareando e eu correndo pelas ruas do condomínio, depois mais quase uma hora malhando e volto para o meu quarto. Tomo um banho relaxante, coloco meu habitual terno, me perfumo, pego minha pasta e desço para ver minha princesinha e correr para a empresa, hoje o dia vai ser corrido, cheio de reuniões. Ontem a Bia me informou que o dia seria cansativo e me entristece não poder almoçar com a minha filha. Nunca confessaria a ninguém, mas me chateia também não ter a Luna como minha secretária e me incomodou muito não ter chegado a tempo de leva-la em casa ontem. Vou fazer o possível para conseguir chegar mais cedo hoje e ter a sorte de estar com ela um pouquinho, quando estou em sua companhia me sinto muito bem. Dou um beijo em minhas meninas e corro para o trabalho, não posso de jeito nenhuma chegar atrasado em outra reunião como cheguei ontem. Mas valeu muito a pena, brincar com a Sophie e a Luna me encheu de vida, e beijar aquela morena é sempre muito bom.

Na minha sala converso com o Gustavo sobre a nossa primeira reunião que será com os arquitetos e engenheiros da nossa mais nova obra no terreno que comprei no Rio de Janeiro. Logo Bia vem nos avisar que todos já nos aguardam e assim é a minha sexta-feira e mal tenho tempo para comer. Se não fosse a Bia me forçar comer um lanche, passava o dia de estômago vazio.

No final do expediente, Gustavo entra em minha sala sem bater, é a cara dele fazer isso, folgado.

– Enfim, sextou! E aí, vamos pra balada hoje? – sugere sentando-se na cadeira à frente da minha mesa.

– Hoje não estou pra balada, Guga.

– Nem hoje, nem nunca, né? Parece que um velho careta de 100 anos habitou seu corpo depois da morte da Mia. Você precisa viver, meu caro!

– Eu vivo. Para a minha filha – deixo claro algo que todos já sabem.

– A Luna volta para a empresa quando, hein?

– Segunda-feira.

– Ela vai estar na sua casa amanhã?

– Acho que não. Por que o interesse? Quer o quê com ela?

– Quero convida-la para sair. Me passa o telefone dela.

– Não – respondo ríspido, fechando ainda mais a cara.

– Ah, Théo, vai, me passa, eu preciso levar aquela morena gostosa para sair.

– Eu já disse para não falar dela assim, pô! – bato a mão sobre a mesa. – E não adianta você convida-la para sair, porque ela não vai.

– Ei, calma aí! Não estou fazendo nada de errado, você disse que o problema era a empresa, não faremos nada aqui, então, eu posso chama-la para sair sim.

– Eu já disse que ela não vai.

– E como tem tanta certeza? Você me atravessou e a convidou primeiro que eu, é isso, não é?

– Gustavo, se você me dá licença, eu tenho mais o que fazer. O expediente já acabou e eu estou morrendo de saudades da minha filha, hoje mal a vi pela manhã.

– E a Luna?

– O que tem ela? – olho-o confuso e desconfiado.

– Está com saudades dela também?

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