Capítulo 30

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Com a falta de resposta de Killian, a atenção de Henry é atraída para o seu gancho e seus olhos ficam esbugalhados.

― Você tem um gancho na mão, igual ao Capitão Gancho de Peter Pan... ― Comenta impressionado, levando a mão até o metal em formato de interrogação. Contudo, antes que pudesse tocá-lo, Jones se levanta com rapidez e sai praticamente correndo do estabelecimento. Alguns olhares curiosos e confusos o acompanham até a porta, assim como os de Henry, que fica tentado a ir atrás dele para descobrir como ele o conhece. Do lado de fora da lanchonete, do outro lado da rua, olhos negros observam com satisfação o ocorrido com o jovem Mills. Fiona abre um sorriso vencedor por ver que Killian realmente havia cumprido sua palavra. Um passo a menos para a sua vitória final.

― Aqui está mais um chocolate quente, Henry. ― Kelly coloca a caneca com a bebida em cima do balcão e a empurra em sua direção, chamando sua atenção para ela e o fazendo desistir da ideia de ir atrás de Jones. ― Você vai querer mais alguma coisa? Outro, talvez? ― Puxa a outra caneca quase vazia.

― Eu conheço você? ― Questiona, genuinamente confuso. ― Como você me conhece? Como sabe o meu nome? ― Franze o cenho e entorta a cabeça para o lado esquerdo. Então ele olha ao redor e sua expressão de confusão só aumenta. ― Onde eu estou? Que lugar é esse? ― Kelly o encara igualmente confusa.

― Isso é alguma brincadeira, certo? ― Embora acredite que seja uma brincadeira do garoto, seu tom é preocupado.

― Eu não estou brincando. ― Responde com seriedade. ― Você sabe onde minhas mães estão? Emma e Regina. Uma loira e uma morena, respectivamente.

West abre a boca, tencionando responder cada pergunta, mas logo a fecha, sem saber o que dizer. Seu cérebro estava dando nós. Não estava acreditando que inexplicavelmente Henry havia perdido a memória. Sua mente buscava uma lógica para tudo o que estava acontecendo.

De repente, Henry sente uma fisgada em seu ombro e calcanhar e então percebe que ambos estavam machucados. Mais confusão inundam sua mente já atordoada.

― O que aconteceu comigo? ― Questiona para a ruiva à sua frente, que parecia ter entrado em transe ao tentar raciocinar sobre o que estava acontecendo e estava com um olhar perdido no jovem. ― Oi? Tem alguém aí? ― Ele estala os dedos na altura dos seus olhos.

Kelly pisca diversas vezes e balança a cabeça algumas vezes, voltando a realidade. Em seguida, seu olhar volta a focar no Henry.

― Desculpa, eu estou tão confusa quanto você... ― Miller dá um sorriso sem graça. ― Então... ― Pigarreia, preparando-se para responder todas as perguntas. ― Bem, eu me chamo Kelly e trabalho nessa lanchonete e na pousada da vovó, que é onde você e suas mães estão hospedados. É assim que nos conhecemos. ― Fala calmamente e o jovem a escuta atentamente. ― Nós estamos em Storybrooke, uma cidade interiorana do estado do Maine. ― Ele franze o cenho, questionando-se por que nunca ouviu falar da cidade quando estudou o mapa do país nas aulas de geografia. ― Alguns dias atrás você sofreu um acidente ao salvar suas mãos de um atropelamento. É por isso que está machucado. ― Aponta para o braço dele. ― Suas mães saíram, mas se você quiser eu posso te ajudar a chegar no quarto de vocês. ― Oferece solícita, já rodeando o balcão e pegando as duas xícaras de chocolate quente com uma mão.

Mesmo desconfiado e indo contra todos os ensinamentos que Emma lhe deu sobre não falar com estranhos, Henry aceita a ajuda da mulher, que de acordo com o seu instinto, não parecia ser uma má pessoa e parecia falar a verdade.

Então, com a ajuda da ruiva, Henry desce do banco, apoia-se na muleta e em seu ombro, e ambos caminham lentamente em direção as escadas de acesso aos quartos do andar de cima.

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