Capítulo 43

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Três semanas depois

Christopher Uckermann

Ok, agora sim eu posso dizer que cheguei no ponto mais alto da minha vida. Meu trabalho estava ótimo, eu tinha amigos incríveis e, principalmente, eu tinha ela.

Dulce.

Chegava a ser engraçado o tanto que evoluímos juntos em tão pouco tempo. E sim, eu estava apaixonado por ela, não tinha mais como negar, estava estampado na minha cara de idiota toda vez que alguém falava dela, ou que ela se aproximasse, ou até mesmo que eu pensasse nela.

E ao meu ver, as coisas não estavam tão diferentes para ela, ou pelo menos era o que ela mesma demonstrava. Dulce era carinhosa comigo, me olhava diferente e nós éramos conectados, eu estava certo disso.

Então hoje, eu iria avançar nessa relação, o que poderia dar errado? Claro que eu prometi a ela que iríamos devagar, mas eu preciso que Dulce seja minha, na forma mais primitiva da palavra.

Assim que saí do trabalho, mandei uma mensagem para ela, chamando-a para darmos uma volta. Dulce não era o tipo de pessoa que se importava com luxo, ela gostava da simplicidade das coisas e dizia que deixava os momentos mais especiais.

Como fazia um dia quente, planejei um piquenique em seu lugar favorito do mirante, onde com certeza teríamos a privacidade que precisávamos. Quando deu por volta das sete da noite, fui até sua casa buscá-la, para finalmente irmos.

— Uau, como você consegue ficar cada dia mais bonita? — eu disse assim que ela abriu a porta com um lindo sorriso estampado em seu rosto, e usando um vestido curto, solto em seu corpo.

— Não exagere. — Dulce disse corando as bochechas e eu sorri indo até ela, e beijando seus lábios em um selinho demorado. — Você também está lindo, que sorte a minha. — ela disse com a boca ainda encostada na minha e eu senti um arrepio percorrer por meu corpo.

— É seu efeito em mim... — murmurei e ela sorriu. Dei mais um selinho nela e logo me despertei daquele momento. — Ok, vamos?

— Claro, vamos! — guiei Dulce até o carro e logo comecei a dirigir para aquele lugar que não era longe. — Vamos ao mirante? — ela disse percebendo o caminho.

— Sim, não voltamos mais aqui e eu te disse que iria ressignificar esse lugar para você...

— Chris, você já fez isso... Com certeza transar no carro bem naquele estacionamento fez com que minhas lembranças mudassem. — comecei a tossir, como se tivesse engasgado, e senti uma pontada em minha virilha. Dulce riu de mim e passou a mão nas minhas costas para que eu me acalmasse.

— Mulher, você quer me matar mesmo. — eu disse baixinho e ela riu fraco.

— Eu apenas recordei da minha melhor lembrança ali. — sorri para ela e ela retribuiu, fazendo meu coração acelerar. Dulce pousou sua mão em minha perna e seguimos o caminho tranquilo, enquanto eu sentia seu carinho ali.

Chegamos ao local e fui logo pegando tudo para poder arrumar como eu queria. Dulce me ajudou a colocarmos as coisas no lugar, e em pouco tempo, sentamos lado a lado para comermos e finalmente conversarmos.

— Você está romântico hoje, o que está acontecendo? — ela disse desconfiada após quebrarmos um beijo.

— Nada demais, só quis te fazer um agrado, Maria. — Dulce revirou os olhos e sorriu para mim.

— Esqueceu que eu te conheço a um bom tempo, nunca te vi sendo romântico nem com Carla. — isso era verdade, eu não era lá um cara de fazer esse tipo de coisa, e minha ex com certeza não despertava essa vontade em mim, coisa que Dulce faz.

— Eu sei, mas você não é a Carla, e eu mudei, amadureci, me dá um desconto. — ela pareceu pensar mas logo deitou sua cabeça no meu ombro.

— Eu sei que sim, mas me assusta isso tudo entre nós dois. — ela suspirou e eu a abracei. — Sabe, eu tenho conversado com a minha terapeuta sobre você... Gabi me disse que é notório o quanto você me faz bem. — não pude deixar de sorrir com o que ela tinha acabado de dizer. Será que era possível eu amolecer ainda mais com as palavras daquela mulher?

— E você? O que acha disso? — Dulce levantou a cabeça e olhou nos meus olhos.

— Eu concordo, nunca senti isso antes, e não sei se é porque éramos amigos antes, mas tem algo em você diferente de todos os outros que eu já fiquei... — assenti e sorri de lado.

— Eu sou especial, querida. Ninguém chega aos meus pés. — ela revirou os olhos e riu. — Mas eu sei o que você quer dizer, eu sinto o mesmo. É confuso e intenso ao mesmo tempo. — Ela assentiu e continuou a me olhar. — Por isso, eu tomei uma decisão, e sei que você pediu para irmos devagar, mas eu não consigo mais guardar isso dentro de mim. Eu estou apaixonado por você, Dul, talvez sempre tenha sido e só tenha descoberto agora, mas eu não quero esconder esse sentimento mais, algo tão bonito assim não deveria ficar apenas entre nós dois...

— C-chris, o que você... — seus olhos estavam cheios de lágrimas e suas mãos estavam tão trêmulas quanto as minhas.

— Eu não quero te pressionar, e não estou te cobrando nada hoje, inclusive se você precisar de um tempo, eu vou entender. — respirei fundo ao dizer, porque aquilo era mentira, eu não iria entender. — Você aceita a namorar comigo? — seu olhar desviou para minha boca e ela sorriu, eu estava ansioso, sem saber o que se passava na cabeça daquela mulher.

Me surpreendendo totalmente, Dulce avançou em minha boca, seus braços abraçaram meu pescoço e ela se sentou em meu colo. Aquele, talvez, tenha sido o melhor beijo que eu já tinha recebido. Estávamos em perfeita sintonia, tudo se encaixava como tinha que ser, e se não estivéssemos em um local público, provavelmente eu já teria arrancado as nossas roupas e a feito minha. Quebramos o beijo com alguns selinhos e ela encostou sua testa na minha, sorrindo de olhos fechados.

— Você ainda não me respondeu... — murmurei e ela riu pelo nariz.

— Você ainda tem dúvidas? Claro que sim. — sorri e a puxei para mais um beijo, eu nem acreditava que aquilo estava acontecendo.

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