Capítulo 28

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Christopher Uckermann

Eu tive um primeiro dia de trabalho incrível! Simplesmente o melhor. As pessoas do escritório são gentis e amigáveis, sem exceção, e a recepção que tive tirou todo meu nervosismo, que estava sentindo antes.

Conheci Bruna, uma colega de trabalho, extremamente bonita, que me auxiliaria nos primeiros dias, até eu pegar todos os processos da empresa.

E Bruna era animada, divertida, sem papas na língua, uma pessoa totalmente diferente da minha ex. Além de me lembrar alguém, mas não sabia quem.

Quando eu cheguei, após ser recepcionado e direcionado pro meu local de trabalho, ela já veio sentar ao meu lado, disse que eu era bonito e tiramos uma foto, na qual eu mesmo publiquei em meus stories. Não sabia se isso poderia levar a algum lugar, mas eu faria de tudo pra ser simpático e legal com ela.

Ao fim do dia, peguei meu carro e fui direto para casa. Estava feliz com o primeiro dia que tive, e queria contar tudo à minha mãe... E à Dulce. Era impressionante como ela sempre fazia parte das minhas conquistas, eu sempre precisava dividir com ela.

- Meu filho! Como foi o trabalho? - minha mãe disse assim que entrei em casa, sorri e a abracei, beijando o topo de sua cabeça.

- Incrível, mãe! Nunca vi tanta gente educada e gentil concentradas no mesmo lugar, eu juro. - Eu disse rindo fraco e ela sorriu.

- Ah, fico feliz que eles irão cuidar bem no meu bebê. - ela apertou minha bochecha e eu fiz uma careta de dor.

- Não tem com o que se preocupar. E eu espero ficar lá por muitos anos!

- Você irá, tenho certeza. - sorri fraco e me desvencilhei dela.

- Agora vou subir, tenho que falar com Dulce. - fui em direção às escadas e minha mãe me chamou.

- Ela está bem?

- Sim, vou só contar a ela as novidades. - ela balançou a cabeça e sorriu largamente.

- O que eu faço com vocês dois? - mandei um beijo pra ela de cima de escada e fui correndo para o quarto.

Resolvi tomar um banho antes de ligar para ela, eu estava cansado também, e só uma água quente em meu corpo já me ajudaria a relaxar. Não demorei mais que cinco minutos no chuveiro, vesti uma bermuda e fiquei sem camisa, já que estava calor, peguei meu celular e liguei em vídeo para a baixinha, que atendeu no segundo toque.

- Oi, Chris! - Dulce também tinha acabado de sair do banho, seus cabelos estavam molhados e ela usava apenas um top preto. Seu colo exposto mostrava suas sardas e algumas gotas de água de seu cabelo pingavam ali, uma visão perfeita, que me levou a ter pensamentos obscuros. Mais uma vez.

- O-oi, Dul. Como está? - ela riu do meu nervosismo e eu passei a mão no rosto.

- Eu estou bem mas você não parece muito. - balancei a cabeça e a olhei.

- Não, tá tudo bem.

- E como foi seu primeiro dia? - eu amava o quanto Dulce era interessada na minha vida, nas minhas escolhas, o quanto ela me ouvia sem parar e não reclamava nunca disso.

Comecei a contar a ela sobre o pessoal do escritório, meu chefe que era um cara um pouco mais velho que eu, mas muito gente boa, e acabei não falando sobre Bruna. Dulce havia visto meu stories, e eu sabia que ela iria perguntar.

- Uau, eu fico feliz por você, Chris, sei que vai se sair bem. - sorri e assenti, com ela me observando atentamente.

- Obrigado, Dul. E você? Como foi sua terapia hoje? - ela respirou fundo e coçou a cabeça, parecendo procurar as palavras.

- Foi tudo bem, cada vez que eu passo numa consulta é um murro diferente que eu levo.

- Eu imagino, mas é bom pra você, irá te tratar e você logo se sentirá bem novamente. O que aquele cara fez com você foi... cruel. Não me surpreende você ter tantas feridas abertas. - ela mordeu o lábio inferior e abaixou a cabeça, aquele assunto era delicado.

- É, mas tudo bem. Me serviu de aprendizado, pra amadurecer, crescer, aprender a não confiar em todo mundo... Tudo bem que eu preferia ter ficado burra, mas ok. - ela riu pelo nariz e eu a acompanhei.

- Vai ficar tudo bem, pequena, você, em breve, nem vai se lembrar disso. É tudo muito recente ainda, você tem feridas abertas. - Dulce assentiu e percebi que ela estava fazendo um esforço para segurar o choro, então resolvi mudar de assunto. - E aquele cara que você saiu no sábado, hein?

- O que que tem? - eu entrei num assunto delicado, sem ao menos perceber.

- Vai sair de novo com ele ou o que? Falou tão bem do cara.

- Com ciúmes, Uckermann? - um sorriso malicioso surgiu em seu rosto e eu revirei os olhos.

- Sim. - Dulce arregalou os olhos e seu sorriso morreu quando eu falei de imediato, estava com ciúmes mesmo, e não mentiria pra ela.

- Hum, com ciúmes de mim mas pegando outra? Não vai ser legal se ela souber, meu bem. - o sarcasmo era visível em sua voz, ela estava me provocando, e eu faria o mesmo com ela.

- Ciúmes, Maria? - disse no mesmo tom de voz que ela, e a vi fazer uma cara de indignação.

- E-eu? Claro que n-não. - soltei uma gargalhada enquanto a via revirar os olhos.

- Você mente muito mal. Era melhor ter sido sincera.

- Você é ridículo, por que somos amigos mesmo?

- Porque sim. Não reclama. - ela bufou e eu quis rir, mas segurei para não ser xingado. - Bruna é minha colega de trabalho. Vamos trabalhar juntos, ela vai me auxiliar agora no começo.

- Hum, entendi. Bonita ela. - Eu tava simplesmente amando ver Dulce enciumada. Não sabia que precisava disso até ter.

- Sim, ela é. Muito gente boa também, e cheirosa, simpática, tem um corpo lindo...

- Legal, casa com ela, Uckermann. - ela disse me interrompendo.

- Ah eu vou me esforçar pra isso. - Dulce semicerrou os olhos e eu senti sua raiva atravessar a tela do telefone, admito que estava amando isso. - Você sempre vai ser a número um no meu coração, pequena, não se preocupe.

- Te odeio.

- Não odeia não. - mandei uma piscadinha para ela e vi seu rosto corar, Dulce estava com vergonha de mim?

- Ok, meu pai está me chamando, Chris, vou desligar. Nos vemos essa semana?

- Claro, amanhã nos falamos. Boa noite, baixinha.

- Boa noite, meu bem. - mandei um beijo para ela, que foi retribuído, e desliguei o telefone, pensando no ciúmes claro que Dulce estava sentindo, aquilo me deixou feliz, mesmo eu sem entender o porquê.

Fui checar minhas redes sociais até que vi uma mensagem de Bruna em meu WhatsApp, onde ela me chamava para sair. Poderia ser interessante isso, e talvez me faria esquecer aquele beijo que Dulce e eu trocamos, e que me atormentava diariamente

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