Má ideia

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17 de setembro de 2013, 17:45.


Gilbert Walter

No hospital subjacente ao laboratório subterrâneo de Monte Massive, o ambiente era impregnado por uma atmosfera de desespero e abandono. As paredes cinzentas e os corredores frios pareciam sufocar qualquer vestígio de esperança. Gilbert Walter despertou na cama de metal, seu corpo ainda pesado sob o efeito residual do sedativo.

A luz fluorescente acima dele piscava intermitentemente, lançando sombras inquietantes sobre seu rosto pálido e desorientado. Sua mente era um vácuo, um espaço onde fragmentos de memória flutuavam sem coesão. Enquanto tentava se levantar, gritos distantes de agonia começaram a ecoar em sua cabeça, misturando-se com a realidade e confundindo-o ainda mais.

Era como se as paredes ao seu redor sussurrassem histórias de dor, mas nenhuma delas fazia sentido para ele.

— Onde estou? - murmurou Gilbert para si mesmo, sua voz rouca e quebrada.A resposta não veio, exceto pelo som de seu próprio eco reverberando pelos corredores vazios.

Cambaleando, ele se forçou a sair da cama, cada movimento carregado de esforço. Seus pés descalços tocavam o chão gelado, enviando calafrios por todo o corpo. Ao olhar ao redor, viu portas de metal alinhadas ao longo do corredor, todas fechadas, ocultando segredos que ele não estava certo de querer desvendar.

O cheiro de desinfetante misturado com algo mais pungente enchia o ar, tornando a atmosfera ainda mais opressiva. A cada passo, os gritos na sua mente intensificavam-se, tornando-se quase insuportáveis.

Gilbert pressionou as mãos contra as têmporas, tentando afastar a cacofonia interna, mas era inútil. Ele precisava sair dali, precisava de respostas, mas o labirinto de corredores parecia não ter fim. Foi então que, ao virar uma esquina, ele viu a silhueta de um elevador no final do corredor.

A visão trouxe um vislumbre de esperança, um possível escape desse pesadelo desconcertante. Arrastando-se com dificuldade, Gilbert finalmente alcançou o elevador. Com mãos trêmulas, pressionou o botão e ouviu o som mecânico das portas se abrindo.

O interior do elevador estava tão desgastado quanto o resto do hospital, com paredes de metal arranhadas e um espelho parcialmente quebrado que refletia sua imagem distorcida.

Ele entrou hesitante, sentindo uma leve vertigem à medida que o elevador começou a descer, levando-o ainda mais para as profundezas do desconhecido. Quando as portas se abriram novamente, Gilbert foi saudado por um ambiente completamente diferente.

O laboratório subterrâneo de Monte Massive era um contraste brutal com o hospital acima. Aqui, a tecnologia avançada coexistia com a escuridão moral. Equipamentos médicos sofisticados estavam dispostos de forma ordenada, mas havia algo de profundamente perturbador na sua organização precisa.

O silêncio do laboratório era quase sepulcral, interrompido apenas pelo zumbido baixo das máquinas em funcionamento. Enquanto avançava, Gilbert foi atraído para uma grande janela de observação que dominava uma parede inteira.

Através do vidro espesso, ele podia ver uma sala onde cientistas monitoravam uma máquina imponente, o motor morfogênico, uma estrutura cujas finalidades ele não podia compreender, mas que instintivamente sabia ser perigosa.

Mas a memória continuava a lhe escapar, como um sonho que se dissolve ao despertar. Sentindo-se cada vez mais perdido, ele se afastou da janela, apenas para ser confrontado novamente pelos gritos em sua cabeça, mais altos do que nunca, empurrando-o para os limites da sanidade.

— Quem sou eu? - sussurrou, a voz trêmula com o peso da incerteza. A resposta continuava a escapar-lhe, deixando-o à mercê do pesadelo vivo que era Monte Massive, onde a linha entre realidade e delírio era indistinguível, e onde cada passo o levava mais fundo na escuridão.

Outlast - Another StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora