Perigo Constante

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Gilbert Walter

O jovem despertou em uma cama coberta de poeira, em um quarto visivelmente deteriorado, com grande umidade. Havia infiltrações no teto e nas paredes próximas ao corredor principal, o que lhe causou desconforto, já que sofria de rinite alérgica. Ao se levantar da cama, aproveitou para observar o ambiente, analisando cada detalhe. No local, havia um armário e uma escrivaninha velha, mas o mais importante para ele naquele momento era a porta.

Com a mão direita, ele girou a maçaneta para abrir a porta e se deparou com o corredor parcialmente inundado. Sem hesitar, Gilbert começou a caminhar, embora com certo receio, preocupado com a possível contaminação da água e a presença de roedores. Ao continuar, ele ouviu uma voz masculina:

— Eu sou Marco! Ninguém pode comigo!

Naquele instante, o coração de Gilbert gelou, mas ele seguiu adiante, esgueirando-se pelas paredes úmidas do corredor. Vários móveis bloqueavam o caminho, forçando-o a saltar. No entanto, ao pisar inadvertidamente em uma poça de água, chamou a atenção de um indivíduo que estava próximo. Ele ouviu os passos misturados ao som da água e correu alguns metros em busca de saída, até que encontrou corpos com traumas evidentes na cabeça.

— Meu Deus! O que está acontecendo aqui?

— Então você é o fantasma! — Marco saltou sobre uma escrivaninha, segurando um pedaço de madeira com firmeza.

— Fique longe de mim! — exclamou Gilbert, recuando em direção à sala do gerador.

O variante avançou, e Gilbert, em uma tentativa desesperada de escapar, derrubou um armário para atrasá-lo. O impacto derrubou Marco, e o jovem aproveitou a oportunidade para fugir por um buraco, encontrando outro corredor que o levou até uma escada que dava para o bloco administrativo. Aliviado por ter escapado, respirou fundo e lançou um olhar vazio ao local de onde havia acabado de sair, minutos antes de ser atacado.

Dessa vez, o ambiente estava silencioso, o que aumentou a desconfiança de Gilbert. Apesar disso, ele continuou a caminhar em volta da recepção, evitando olhar para o cadáver de um dos recepcionistas, até que encontrou Miles Upshur desacordado no chão.

— Pobre homem! Será que ainda está vivo? — Gilbert se agachou, observando-o de perto. Ao constatar que ele respirava, tentou despertá-lo sacudindo-o levemente.

— Ei, acorde, por favor! — implorou, suando frio de nervosismo.

De repente, ouviu o barulho de um portão se abrindo. Era o "Padre Martin", um outro variante perturbado, que caminhava em direção ao bloco administrativo. Preocupado, Gilbert deixou o jornalista e se dirigiu a um corredor próximo, onde havia banheiros. Ele aproveitou para beber água em um bebedouro antes de entrar no banheiro masculino. Ao fechar a porta, fez um esforço para recordar algo, aproximando-se da pia para se observar no espelho.

"Quem sou eu? E por que estou aqui?", perguntou-se.

Ligou a torneira, encheu as mãos com água e jogou sobre o rosto, tentando despertar para a realidade. O pesadelo apenas começava, e a cada esforço para se lembrar de algo, sentia dores na cabeça. Mesmo assim, tinha um objetivo claro: escapar daquele lugar e descobrir sua verdadeira identidade.

Reunindo coragem, Gilbert deixou o banheiro e caminhou cautelosamente pelo ambiente. Tentou abrir a porta principal, sem sucesso. Desanimado, voltou ao local onde havia deixado o jornalista, mas ele não estava mais lá. Nesse instante, ouviu passos no andar superior e decidiu sair do bloco administrativo, seguindo em direção ao corredor leste, onde havia visto o "Padre Martin". Durante o trajeto, uma forte dor o atingiu, forçando-o a se apoiar na parede, mas ele se recuperou e continuou, conseguindo acessar uma área alternativa.

A nova ambientação era composta por corredores com paredes amarelas descascadas e manchadas de sangue. Um rastro chamou sua atenção enquanto ele caminhava sem rumo. O medo começou a dominá-lo, e ao perceber uma sombra passando por trás de si, apressou os passos até alcançar uma sala com a porta entreaberta. Ao entrar, encontrou um corpo mutilado. O local estava coberto de sangue. Assustado, decidiu sair, mas foi surpreendido por outro indivíduo, que o fez recuar. Para seu terror, a criatura projetou uma enorme língua pontiaguda.

***

Waylon Park

O delator encontrou um documento no chão, coberto por um plástico, e ao abri-lo, foi surpreendido pelo conteúdo:

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De: j.blaire@murkoffcorporation.us.com
Para: h.grant@murkoffcorp.us.com
Assunto: Demissão por Motivos de Saúde Mental – CC 8208

Sra. Grant,

Você poderá receber, nas próximas semanas, solicitações de informação de uma Sra. Lisa Park, de Leadville, CO, sobre a demissão e hospitalização de seu marido, Waylon. Em caso afirmativo, por favor, encaminhe-as diretamente para minha atenção.

Waylon Park (ex-contrato de consultoria 8208) foi demitido por causa de uma doença mental anteriormente não diagnosticada. Eu mesmo informei a Sra. Park e seus filhos, garantindo que a Murkoff proveria tratamento psiquiátrico. A Sra. Park, no entanto, mostrou-se pouco receptiva, e sugeri que ela poderia contestar os diagnósticos.

Se for descoberto que ele se demitiu sob falsos pretextos, seu seguro será cancelado, deixando a família com uma dívida considerável. Espero que tenha entendido, mas caso ela se torne um incômodo, avise-me. Eu mesmo cuidarei disso.

Atenciosamente,
Jeremy Blaire

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— Desgraçado! — murmurou Park, furioso.

Waylon continuou sua jornada, encontrando uma passagem em um duto de ar que levava a outro corredor. Atravessou o local e acessou o outro lado do hospital, onde o cenário era ainda mais perturbador: sangue, vísceras e uma luz vermelha piscante de emergência dominavam o ambiente. Ao ouvir um grito mortal, observou através de um vidro, mas não conseguiu ver nada além de uma máquina de bebidas.

Ao avançar por corredores sujos e desorganizados, chegou à cozinha do refeitório, onde encontrou restos humanos sobre uma maca e cadáveres de cientistas pendurados no teto. Sentindo náuseas, continuou explorando o local, até se deparar com um indivíduo utilizando um serrote, cortando o corpo de um guarda.

— Não olhe para ele! Eu o amo  — O variante canibal arrancou o coração do tórax do pobre homem e o comeu com prazer.

Horrorizado, tentou ignorar a cena.

Waylon rapidamente deixou o local, fugindo pelo corredor. Percebeu, então, que o portão de saída estava trancado com uma algema, presa ao braço de um cadáver. Sabendo que precisaria de uma chave para escapar, Waylon se preparou para evitar o perigoso canibal que rondava o local.

Outlast - Another StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora