Capítulo 30

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Christopher Uckermann

Dulce estava estranha. Desde quarta-feira, ela não respondia mais minhas mensagens, ou atendia minhas ligações. Sei que ela me viu no restaurante com Bruna, mas se eu tivesse dito a verdade para ela, era capaz de brigarmos.

Hoje era, finalmente, sexta-feira. Havíamos combinado, nós quatro, para irmos até a casa dela, e como, no nosso grupo, ela tinha me respondido, fui mesmo não estando nos melhores termos com ela.

Passei na casa de Christian e Anahí, respectivamente, e depois fomos até o mercado. Iríamos fazer um churrasco hoje, como fazíamos antigamente, então compramos muita bebida e muita comida para esse evento.

Assim que chegamos, Dulce abriu um sorriso e veio nos ajudar com as coisas. Por mais que ela não tenha vindo falar diretamente comigo, eu estava feliz em saber que a deixei enciumada, era um tipo de vitória que ninguém explicava.

- Você não vai falar comigo? - eu disse para ela quando a segui para cozinha. Christian tomava conta da churrasqueira e Anahí estava conversando com ele. Virei a garrafa de cerveja na boca olhando para ela, que revirou os olhos.

- Não converso com mentirosos. - ela disse seca e eu ri, enquanto colocava as mãos entre ela, a prendendo no balcão e fazendo com que ela se virasse para mim. Dulce cruzou os braços e olhou em meus olhos, ali eu vi raiva e muita.

- Se eu falasse que sairia com outra, você surtaria... - ela abriu a boca indignada e eu quis rir, sabia que em seguida ela mentiria.

- Lógico que não, Uckermann, eu ia ficar... de boa, é a sua vida, não a minha. - Eu quis rir, Dulce brava era fofo e adorável.

- Sei, então quer dizer que não sentiu nem uma pontinha de ciúmes?

- Não. - ela descruzou os braços e tentou sair dali. - Christopher, da pra me soltar?

- Não, nós estamos conversando. - Estreitei mais meus braços no balcão, dando menos espaço a ela. - E eu senti sua falta essa semana, então você vai ficar aqui. - minha voz estava carregada e ela me olhava com surpresa. A vi engolir seco e desviar seus olhos dos meus, enquanto coçava a cabeça.

- Não temos nada que conversar, está tudo bem.

- Se estivesse tudo bem, você não estaria nervosa assim, não tinha sumido ou parado de falar comigo. - ela piscava sem parar, sabia que Dulce estava tensa e estava amando aquilo.

- Eu estou nervosa porque você está perto demais de mim. - ela murmurou e seu olhar passou a intercalar entre meus olhos e minha boca.

- Bom, você merece isso. - Eu disse com a voz rouca e me aproximei mais ainda dela. Sua respiração ficou pesada e senti seus músculos tensionarem entre meus braços.

- Chris. - cheguei ainda mais perto e rocei nossos narizes. Dulce estava com a boca entreaberta e seus olhos fechados, como se estivesse esperando por aquilo. Assim como fiz antes, rocei nossos lábios um no outro e me afastei bruscamente, saindo da cozinha e a deixando sozinha ali parada.

Fui para o lado de fora, onde Christian e Anahí conversavam sobre alguma série que estavam assistindo e acabei entrando no assunto, enquanto via Dulce passar pela porta, com a cara mais fechada possível. Eu me sentia vitorioso de verdade.

[...]

Havíamos bebido o dia todo, e a essa hora, já estávamos todos bêbados e Christian permanecia o sóbrio do grupo. Alguém tinha que ser responsável.

Após muita conversa aleatória e risadas, Christian resolveu pegar meu carro e levar Anahí para casa, e eu ficaria com Dulce, já que ela estava sozinha em casa, pois Fernando havia ido para Monterrey com Claudia.

As coisas estavam mais tensas entre Dulce e eu, ficávamos nos encarando o tempo todo e eu tinha certeza que Annie e Christie tinham pego algo no ar.
Estávamos tomando mais uma garrafa de cerveja quando ela se sentou consideravelmente perto de mim e me encarou. Senti meu coração acelerar apenas com aquele contato visual e era louco pensar os sentimentos que Dulce estava despertando em mim cada vez mais.

- Chris? - ela pareceu incerta em me chamar e disse meu nome num sussurro.

- Oi, Dul. - virei meu corpo para ficar de frente para ela, e a observei fazer o mesmo.

- Por que você se afastou de mim duas vezes? Não quer me beijar? - suspirei e desviei meu olhar do dela, ai se ela soubesse.

- Porque você quis assim, não foi o que me disse depois daquele dia da boate? - dessa vez, ela suspirou e negou com a cabeça.

- Eu não sabia o que estava dizendo... - o bom de Dulce estar bêbada, é que ela fica extremamente sincera, mas como eu também estava, esperava não esquecer dessa conversa entre nós.

- Mas você disse, e por mais que isso esteja me corroendo, eu vou te respeitar.

- E se eu disser que mudei de ideia? - arregalei os olhos e senti uma pontada em minha virilha. Será que eu estava entendendo certo aquela conversa?

- D-dulce, c-como assim? - ela revirou os olhos e me puxou pela nuca, avançando sua boca na minha.

Retribuí aquele beijo na mesma intensidade e de imediato. Pedi passagem com a língua e aprofundei ainda mais aquele ato, sendo correspondido na mesma hora por ela. Quando notei, Dulce estava no meu colo, seu corpo já estava colado ao meu e nós estávamos ficando sem ar. Quebrei o beijo com alguns selinhos e a olhei, acariciando seu rosto e sendo observado atentamente por aquele par de olhos castanhos.

- Você tem certeza disso? - ela olhou para minha boca e sorriu, enquanto rebolava sutilmente em cima de mim, a desgraçada ia me enlouquecer.

- Nunca tive tanta certeza na minha vida. - aquilo com certeza me pegou de surpresa e eu apenas consegui sorrir malicioso para ela.

Me levantei, segurando Dulce no colo, firme a mim, subi as escadas e entrei em seu quarto. A coloquei com cuidado na cama, voltando a lhe beijar na boca. Eu estava viciado naquilo e a trataria da melhor forma possível. O jeito que Dulce me olhava e passeava suas mãos pelo meu corpo, queimava a minha pele, e me deixava cada vez mais excitado. Simplesmente não podia acreditar que isso finalmente aconteceria.

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