Capítulo Dezenove

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O ruivo se ajoelhou perante a imagem sagrada, começando uma oração silenciosa, nunca fora muito religioso, mas desde pequeno fora ensinado a ter respeito, e de certa forma, aquilo havia se mantido.

- Filho, soube que me chamou, gostaria de se confessar? - O velhinho sorriu se aproximando devagar, e mancando, Kirishima abriu os olhos sorrindo, se levantou se curvando em respeito.

- Bom dia padre, eu vim fazer algumas perguntas, sou do departamento de Polícia de Tóquio. - Levantou o distintivo, analisando as expressões do homem, o homem olhou sério, mas logo sorriu confirmando.

- Não sei que tipo de interesse a polícia teria conosco, mas ajudarei no possível, vamos sente-se. - Sinalizou para os bancos com um sorriso, logo indo se sentar com dificuldade. Kirishima não pode deixar de notar que, o homem havia agido com bastante naturalidade a abordagem de um polícial.

- Gostaria de saber o que sabe sobre a construção na montanha, a uns vinte minutos daqui. - Se sentou sorrindo vago, preferindo não dizer que era um internato, queria tirar o máximo de informações, sem influência alguma.

- Ah, não muito na verdade, uma moça muito bonita fazia doações para a igreja, em troca, ela pedia que eu fizesse o confessionário com algumas crianças, sempre às mesmas, uma mulher muita boa. - Sorriu olhando para a imagem de cristo, como alguém que se recorda do passado.

- As crianças que vinham aqui, o que elas diziam?

- Nada muito incomum, brincadeiras de crianças, e pegadinhas. Porém sempre havia algo que me incomodava. - Ponderou pensativo. - Parecia mecânico, ensaiado, entende o que digo?

- Sim, mais alguma coisa? - Falou tentando juntar algumas peças.

- Não que me recorde. - Olhou para baixo se forçando a pensar, logo levantou o olhar lembrando-se de algo. - Ah! Porém uma vez, um dos meninos surtou! Dizendo que tinha que sair daqui, não importasse o que, depois disso foi levado, mas no dia seguinte ele retornou como se nada tivesse ocorrido.

- Menino? Consegue me descrever ele?

- Loiro, olhos roxos, era um menino muito gentil, nunca entendi por que agiu daquela maneira.

- Monoma Neito?

- Sim! Sim, esse era o nome dele, como sabe? - Sorriu se recordando com gosto.

- Estou investigando aquele internato, o senhor foi de muita ajuda. - Sorriu se levantando, o padre lhe olhou surpreso e confuso.

- Perdão, internato o senhor disse? - Se levantou confuso, tomando cuidado com o que dizia. - Que estranho, até a onde me lembro, aquela construção era usada para treinar os filhos de militares, para entrarem para corporação, por isso achei que o senhor estava aqui, já que é polícial.

- Espera, um campo de treinamento militar juvenil? - Arregalou os olhos ligando os pontos com rápides, era por isso que não tinha histórico daquele local, era por isso que não tinham nem mesmo registro dos residentes. Mas somente uma coisa lhe vinha a mente, Hawks sabia mais do que estava lhe contando, disso ele tinha certeza.

{...}


Denki rodou pela cama suspirando, estava preocupado, Shinsou tinha saído a alguns minutos, lhe explicando por cima, que TesuTesu tinha sido morto. Por alguns dias, tinha esquecido de tudo aquilo, de alguma forma tinha esquecido, ficar com Shinsou lhe fazia bem, se sentia protegido, e agora se sentia amado.

Sorriu rodando pela cama, a palavra amor ainda lhe fazia ter náuseas, mas agora, Sero não estava na sua cabeça, nem mesmo em seu coração. Superaria cada micro sentimento que tinha pelo moreno, e no final de tudo aquilo, daria uma resposta a Shinsou.

IMPÉRIO || SHINKAMIOnde histórias criam vida. Descubra agora