O experimento

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Leadville, Colorado

No hospital Saint Vicent em Leadville, um ambiente de tensão e expectativa pairava no ar enquanto Adrian acompanhava atentamente o monitoramento de seu sobrinho. O garoto de pele amarelada, olhos e cabelos castanhos fora conduzido desacordado após desmaiar subitamente na sua residência. As luzes brancas e frias do hospital refletiam a gravidade da situação.

Adrian Walter, um cientista dedicado da corporação Murkoff, tentava manter a compostura profissional, mas a angústia era visível em seu olhar. Quando o resultado da ressonância magnética apareceu na tela, seu coração quase parou: um tumor no cérebro. O choque o deixou atônito, mas ele sabia que precisava agir rapidamente.

Horas depois, o jovem despertou, os olhos castanhos arregalados de confusão e medo.

— Tio Adrian, o que aconteceu? — perguntou o garoto, tentando se sentar na cama.

Adrian se aproximou, forçando um sorriso tranquilizador.

— Você desmaiou, meu querido. Estamos cuidando de você. — A voz de Adrian tremia ligeiramente, traindo sua preocupação.

— Mas por que estou me sentindo tão estranho? — o garoto insistiu, claramente desconfortável.

Adrian sabia que não podia revelar a verdade naquele momento. Com um movimento disfarçado, ele aplicou um sonífero no soro do garoto.

— Isso vai te ajudar a descansar, tudo vai ficar bem — disse Adrian, enquanto observava seu sobrinho adormecer novamente.

Com o garoto desacordado, Adrian pegou seu celular e discou um número que conhecia bem. Do outro lado da linha, Jeremy Blaire atendeu com a habitual frieza.

— Blaire, aqui é o Adrian. Precisamos transportar meu sobrinho para o manicômio Monte Massive. A situação é crítica, então autorizo a participação dele no projeto Walrider

— Entendido. Providenciarei tudo imediatamente — respondeu Blaire, sem demonstrar qualquer emoção.

Após desligar, Adrian sentiu uma onda de culpa o inundar. Escreveu uma breve carta para seu irmão, pai do garoto, explicando a situação da melhor forma que pôde, pedindo desculpas pelo que estava prestes a fazer. Horas depois, a ambulância do manicômio chegou.

O garoto foi cuidadosamente transferido, ainda sob os efeitos do sonífero. Adrian ficou parado na entrada do hospital, observando o veículo se afastar. O peso de sua decisão era esmagador, mas ele sabia que não tinha outra escolha. A esperança era que, no manicômio, pudessem encontrar uma solução para o problema do sobrinho, mesmo que o preço a pagar fosse alto.

Manicômio Monte Massive, Colorado

No manicômio Monte Massive, Waylon Park, um engenheiro de software formado na Universidade de Berkeley, na Califórnia, adentrou seu quarto com um semblante de insatisfação e pena, batendo a porta violentamente. Ele estava em intervalo após uma tarde exaustiva de experimentos em Chris Walker, Frank Manera e "Padre Martín".

O ambiente austero e opressivo do manicômio pesava sobre ele, exacerbando seu descontentamento com o que se tornara sua rotina.Waylon caminhou até a pequena mesa no canto do quarto, onde uma moldura delicada abrigava a foto de sua esposa Lisa e seus filhos. Pegando a moldura nas mãos, ele sentiu um nó se formar em sua garganta.

Seus olhos percorriam cada detalhe da foto, absorvendo o calor e a felicidade que ela representava, algo tão distante da realidade fria e cruel em que estava imerso.

— Lisa, eu sinto tanto a sua falta - murmurou, sua voz embargada pelo arrependimento. — Nunca imaginei que esse trabalho me levaria a machucar pessoas assim.

Outlast - Another StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora