Epílogo

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Sete anos depois

Dulce Maria

Eu nunca, em toda minha vida, pensei que estaria vivendo o que vivo. Bom, e eu vou explicar o porquê, e como tudo se tornou um sonho na minha vida.

Christopher e eu nos casamos um ano após ficarmos noivos, e mal sabíamos que o motivo de tantos ajustes no meu vestido de noiva, era que Luca já estava na minha barriga.

Sim, eu me casei grávida de dois meses, sem ter a menor ideia. Nossa lua de mel foi um desastre, e eu passei a maior parte dos dias em Madrid vomitando, e bom, transando com meu recém marido. Posso dizer também que não aproveitei a cidade, Christopher e eu mal conseguíamos sair do quarto.

Assim que voltei para a Cidade do México, fiz o teste e foi o positivo mais feliz da minha vida, apesar do medo por já ter sofrido um aborto. Minha família ficou em alegria, principalmente Clara, que agora teria um primo para ela cuidar e mimar, e foi assim desde que ele nasceu. Meu menino veio a cara do pai, mas o gênio da mãe, quando ele e Clara se juntavam, era bagunça na certa.

Eu também acabei me tornando a diretora do colégio em que trabalhava, realizando meu grande sonho que era cuidar daquele monte de criança. Christopher se saiu muito bem na empresa também, e hoje liderava uma equipe enorme e tinha um cargo alto, o que nos dava uma vida confortável.

Mas vou contar como está o restante da família, claro. A quatro anos atrás, meu pai surpreendeu à todos assumindo um namoro com a tia Alexandra, por essa ninguém esperava e Christopher quase parou na emergência quando soube, mas ao ver a felicidade dos dois, tudo mudou. Agora eles dois moram juntos e realmente se amam.

Tio Victor, pai de Christopher, voltou quando soube que Luca nasceu, mas foi apenas aquela vez, nunca mais ouvimos falar dele e com certeza meu marido não sentia sua falta.

Anahí, por sua vez, casou. Ela e Matias se conheceram quando minha melhor amiga saiu de férias com Christian para Cancún, e foi amor a primeira vista. Eles estavam casados à três anos, e a pequena Alice, minha afilhada, estava completando seus seis meses de vida, a menina mais linda desse planeta, a protegida de Luca.

Já Christian pulou de relacionamento em relacionamento, até encontrar Oscar, com quem está junto a pouco mais de um ano. Eles realmente eram um casal e tanto, e nós ficávamos felizes em ver Christie realizado e completo.

Ah, claro, não posso esquecer dos responsáveis de tentar fazer da minha vida e de Christopher um inferno: Rafael e Carla. Bom, meu adorável ex namorado se envolveu em uma briga terrível na prisão, e seu fim foi triste Rafael foi encontrado morto em sua cela a cinco anos, com diversas marcas de facadas por seu corpo. Ele havia se envolvido com uma guangue dentro da penitenciária, e bom, com o temperamento fácil que tinha, não era difícil entender o porquê de alguém querer matá-lo. Sua família ainda tentou entrar em contato comigo, me culpar pelo ocorrido, mas conseguimos uma medida de proteção e nunca mais soubemos de nenhum deles.

E Carla, como era sua cônjuge legalmente, ficou sabendo, e não lidou nada bem com a notícia. A mulher foi encontrada morta também, dois dias depois, com uma carta de suicídio ao seu lado, dizendo que agora ela seria livre e poderia viver seu amor com Rafael na eternidade. Ficamos todos chocados com o ocorrido, mas seguimos nossa vida.

Gabi, minha terapeuta também acabou virando uma grande amiga, que esteve presente em diversos momentos da minha vida, além de Bruna, melhor amiga de Christopher, que acabou virando minha irmã de alma, eu a amava tanto quanto amava Anahí, o que não foi bem recebido pela minha Barbie, mas logo aceitou e viramos um grupo de quatro amigas inseparáveis.

— Amor, voltei! Trouxe um bolo pra você, feito pela dona Alexandra. Sei que você odeia a comida do hospital, e minha mãe garantiu que não vai te fazer mal. — Christopher disse ao abrir a porta do quarto do hospital. Sim, hospital, eu havia acabado de ganhar nosso segundo bebê, Luna Maria, minha pequena cópia que agora dormia tranquilamente no meu colo. — Como estão as mulheres da minha vida? — ele se aproximou, me deu um selinho demorado nos lábios e cheirou a cabecinha da nossa filha. Observei atentamente seus movimentos e suspirei me perguntando como era possível me apaixonar cada vez mais por aquele homem.

— Estamos bem, Luninha acabou de mamar agora e dormiu. Eu deveria colocá-la no berço mas não quero soltar minha bebê. — Eu disse manhosa, fazendo um bico e arrancando uma risada de Christopher.

— Nossa bebê! Minha filha é a criança mais bonita desse mundo junto com o Luca. Só fazemos crianças lindas, amor, deveríamos investir em mais dois e abrir uma agência de modelo infantil. — ele disse pegando Luna do meu colo e me entregando o pedaço de bolo feito por minha sogra.

— Vamos com calma, Uckermann, acabei de ter o segundo. Falando nisso, cadê meu príncipe? — perguntei dando uma garfada no bolo e me surpreendendo com o gosto maravilhoso. — Nossa, tia Ale tá cada vez melhor nos bolos, agradeça a ela se vê-la antes de mim.

— Pode deixar. — ele sorriu e voltou atenção para Luna em seus braços. — Luca está com Bruna, ela levou ele e Clara ao parque junto com Gabi. Sabe como Bruna ama sequestrar as crianças, então ela se ofereceu pra cuidar dele enquanto estivéssemos aqui. — Bruna era apaixonada por Luca, eles eram melhores amigos e ela cuidava muito bem dele, o que me deixava extremamente tranquila.

— Tudo bem então. — continuei comendo e conversando com meu marido, e já que hoje nós teríamos alta do hospital, Christopher colocou Luna no berço e começou a arrumar nossas coisas, para que enfim, fôssemos embora para casa.

Próximo às duas da tarde, o médico entrou no quarto e finalmente nos liberou para irmos. Ao chegar em casa, fui recebida com um abraço forte do meu pequeno, e um beijo molhado no rosto. Peguei Luna que estava no colo de Christopher e meu marido pegou Luca no colo, para que ele pudesse observar melhor a irmã. Logo Bruna, Gabi e Clara apareceram no nosso campo de visão e nós sorrimos.

— Lu, eu vou te proteger de todo mundo, você é a minha pessoa favorita de todas e eu te amo, bebê. — Luca disse baixinho e perto da irmã, que dormia. Olhei emocionada para Christopher, que sorria como bobo daquela cena.

Era isso, minha família estava completa, em paz e aquilo, que parecia um sonho, felizmente era muito real. Depois de tanto sofrer na juventude, de um acidente terrível que me causou problemas de memórias, a vida me surpreendeu e me ofereceu o melhor que existia. Eu só conseguia ser grata ao universo por ter colocado Christopher para esbarrar em mim na secretaria daquela universidade, e por termos criado uma conexão imediata que transcendeu todas as nossas fases. Encarei meu marido e sorri, me aproximando dele e o beijando suavemente.

— Vocês são meu tudo, eu amo vocês! — ele disse olhando em meus olhos. — Obrigado pelos melhores presentes dessa vida que são nossos filhos, nossas maiores joias. — lágrimas se acumulavam em meus olhos e eu deitei a cabeça em seu ombro.

— Vocês são minha vida, eu os amo demais. Obrigada por não desistir de mim. — ele sorriu e beijou minha cabeça, sussurrando que iria comigo até a eternidade. E bom, não havia nada mais recíproco que isso, e meu peito se carregava cada dia mais de amor e felicidade.

fim.

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