Capítulo 2

578 60 17
                                    

Olá... Mais um capítulo para vocês...

Obrigada a todos que comentaram no capítulo passado...

Espero que gostem...

Boa leitura.


Tallahassee, dois anos atrás...

Manhã de quarta-feira. 23 de outubro de 2013.

A manhã estava parcialmente nublada na capital da Flórida. Fazia 86°F quando Regina parou em frente ao novo prédio que passaria a residir a partir dali.

Em suas costas, carregava uma enorme mochila preta, de viagem, com seus principais pertences pessoais. Na mão, segurava uma enorme e pesada caixa de papelão com lembranças de família e os poucos amigos que deixou em Nova Iorque, sua cidade anterior.

Não trouxe muita coisa para a sua nova moradia. O apartamento já era mobiliado, então só era necessário as suas roupas, sapatos, joias e alguns objetos importantes de decoração, como porta-retratos, relógios, louças e um vinho antigo e raro, dado por seu falecido pai. Os eletrodomésticos que não estavam inclusos na mobília chegariam em três dias, em um caminhão de mudança.

Com a ajuda do porteiro, chamou o elevador e entrou. Antes que o senhor pudesse apertar o botão do seu andar, escutou a voz de um garoto pedindo para que segurasse o equipamento de transporte.

— Obrigado! — O jovem agradeceu ao senhor, que logo se afastou, e à Regina, que respondeu com um sorriso. O garoto parecia apressado. Sua respiração era cansada. Em mãos, segurava alguns envelopes.

— Você poderia apertar o número três para mim? — Regina levantou um pouco a enorme caixa, indicando que estava impossibilitada de realizar a ação.

— Claro... — Apertou o pequeno botão e se virou para a morena. Parecia querer puxar conversa. — Eu também estou indo para o 3º andar. — Comentou. — Você é nova aqui?

— Sim, eu sou.

— Deve ser a nova vizinha... — Disse para si mesmo. — Seja bem-vinda! ― Sorriu.

— Obrigada! — Respondeu bastante surpresa com a educação do garoto.

Antes que ele pudesse puxar mais algum assunto, a porta do elevador se abriu e ele saiu correndo, acenando com a mão antes de desaparecer por uma porta.

Ao sair do elevador também, Regina pôde avistar somente duas portas no longo corredor decorado com alguns quadros abstratos, duas plantas artificiais no fim e uma enorme janela com vista para a rua principal. Uma das portas, a de número 107, era a porta pela qual o garoto havia entrado. A outra porta, a de número 108, era o seu novo lar.

Devagar, aproximou-se da porta, colocou a enorme e pesada caixa ao chão e retirou do bolso de sua calça um chaveiro de maçãs e penas com uma única chave. Após abrir a fechadura e girar a maçaneta, escancarou a porta e arrastou sua caixa para dentro. Empurrando a caixa para o canto da parede, retirou a pesada mochila das costas, necessitaria de uma boa massagem depois, e se jogou no enorme e acolchoado sofá.

Com as costas descansadas, caminhou até uma enorme janela guilhotina de madeira, encostou-se ao batente, sentindo o ar fresco em sua pele e balançando os cabelos, e observou a rua. Era um bom lugar para recomeçar.

Regina morou em Nova Iorque com os pais a vida toda. A morte de seu pai foi o que a levou escolher seguir o caminho da Cardiologia. Seu pai morreu de infarto agudo do miocárdio um ano e meio antes dela começar o curso. Mas o que a levou a Tallahassee foi a morte de sua mãe, após sofrer um acidente de carro, ter três paradas cardíacas e não resistir, e uma proposta excelente, meses depois, para trabalhar no Tallahassee Memorial HealthCare, depois de ficar conhecida entre os médicos da sua área, de todos os hospitais da cidade e algumas cidades vizinhas, por conseguir salvar uma família inteira na mesa cirúrgica. Todos os esforços que ela havia feito naquela semana para salvar aquela família não foi apenas por amar sua profissão e pelas pessoas, mas também por seus pais. Ela fez por eles o que, infelizmente, não conseguiu fazer por seus entes queridos.

RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora