Capítulo 14

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Dulce Maria

Dia um estando solteira: me sinto livre, estranhamente livre, não tenho vontade de chorar, não me sinto triste. Me sinto leve. Finalmente.

Pareceram três longos anos, com poucos momentos bons e muito caos. Meu pai parecia preocupado comigo, já que eu não esboçava nenhuma tristeza.

Hoje nós dois iríamos almoçar na casa de minha irmã, Cláudia, e eu estava ansiosa para isso, fazia muito tempo que não ficava sozinha com a minha família, já que Rafael sempre queria estar me vigiando, então hoje eu seria totalmente deles, principalmente da Clarinha, que eu estou morrendo de saudades.

Estava em meu quarto me arrumando quando meu celular começou a vibrar e muitas mensagens de Anahí apareceram na minha tela.

Anahí:
Dulce?

Amiga?

Preciso te contar uma coisa que talvez te deixe mal.

Dulce, me responde logo

É sobre Christopher

Eu estou vendo que você está lendo minhas mensagens.

Dulce:
O que aconteceu com ele?

Anahí:
É só falar o nome do alecrim dourado que você aparece, achei que me considerava mais 😪

Revirei os olhos para o drama dela e suspirei, eu estava começando realmente a ficar preocupada com Christopher e temia pelo que podia ter acontecido.

Dulce:
Fala logo.

Anahí:
Christopher descobriu hoje que foi traído por três anos, terminou tudo com Carla.

Três anos. Isso dava exatamente...

Dulce:
Aquela desgraçada daquela Carla fez da minha vida um inferno, pra trair meu melhor amigo? Eu quero matar essa vagabunda, quem ela pensa que é?

Eu estava com muito ódio, a ponto de tremer de raiva.

Anahí:
Pois é. Christopher pegou ela na cama com Pedro, de novo, que acabou confessando tudo. Parece que a briga foi da boa, queria ter visto.

Dulce:
Anahí, sua fofoqueira, isso não é problema seu.

Anahí:
Se eu não fosse fofoqueira, você não saberia disso.

Ela tem razão, mas não vou deixar nítido que concordo, eu tenho meu orgulho.

Dulce:
Sabe como Christopher está?

Anahí:
Na hora em que falei com Christian, ele estava muito mal, mas talvez seja mais decepção. Christopher não amava Carla, era nítido, mas foi um relacionamento duradouro, né.

Dulce:
Sim...

— Filha, estamos atrasados. — Ouvi meu pai dizer enquanto batia na porta do meu quarto.

— Estou indo, papai. — Eu gritei de volta.

Dulce:
Tenho que ir, vamos para a casa de Cláudia. Mas se souber de algo, me mantenha informada.

Anahí:
Pode deixar. Aproveita o dia em família, te amo 💖

Dulce:
Te amo 🤍

Bloqueei meu celular e de imediato voltei a me arrumar. Christopher não saia da minha cabeça de jeito nenhum, e eu sentia que precisava fazer algo em relação a isso, mas o que?

[...]

— Dulce, que saudade de você, mana! — Cláudia disse abrindo a porta e me dando um abraço apertado. — Finalmente te tenho só pra mim, aquele tiracolo resolveu desgrudar de você?

— Nós terminamos, Cláudia. — Ela se afastou para olhar nos meus olhos, sua expressão era totalmente neutra.

— Como você está?

— Bem, tranquila. — dei de ombros e passei para dentro da casa dela, sendo seguida pelo meu pai. Cumprimentei meu cunhado, Andrea, e peguei Clarinha no colo enquanto enchia ela de beijos, enquanto ela ria. É, eu estava com saudades.

— Titia, vamos brincar? — minha linda sobrinha perguntou assim que a coloquei no chão, mas ouvi Cláudia pigarrear atrás.

— Clara, daqui a pouco ela brinca com você, a mamãe precisa conversar com a titia, tá? — ela assentiu e sorriu.

— Vovô, vem comigo? — ela apelou pro meu pai agora, que sorriu e a pegou no colo.

— Claro, meu amor, vamos. — meu pai saiu com Clara e meu cunhado, deixando eu e Cláudia sozinhas na cozinha.

— Me conta isso direito, vocês terminaram quando? Não chegaram de viagem tipo ontem? Como ele reagiu? — minha irmã me bombardeou de perguntas e eu me vi tonta por um momento.

— Sim, nós chegamos ontem de manhãzinha de viagem, mas eu já estava saturada dessa relação fazia tempo, então terminamos por mensagem. Ele ficou irado comigo, me mandou várias coisas mas eu o bloqueei. — Cláudia estava parada, parecia em choque com tudo que eu falei.

— Deixa eu ver essas mensagens que ele te mandou. — peguei meu celular e entreguei para ela ver, eram muitas coisas e eu não estava com paciência ou estômago para reler cada uma delas. — Dulce, vamos na delegacia conseguir uma medida restritiva para você. Sei que não parece, mas isso são ameaças, ele pode seriamente fazer algo contra você.

— Acha que tudo isso é necessário? Rafael é meio obsessivo mas não acho que me machucaria... — ou machucaria?

— Eu acho melhor não corrermos nenhum risco. Você mostrou isso para o papai? — neguei com a cabeça mordendo o lábio inferior. — Certo, então nós vamos falar a eles que iremos no mercado comprar algo.

— Você quer ir na delegacia agora? — arregalei os olhos enquanto a observava ficar mais tensa. 

— Dulce, não vou dar mole com a sua segurança, você é minha irmãzinha e eu vou te proteger. Vamos agora sim e não discuta comigo. E assim que voltarmos, contaremos ao papai. — Cláudia agarrou minha mão, se despediu dos outros e logo saímos da casa dela.

No caminho, comecei a pensar se Rafael era realmente capaz de fazer algo assim. Eu não duvidava de nada vindo dele, mas era difícil pensar que a pessoa que jurou me amar durante três anos faria algum mal contra mim.

Resolvi mandar uma mensagem para Anahí, dizendo o que estávamos fazendo e para tranquilizá-la, já que ela também queria que eu fizesse isso. Em poucos minutos, Annie me respondeu comemorando, e escreveu o quão em paz ela ficava em saber que eu estava tomando essa providência.

Logo chegamos na delegacia, minhas mãos suavam e eu tremia inteira, mas sabia que era algo necessário para minha própria segurança.

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