Capítulo 6

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Dulce Maria

Fui me despertando aos poucos e notei que estava abraçada com Christopher. Esfreguei os olhos, ainda sem fazer movimentos bruscos e olhei para cima.

Christopher era lindo em todos os sentidos. Seu rosto era harmônico, seus cachos bagunçados davam um ar rebelde nele, seu corpo era forte e sua pele era macia, não era pra menos que ele se achava.

Saí dos meus pensamentos e me desvencilhei dele, o vendo se acomodar sem meu corpo perto e continuar a dormir. Peguei meu celular e me sentei na cama, Anahí havia me mandado algumas mensagens, assim como Fael. Ok, eu estava confusa em como chamá-lo, tentaria esse nome agora já que ele me disse que era o apelido favorito.

Rafael:
Bom dia, Dul! Como está?

Dulce:
Bom dia! Estou bem e você?

Rafael:
Também! Escuta, o que acha de sairmos hoje? Vi que tem uns filmes incríveis no cinema e eu até deixo você escolher um romance rs.

Só porque eu era uma garota isso me fazia automaticamente querer ver filmes melosos? Ele tirou essa conclusão saindo comigo?

Dulce:
Eu não gosto de romance mas obrigada pelo convite. Hoje eu realmente não posso sair.

Rafael:
Ah qual é, Dul? Ficou brava pelo comentário? Me desculpe 😪

Dulce:
Não, tudo bem. Eu só tenho compromisso hoje mesmo, combinei de ajudar Christopher com algumas coisas.

Rafael:
Christopher é? Vocês têm algo que eu esteja atrapalhando?

Dulce:
Não, somos amigos apenas.

Rafael:
Ontem pareciam mais que amigos... O que aconteceu, hein?

Dulce:
Não somos "mais que amigos", se fôssemos eu não tinha saído com você e muito menos te beijado. Christopher está com problemas que não vem ao caso e eu fui ajudá-lo.

O que esse cara quer de mim? Marcar território?

Rafael:
Tudo bem, não está mais aqui quem falou. Já entendi que vocês são unidos.

Dulce:
Sim, somos.

Respirei fundo e apertei o celular em minha mão. Talvez estivesse cedo demais pra isso, mas eu precisava falar.

Dulce:
Olha, Fael, eu gosto de você, te acho bonito e interessante, e nós realmente nos demos bem, mas você não pode querer me controlar ou tirar conclusões sobre Christopher e eu. Nos tratamos como irmãos e sempre vai ser assim, ok? Eu nem deveria estar me justificando, mas achei necessário.

E ele ficou um bom tempo digitando. Um bom tempo de verdade.

Rafael:
Tudo bem, Dul, me perdoe. Eu só nunca havia presenciado uma amizade tão forte como as de vocês, creio que fiquei inseguro, mas isso não justifica. Também gosto muito de você e quero que isso dê certo, irei controlar meu ciúmes, te prometo.

Sorri com sua mensagem e comemorei, agora sim garoto!

Dulce:
Fico feliz em ler isso, de verdade. Agora tenho que ir, nos falamos depois?

Rafael:
Claro que sim! Beijos 😘

Bloqueei meu celular e suspirei. Ok, aquilo tinha sido parcialmente estranho, mas normal, Christopher e eu realmente éramos carne e unha, eu entendia a preocupação de Fael.

Christopher se remexeu na cama e começou a despertar lentamente. A carinha de bebê que ele fazia era a coisa mais fofa desse mundo.

— Bom dia, princesa!

— Bom dia, Maria. — a essas horas, gente? O encarei com cara feia e ele riu.

— O que foi? Você me chamou de princesa! — ele me olhou como se fosse o dono da razão e foi impossível não rir.

— Porque você é uma. Agora que tal você sumir do meu quarto pra eu tomar um banho e você vai fazer o mesmo?

— Você sempre acorda um doce de pessoa, igual seu nome. — ele disse com a voz fina se levantando da cama e pegando suas roupas da noite passada, já secas e dobradas em cima de uma cadeira.

— Desaparece, Uckermann. — ele mostrou a língua para mim e saiu do meu quarto.

Fui até o banheiro e me logo entrei no chuveiro para um banho rápido. Passei a pensar em tudo que aconteceu em um intervalo menor que 24 horas. E foi muita coisa.

Eu ainda não estava 100% segura sobre Rafael, ou sobre o que Christopher faria em relação à Carla, e de certa forma, aquilo me deixava extremamente insegura.

Saí do banho e rapidamente vesti um short e uma camiseta, já que o dia estava quente. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Anahí vir até minha casa, e fiz o mesmo na conversa com Christian.

Desci as escadas e Christopher já preparava o café da manhã, e eu dei graças a Deus, já que papai estava na casa de Claudia e eu sozinha passaria fome por não saber ferver uma água para fazer café.

Comecei a ajudá-lo com o que não exigia muito das minhas habilidades como organizar a mesa e logo sentamos para comer, só então percebi a fome que sentia.

— Chris? Chamei Annie e Christian para virem aqui, ok? — percebi que ele engoliu seco e desviou o olhar. — Você não pode fugir a vida toda, ainda mais de Christian, ele sente sua falta...

— Eu sei... — ele suspirou e passou a mão no rosto. — Eu vacilei tanto com Christian que não mereço nem um terço do perdão dele.

— Vocês dois são amigos desde a pré escola, duvido muito que ele não vá te perdoar...

— Sabe quantas vezes ele me alertou e eu não quis ouvir? Fechei os olhos pra o que tava na minha frente? — coloquei minha mão sob a dele e fiz um carinho singelo. — Fora a forma que a Carla tratava ele, Dul. Christian aguentou muita coisa e eu não fiz por merecer.

— Olha, você foi um grande filho da puta, com todos os seus amigos, mas eu te perdoei, nós conversamos e nem nos matamos pra escolher um filme. — ele riu fraco e me olhou. — Christian ama você assim como eu, você não tem que se preocupar. Explique tudo a ele e ouça o que ele tem a dizer, você não tomou ainda sua decisão se vai voltar pra Carla ou não, então apenas diga a ele que está pensando. — a campainha tocou assustando a nós dois e Christopher segurou ainda mais forte na minha mão, quando eu fiz menção de levantar da mesa.

— Eu tomei sim minha decisão, Dul.

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