LUNA
Deitada em minha cama olhando para o teto espero o comprimido que Jud me deu fazer efeito. Ela esteve aqui como em todos os outros dias, conversamos bastante e mais uma vez suas palavras e conselhos me fizeram mais forte. Porém, mesmo assim, estou muito ansiosa, só de pensar que amanhã ficarei frente a frente com aquele demônio sinto calafrios. O advogado que o Théo contratou me passou confiança, segundo ele meu caso é especial e a audiência que deveria acontecer só no mês que vem ou muito além, foi adiantada e logo estarei livre desse peso que é esta droga de ansiedade. Será que ele continua preso? Ou será que o juiz dirá que não temos provas o suficiente para o manter preso? Se ele ficar livre acho que nunca mais terei paz, sempre sentirei medo de andar por aí e dar de cara com aquele maníaco. O remédio que segundo Jud é natural, mas para mim é maravilhoso, começa a fazer efeito e meus olhos ficam pesados e logo adormeço.
– Luna – é a voz de Duda. – Acorda, flor!
Abro os olhos, mas a lembrança do Lucas em cima de mim ainda é bem nítida.
– Quantas horas? – pergunto me sentando ao ver a claridade do sol atravessando a cortina.
– São apenas seis da manhã, mas lá do meu quarto ouvi seus gritos e por isso tive que te acordar. É agoniante ver o seu sofrimento. Você não tomou seu calmante ontem? A Jud não te deu?
– Deu sim, mas estou tão ansiosa com a audiência que ele só me fez dormir, mas não foi o suficiente para evitar que eu sonhasse.
– Tenta dormir mais um pouco, docinho – suas mãos macias estão limpando o suor de minha testa e seus olhos de ternura me confortam.
– Eu sei que não vou conseguir, não adianta tentar. Vou tomar um banho e começar a me preparar para ver aquele demônio.
– Mas a audiência está marcada para as 9h00, não é?
– 9h30.
– Então, flor, ainda dá para você dormir mais um pouquinho, está tão cedo.
– Não dá, Duda, a ansiedade não vai deixar. Volte pra cama e durma mais um pouco você, eu estou bem.
– Eu também não vou conseguir dormir, vou fazer um cafezinho bem gostoso pra nós, quando terminar seu banho vá pra cozinha que estarei lá, está bem? – um beijo em meu rosto e ela se vai.
Lutando para não pensar no que acabei de sonhar me enfio embaixo do chuveiro. Seguindo os conselhos de Jud, foco apenas em bons pensamentos e os melhores que tenho são os beijos de Théo. Eu amo tanto aquele homem! Quando me pego dizendo a mim mesma que não sirvo para ele, dou fim ao banho e volto para o quarto onde me visto e depois sigo para a cozinha de onde está vindo um cheiro delicioso de bolo de cenoura. Lu se junta a nós e também se diz ansiosa. Não vê a hora de ouvir o juiz dizer que o Lucas vai passar alguns anos na cadeia. Confesso que sinto medo dele ser libertado ainda hoje. Duda e Lu tentam me fazer ser mais otimista, mas minha cabeça é bem teimosa.
Quando chegamos ao tribunal, Théo já está lá com o advogado, assim que me vê vem ao meu encontro e me abraça.
– Vai dar tudo certo, ele vai pagar pelo que te fez.
– Tomara.
Seus olhos mergulham nos meus e essa vontade de ser beijada é difícil de esconder. O advogado se aproxima e ressalta o que me disse desde que nos conhecemos, devo me manter calma e confiar na justiça. Jud e Thaís chegam pouco tempo depois e em seguida Bella que me entrega um desenho que a Sophie me mandou. Bella aponta para cada pessoa no desenho dizendo quem é, como a nossa princesa lhe explicou. Théo, o desenho maior, ao seu lado sou eu e do outro a Bella, um menor é a própria autora, e outro menor ainda seria seu irmãozinho que ela tanto quer, e uma bolinha seria o Duque.
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Uma nova chance
Roman d'amourThéo Bianchi aos vinte e sete anos é um renomado empresário e pai da pequena Sophie. Seu coração não bate mais por nenhuma mulher desde que seu grande amor se foi na hora do parto lhe deixando um pedacinho dela. Ele vive para sua filha e para o tra...