IMPÉRIO || SHINKAMI

Capítulo Onze

- E então gente? Me contar o que? - Sorriu repetindo a pergunta, ficando um pouco confuso pela cara de espanto que os dois fizeram. Pensou que seria uma ótima idéia visitar Aizawa no trabalho, mas se enganou ao ver os gritos, a secretaria lhe dando passagem receosa.

- Querida, poderia ir brincar la fora na recepção? Precisamos conversar. - Aizawa suspirou sorrindo cansado, vendo a pequena confirmar sorridente, depositando um beijo na bochecha do loiro antes de descer do colo, logo ela correu para dar um beijo em Aizawa e Shinsou, que se forçaram a sorri, logo para sair da sala, com a secretaria que fingia não notar o quão tensa estava a sala. - Denki, poderia...sentar?

- Claro Tio, o que foi? É alguma coisa com o tio Hisashi? - O loiro falou se sentando, começando a ficar preucupado, Aizawa nunca ficava sério daquela maneira, então algo grave tinha que ter ocorrido.

- Não, não é, olha o que quero dizer...- Tossiu ajeitando a postura diversas vezes, trocando olhares com Shinsou. Denki estava ficando nervoso, Aizawa também nunca ficava daquele jeito, era um homem de negócios, ele não tinha dificuldade em falar daquela maneira. - Shinsou precisa de um lugar para morar. - Falou rapidamente, Shinsou engasgando com a própria saliva e começou a tossir descontroladamente, Denki ainda estático piscando diversas vezes.

- Então...Você quer que ele more comigo? - Falou confuso olhando para os próprios dedos, aquilo não tinha sentido, Aizawa era bilionário, por que diabos o filho não teria a onde morar? Claramente uma mentira sem pé nem cabeça. Suspirou, tentando se acalmar de um evidente ataque de nervosos. - Aizawa Shouta...- Pontuou se virando seriamente para o moreno que engoliu em seco, Shinsou que agora se acalmava do ataque de tosses também travando no local, aquilo não era um bom sinal, pouco pessoas deixavam o moreno no mínimo aflito, era óbvio que Denki agora era uma dessas pessoas. - Você nunca mentiu muito bem mesmo,pelo menos não para mim. - Falou sério, mas na realidade estava nervoso, muito, odiava quem lhe escondia as coisas. - Agora eu quero a verdade, se é algo para te deixar nervoso neste nível, não é coisa boa. - Alternou o olhar sério entre os dois que estavam evidentemente nervosos.

- Chega disso, esconder não levaria a lugar nenhum...- Shinsou suspirou se largando sobre a cadeira, jogando a cabeça para trás, queria que Denki tivesse aceitado aquela mentira horrível, queria muito, não queria magoar o loiro, nem ver o olhar de decepção que o loiro com certeza teria, ao saber da verdade.Denki suavizou a carranca, aquilo não era bom.

- Certo...- Aizawa suspirou assumindo uma pose mais séria, juntando as mãos a frente do corpo. - Denki, quero que saiba que, tudo que eu disser aqui é verdade, não é brincadeira, e eu te imploro, não importa o que ache do que vou falar agora, é segredo, e peço que não diga para ninguém. - Falou sério, ali estava o Aizawa que conhecia, um homem de negócios, dono de um império, mas sinceramente? Preferia quando ele estava nervoso. Engoliu em seco confirmando, seu mal presságio no fim das contas estava certo. - A empresa, não faz somente vestidos bonitos e jóias caras.

- Como assim? - Questinou confuso, vendo que Shinsou olhava para qualquer lugar menos para o loiro, mas logo lhe olhou sério. Não queria fazer aquilo, mas entre seu pai contar, e ele, preferia que o ódio do loiro fosse direcionado a si.

- A maioria das pedras exportadas para a empresa, vem de garimpo ilegal. - Shinsou falou, vendo que o próprio pai não teria coragem de continuar. - E a família vem a anos de uma linhagem de Yakuzas, a maioria das pedras vem junto de carregamentos de armas e drogas, sem falar...- Suspirou não suportando olhar o loiro. - Tráfico de humanos.

- O-oque...? - O loiro piscou estático tentando assimilar tudo.

- Tentamos reduzir o número de pessoas que são traficadas, mas o processo é lento e, para abolir completamente vai levar tempo e...- Aizawa tentou se explicar, ele não aprovava o que fazia, mas aquilo já acontecia a anos, demoraria para acabar de uma vez com aquele comércio na família.